Muito jovial, inocente até, “Dragonball: Evolução” é um filme que deve fazer sucesso entre garotos na faixa de 10-12 anos de idade. O longa tem muito do humor bobo de um desenho animado descompromissado e esquecível, desses que passam nos canais a cabo. Porém, eu devo deixar claro que não conheço a fundo o material original, concebido por Akira Toriyama, para dizer se o mangá ou o animê seguem a mesma linha. Suponho que não, dado o imenso sucesso da franquia. Eu não sei dizer se é uma adaptação fiel, mas do pouco que já vi na TV e num jogo de videogame sei que existem aquelas cenas de luta aéreas - e estas foram até bem traduzidas para o cinema, embora aconteçam numa escala e numa quantidade bem menores.
Talvez não tenham dado mais espaço para a ação por se tratar de uma história de origem – e cheia de clichês, é verdade. Vejamos: somos apresentados ao jovem Goku (Justin Chatwin), que na iminência de completar 18 anos (por que não 14, 17, 23, só para variar um pouco?) se vê diante da missão de proteger a Terra do vingativo Piccolo (James Marsters). O vilão aguardava o momento certo para retornar (deve ter conhecido Voldermort e Sauron no além-túmulo) e coletar as sete Esferas do Dragão. Assim, ele pode dominar o planeta com sua força infinita durante um eclipse total da Lua (e como não podia deixar de ser somos avisados logo nas primeiras cenas de que esse fenômeno está para acontecer). No caminho, Goku encontra aliados como o mestre Roshi (Chow Yun-Fat, o único no elenco que entra no espírito e parece atuar como se fosse um desenho animado), a valente Bulma (Emmy Rossum, muito vestida) e a garota mais bonita da sala, Chi Chi (vivida pela atriz mais bonita do elenco, Jamie Chung).
Mais uma vez, eu não faço idéia se no “Dragonball” original a história é a mesma. Mas para o filme é essa a premissa. O que se vê na tela é uma tendência muito clara de ocidentalizar a trama, inclusive nas referências que se faz a heróis como Homem-Aranha (Goku tem um “senso de aranha” idêntico ao de Peter Parker) e Superman (como Kal-El, o garoto chegou a Terra dentro de um asteróide ou coisa parecida). Até mesmo os famosos bullies da escola estão lá para implicar com o rapaz que, claro, é o loser da turma.
Outro problema nesse sentido está na própria direção. Do que adianta ter um diretor oriental, James Wong (“Premonição”, “O Confronto”), se ele dirige seguindo o estilo hollywoodiano? A la Zack Snyder em “Watchmen” e “300”, ele repete aquelas cenas de ação com slow-motion gratuito toda vez que os personagens entram na pancadaria. Além disso, o visual escolhido para o filme mais remete a outras tentativas fracassadas de atender ao fetichismo das versões “carne e osso”, como “Mestres do Universo” com Dolph Lundgren, ou “Street Fighter” com Jean-Claude Van Damme. Wong devia ter seguido o exemplo dos irmãos Wachowski em “Speed Racer” para poder brincar mais com as influências do animê (por exemplo, manipulando os cenários e optando por ângulos de câmera inusitados, sem falar na escolha dos próprios figurinos e cores do filme – que, aliás, são muito escuras). Talvez o resultado teria sido bem melhor se Stephen Chow, que exerce a função de produtor, tivesse também assumido a direção. Afinal, o que ele fez em “Kung-Fusão” é exatamente o que cairia bem aqui.
O subtítulo “Evolução” desse “Dragonball” deve ter sido escolhido para desvincular a produção do animê/mangá, como se ela fosse uma variação do original, além de dar a entender que o desenho evoluiu para live-action (e desde quando um é inferior ao outro?). De qualquer forma, trata-se de um filme inofensivo, com algumas cenas bem feitas dentro do possível (gosto particularmente do momento em que Goku tem que acender velas usando seu poder para poder impressionar sua paquera) e outras coisas totalmente desnecessárias (tem lobisomem no original também?). Não é a bomba atômica que vinha sendo anunciada.
Talvez não tenham dado mais espaço para a ação por se tratar de uma história de origem – e cheia de clichês, é verdade. Vejamos: somos apresentados ao jovem Goku (Justin Chatwin), que na iminência de completar 18 anos (por que não 14, 17, 23, só para variar um pouco?) se vê diante da missão de proteger a Terra do vingativo Piccolo (James Marsters). O vilão aguardava o momento certo para retornar (deve ter conhecido Voldermort e Sauron no além-túmulo) e coletar as sete Esferas do Dragão. Assim, ele pode dominar o planeta com sua força infinita durante um eclipse total da Lua (e como não podia deixar de ser somos avisados logo nas primeiras cenas de que esse fenômeno está para acontecer). No caminho, Goku encontra aliados como o mestre Roshi (Chow Yun-Fat, o único no elenco que entra no espírito e parece atuar como se fosse um desenho animado), a valente Bulma (Emmy Rossum, muito vestida) e a garota mais bonita da sala, Chi Chi (vivida pela atriz mais bonita do elenco, Jamie Chung).
