Peter Jackson é conhecido por ter uma filmografia que balança entre a aventura e o terror e o drama e o romance. Em “Um Olhar do Paraíso”, o cineasta vai mais para o segundo lado, que lhe garantiu notoriedade em 1994 com “Almas Gêmeas”.
O flerte com uma história de apelo mais emotivo ganha contornos de espiritismo. E não é a primeira vez que ele toca no tema. Em 1996, na injustiçada comédia de humor negro “Espíritos”, com Michael J. Fox, Jackson já havia falado sobre morte. E até mesmo em “O Senhor dos Anéis” o assunto surge, basta nos lembrarmos do mago Gandalf.
Voltando para “Um Olhar do Paraíso”, temos um Peter Jackson irregular, o que é surpreendente já que ele trabalha com praticamente a mesma equipe de seus filmes anteriores. Ou talvez seja apenas excesso de auto-indulgência. Os problemas surgem justamente na parte em que ele filma o "lado espírita" da história. Primeiro, por abusar de um tom sentimentalista que passa do ponto (ainda que seja adequado para um romance espírita, pelo que soube em conversas com amigos que seguem a doutrina). Segundo, por se concentrar demais no desenvolvimento de efeitos especiais na criação do "paraíso" da protagonista (na verdade, um mundo intermediário, já que ela ainda não fez a passagem para o paraíso). A personagem principal é uma menina que é morta aos 14 anos e testemunha, do além, a tentativa da família em descobrir a identidade de seu assassino.
Se ao menos Jackson não floreasse tanto o filme, “Um Olhar do Paraíso” poderia se sair como um suspense emotivo - não confundir emotivo com sentimental. Tanto é que as melhores partes são justamente aquelas que tratam dos personagens vivos. Destaca-se aí a habilidade do cineasta em dirigir cenas de pura tensão. Ele só não precisava exagerar na caracterização do vilão, interpretado por Stanley Tucci, que foi indicado ao Oscar pelo papel. Está certo que um homem como aquele é visto como um monstro por qualquer um, mas não precisava, por exemplo, usar a sombra da armação dos óculos do personagem para acentuar a expressão perversa em suas sobrancelhas.
O flerte com uma história de apelo mais emotivo ganha contornos de espiritismo. E não é a primeira vez que ele toca no tema. Em 1996, na injustiçada comédia de humor negro “Espíritos”, com Michael J. Fox, Jackson já havia falado sobre morte. E até mesmo em “O Senhor dos Anéis” o assunto surge, basta nos lembrarmos do mago Gandalf.
Voltando para “Um Olhar do Paraíso”, temos um Peter Jackson irregular, o que é surpreendente já que ele trabalha com praticamente a mesma equipe de seus filmes anteriores. Ou talvez seja apenas excesso de auto-indulgência. Os problemas surgem justamente na parte em que ele filma o "lado espírita" da história. Primeiro, por abusar de um tom sentimentalista que passa do ponto (ainda que seja adequado para um romance espírita, pelo que soube em conversas com amigos que seguem a doutrina). Segundo, por se concentrar demais no desenvolvimento de efeitos especiais na criação do "paraíso" da protagonista (na verdade, um mundo intermediário, já que ela ainda não fez a passagem para o paraíso). A personagem principal é uma menina que é morta aos 14 anos e testemunha, do além, a tentativa da família em descobrir a identidade de seu assassino.
Se ao menos Jackson não floreasse tanto o filme, “Um Olhar do Paraíso” poderia se sair como um suspense emotivo - não confundir emotivo com sentimental. Tanto é que as melhores partes são justamente aquelas que tratam dos personagens vivos. Destaca-se aí a habilidade do cineasta em dirigir cenas de pura tensão. Ele só não precisava exagerar na caracterização do vilão, interpretado por Stanley Tucci, que foi indicado ao Oscar pelo papel. Está certo que um homem como aquele é visto como um monstro por qualquer um, mas não precisava, por exemplo, usar a sombra da armação dos óculos do personagem para acentuar a expressão perversa em suas sobrancelhas.
nota: 5/10 -- veja sem pressa
Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones, 2009, EUA/Reino Unido/Nova Zelândia)
direção: Peter Jackson; roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens (baseado no livro de Alice Sebold); fotografia: Andrew Lesnie; montagem: Jabez Olssen; música: Brian Eno; produção: Carolynne Cunningham, Peter Jackson, Aimée Peyronnet, Fran Walsh; com: Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Jake Abel, Saoirse Ronan, Stanley Tucci, Susan Sarandon, Michael Imperioli, Reece Ritchie, Rose McIver, Nikki SooHoo, Amanda Michalka, Carolyn Dando, Thomas McCarthy; estúdio: WingNut Films, DreamWorks SKG, Film4, Key Creatives; distribuição: Paramount Pictures. 135 min
direção: Peter Jackson; roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens (baseado no livro de Alice Sebold); fotografia: Andrew Lesnie; montagem: Jabez Olssen; música: Brian Eno; produção: Carolynne Cunningham, Peter Jackson, Aimée Peyronnet, Fran Walsh; com: Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Jake Abel, Saoirse Ronan, Stanley Tucci, Susan Sarandon, Michael Imperioli, Reece Ritchie, Rose McIver, Nikki SooHoo, Amanda Michalka, Carolyn Dando, Thomas McCarthy; estúdio: WingNut Films, DreamWorks SKG, Film4, Key Creatives; distribuição: Paramount Pictures. 135 min
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