Uma história policial e uma história de amor. Duas tramas que geralmente só se encontram em casos de crimes passionais, desses que vemos todos os dias nos noticiários populares e que nunca deixam de chocar. Em “O Segredo dos Seus Olhos”, mais novo trabalho do cineasta argentino Juan José Campanella, existe, sim, um crime passional, mas é uma outra história de amor que serve como fio condutor da narrativa e é responsável por tornar o filme tão envolvente.
O protagonista é novamente Ricardo Darín, ator que trabalha com Campanella em quase todos os seus filmes, como “Clube da Lua” (2004), “O Filho da Noiva” (2001) e “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva” (1999). Porém, “O Segredo dos Seus Olhos” marca uma ruptura para ambos ao sair da comédia dramática para entrar na seara do gênero policial. O romance, no entanto, perdura. E se é para rotular, eu classificaria como um "filme de vingança romântico". Tarantino aplaudiria.
Novamente esbanjando competência diante da câmera, Darín interpreta um oficial de justiça aposentado que decide revirar um caso mal resolvido, em que uma jovem foi brutalmente assassinada supostamente por um antigo namorado. Para isso, o protagonista vai atrás de seu próprio caso mal resolvido: o amor platônico que sente por sua ex-chefe imediata no tribunal, interpretada por Soledad Villamil (outro reencontro, já que a atriz fez par com Darín em “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva”).
Enquanto a investigação do crime é narrada em flashback, Campanella a desenvolve em cima do flerte entre o personagem principal e sua paixão secreta, tendo como apoio a relação do oficial com seu melhor amigo e parceiro de trabalho (Guillermo Francella). Nisso, o cineasta encontra um campo mais amplo para trabalhar do que apenas a trama policial. Acha, inclusive, espaço para inserir o típico humor que tem marcado a produção cinematográfica argentina recente. E o talento de Campanella para filmar, criando cenas de sutil significado sem a necessidade de diálogos, dá o tratamento merecido a essa história, adaptada do livro do também co-roteirista Eduardo Sacheri. Na verdade, histórias, já que Campanella faz questão de resolver o filme com dois finais subsequentes e igualmente arrebatadores.
O título (original e brasileiro) pode enganar, dando a impressão de se tratar de um romance clássico. Mas os olhos aqui são muitos, e não apenas o par da cena inicial, do trem, que pautam a história de amor. Cada personagem contribui para o desdobramento da narrativa com seu próprio olhar. A tradução no inglês é mais explícita nesse sentido: “The Secret in Their Eyes”.
O protagonista é novamente Ricardo Darín, ator que trabalha com Campanella em quase todos os seus filmes, como “Clube da Lua” (2004), “O Filho da Noiva” (2001) e “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva” (1999). Porém, “O Segredo dos Seus Olhos” marca uma ruptura para ambos ao sair da comédia dramática para entrar na seara do gênero policial. O romance, no entanto, perdura. E se é para rotular, eu classificaria como um "filme de vingança romântico". Tarantino aplaudiria.
Novamente esbanjando competência diante da câmera, Darín interpreta um oficial de justiça aposentado que decide revirar um caso mal resolvido, em que uma jovem foi brutalmente assassinada supostamente por um antigo namorado. Para isso, o protagonista vai atrás de seu próprio caso mal resolvido: o amor platônico que sente por sua ex-chefe imediata no tribunal, interpretada por Soledad Villamil (outro reencontro, já que a atriz fez par com Darín em “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva”).
Enquanto a investigação do crime é narrada em flashback, Campanella a desenvolve em cima do flerte entre o personagem principal e sua paixão secreta, tendo como apoio a relação do oficial com seu melhor amigo e parceiro de trabalho (Guillermo Francella). Nisso, o cineasta encontra um campo mais amplo para trabalhar do que apenas a trama policial. Acha, inclusive, espaço para inserir o típico humor que tem marcado a produção cinematográfica argentina recente. E o talento de Campanella para filmar, criando cenas de sutil significado sem a necessidade de diálogos, dá o tratamento merecido a essa história, adaptada do livro do também co-roteirista Eduardo Sacheri. Na verdade, histórias, já que Campanella faz questão de resolver o filme com dois finais subsequentes e igualmente arrebatadores.
O título (original e brasileiro) pode enganar, dando a impressão de se tratar de um romance clássico. Mas os olhos aqui são muitos, e não apenas o par da cena inicial, do trem, que pautam a história de amor. Cada personagem contribui para o desdobramento da narrativa com seu próprio olhar. A tradução no inglês é mais explícita nesse sentido: “The Secret in Their Eyes”.
O Segredo dos Seus Olhos (El secreto de sus ojos, 2009, Argentina/Espanha)
direção: Juan José Campanella; roteiro: Juan José Campanella, Eduardo Sacheri (baseado no livro de Eduardo Sacheri); fotografia: Félix Monti; montagem: Juan José Campanella; música: Federico Jusid, Emilio Kauderer; produção: Mariela Besuievski, Juan José Campanella, Carolina Urbieta; com: Ricardo Darín, Soledad Villamil, Carla Quevedo, Pablo Rago, Javier Godino, Rudy Romano, Guillermo Francella; estúdio: 100 Bares, Canal+ España, Haddock Films, Tornasol Films; distribuição: Europa Filmes. 127 min
direção: Juan José Campanella; roteiro: Juan José Campanella, Eduardo Sacheri (baseado no livro de Eduardo Sacheri); fotografia: Félix Monti; montagem: Juan José Campanella; música: Federico Jusid, Emilio Kauderer; produção: Mariela Besuievski, Juan José Campanella, Carolina Urbieta; com: Ricardo Darín, Soledad Villamil, Carla Quevedo, Pablo Rago, Javier Godino, Rudy Romano, Guillermo Francella; estúdio: 100 Bares, Canal+ España, Haddock Films, Tornasol Films; distribuição: Europa Filmes. 127 min
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