Quebra de Confiança

por
  • GUILHERME TOMASI em
  • 27 julho 2007


  • O diretor Billy Ray gosta de mostrar os bastidores de escândalos que abalaram seu país. Primeiro foi com “O Preço de uma Verdade”, que mostrava como o repórter Stephen Glass fabricou várias reportagens para a conceituada revista The New Republic. Agora, vem contar a história do funcionário do FBI que durante 22 anos vendeu segredos americanos aos russos causando um prejuízo orçado em bilhões de dólares.

    Interpretado com maestria por Chris Cooper, Robert Hanssen era um católico fervoroso capaz de atender à missa todas as manhãs antes de ir ao trabalho, mas também capaz de gravar escondido suas relações sexuais com a esposa para enviá-las a um amigo, representando a dualidade que o diretor e roteirista Billy Ray tende a mesclar durante todo o filme. Uma dualidade que também se estende por todos os personagens secundários, como a personagem de Laura Linney, que sente um ódio pessoal por Hanssen: em suas próprias palavras, todo o trabalho feito por ela foi desfeito por Hanssen em pouco tempo, fazendo-a se sentir inútil. Ou como no personagem de Ryan Phillippe, que, tentando descobrir os segredos de um homem muitas vezes mais esperto do que ele, se transforma em um mentiroso hábil capaz de manipular Hanssen através da religiosidade e da pouco estima do mesmo.

    O show é mesmo de Chris Cooper. Mostrando um personagem extremamente rico em detalhes, mas que não demonstra seus sentimentos, a não ser em pouquíssimos momentos no filme, Cooper consegue fazer o espectador ter pena e repulsa de um indivíduo que por diversos momentos mostra-se superior e ao mesmo tempo patético.

    "Breach" é possivelmente um filme a ser lançado diretamente em vídeo no Brasil, mas valeria uma ida ao cinema.*

    nota: 7/10 -- vale o ingresso

    Quebra de Confiança (Breach, 2007, EUA), dir.: Billy Ray – em cartaz nos cinemas

    *Post publicado originalmente em 24/02/07. Ainda bem que queimei a língua.

    8 comentários:

    Anônimo disse...

    é uma pena que no brasil tantos filmes legais acabem demorando tanto para estreiar... esse é um que eu queria muito ver!

    Anônimo disse...

    Olá!

    Como gostas de cinema vem visitar-nos em

    www.paixoesedesjos.blogspot.com

    todos os dias falamos de um filme diferente

    Paula e Rui Lima

    Anônimo disse...

    Atualmente estão em voga produções envolvendo escândalos (seja de proporções astrônomicas ou de foro íntimo). Alguns exemplos são: Notes on a Scandal, The Good Shepperd, Charlie Wilson's war (esse ainda em produção, do Mike Nichols), Bobby, etc. Hollywood sempre gostou disso (faz parte do metiê deles).

    (http://claque-te.blogspot.com): Pecados Íntimos, de Todd Field.

    Anônimo disse...

    Tooms, você está ótimo nestes comentários.
    Meu filho me mostrou sua págima e agora vou acompanhar sempre.

    Anônimo disse...

    Ainda bem mesmo que você queimou a língua, porque é um filme que merece ser visto, principalmente pelo magnífico trabalho de Chris Cooper.

    Liesl disse...

    Vi esse filme em DVd semana passada. O Chris Cooper esta mais do que perfeito nesse filme. Ele me deu medo, principalmente na cena que ele, mamado, levou o Ryan pro breu do Rock Creek Park (eu que moro aqui conheco os lugares e RCP eh medonho por si so rsrsrs). Bjus

    Anônimo disse...

    Amore, gostei desse filme. Ryan Phillipe me surpreendeu, porque tem carinha de quem só faz seriado sessão da tarde.
    Um filme que já devia ter chegado aqui é Paris, te amo. Mas sabe Deus quando chegará...
    Saudades de vc.
    Bjs!

    Konshal disse...

    Aqui em Campinas já está passando Paris Te Amo.

     
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