Mais uma vez, eu não faço idéia se no “Dragonball” original a história é a mesma. Mas para o filme é essa a premissa. O que se vê na tela é uma tendência muito clara de ocidentalizar a trama, inclusive nas referências que se faz a heróis como Homem-Aranha (Goku tem um “senso de aranha” idêntico ao de Peter Parker) e Superman (como Kal-El, o garoto chegou a Terra dentro de um asteróide ou coisa parecida). Até mesmo os famosos bullies da escola estão lá para implicar com o rapaz que, claro, é o loser da turma.
Outro problema nesse sentido está na própria direção. Do que adianta ter um diretor oriental, James Wong (“Premonição”, “O Confronto”), se ele dirige seguindo o estilo hollywoodiano? A la Zack Snyder em “Watchmen” e “300”, ele repete aquelas cenas de ação com slow-motion gratuito toda vez que os personagens entram na pancadaria. Além disso, o visual escolhido para o filme mais remete a outras tentativas fracassadas de atender ao fetichismo das versões “carne e osso”, como “Mestres do Universo” com Dolph Lundgren, ou “Street Fighter” com Jean-Claude Van Damme. Wong devia ter seguido o exemplo dos irmãos Wachowski em “Speed Racer” para poder brincar mais com as influências do animê (por exemplo, manipulando os cenários e optando por ângulos de câmera inusitados, sem falar na escolha dos próprios figurinos e cores do filme – que, aliás, são muito escuras). Talvez o resultado teria sido bem melhor se Stephen Chow, que exerce a função de produtor, tivesse também assumido a direção. Afinal, o que ele fez em “Kung-Fusão” é exatamente o que cairia bem aqui.
O subtítulo “Evolução” desse “Dragonball” deve ter sido escolhido para desvincular a produção do animê/mangá, como se ela fosse uma variação do original, além de dar a entender que o desenho evoluiu para live-action (e desde quando um é inferior ao outro?). De qualquer forma, trata-se de um filme inofensivo, com algumas cenas bem feitas dentro do possível (gosto particularmente do momento em que Goku tem que acender velas usando seu poder para poder impressionar sua paquera) e outras coisas totalmente desnecessárias (tem lobisomem no original também?). Não é a bomba atômica que vinha sendo anunciada.
nota: 4/10 -- não se culpe por não ver
Dragonball: Evolução (Dragonball Evolution, 2009, EUA/Hong Kong)
direção: James Wong; roteiro: Ben Ramsey (baseado no mangá criado por Akira Toriyama); fotografia: Robert McLachlan; montagem: Matt Friedman, Chris G. Willingham; música: Brian Tyler; produção: Stephen Chow; com: Justin Chatwin, Chow Yun-Fat, Emmy Rossum, Jamie Chung, James Marsters, Joon Park, Eriko Tamura, Kim Randall Duk; estúdio: 20th Century Fox, Dune Entertainment, Star Overseas; distribuição: 20th Century Fox. 84 min
direção: James Wong; roteiro: Ben Ramsey (baseado no mangá criado por Akira Toriyama); fotografia: Robert McLachlan; montagem: Matt Friedman, Chris G. Willingham; música: Brian Tyler; produção: Stephen Chow; com: Justin Chatwin, Chow Yun-Fat, Emmy Rossum, Jamie Chung, James Marsters, Joon Park, Eriko Tamura, Kim Randall Duk; estúdio: 20th Century Fox, Dune Entertainment, Star Overseas; distribuição: 20th Century Fox. 84 min
14 comentários:
Não me culpo mesmo! hahahahaa!
Bem, no Anime Goku (quando ainda tem rabo)se transforma em uma espécie de "gorilomem" na lua cheia! deve ser o lobisomem do filme!
A critica de Velozes e Furiosos está ótima, em ironia vc tá conseguindo barrar o Pablo Villaça que anda meio enferrujado nesse aspecto!
Tem Goku na escola? O animê, em primeiro lugar, teve tres fases diferentes: no primeiro Dragon Ball, Goku era apenas um garoto quando encontrou Bulma - jovem de uns 15 anos mais ou menos; tinha personagens como Oolong, Pual e Yamcha no início, mas se conseguiram ocultar Kuririn já é uma prova do péssimo roteiro. Um dos personagens mais amados pelos fãs é simplesmente ignorado. Na real, Dragon Ball é pra ficar em anime. Só anime! Não tem o por que de fazer um filme. Eu gosto bastante do anime, mas apenas como anime.
Diego, então é bem diferente do original mesmo. O Yamcha aparece, mas não tem um papel significativo. Ele faz par com a Bulma. Os outros que você mencionou talvez até apareçam, mas não estou me lembrando porque só deve ter sido em pontas.
[]s!
Affff... como fã do mangá e do anime, as imagens e trailer já me deixaram arrepiado. Essa crítica sacramentou isso...
Não tem nada a ver com a fonte original!!! O pior de tudo é a ocidentalização... Se de fato Stephen Chow tivesse dirigido e a proposta fosse transportar o mundo do anime para o cinema, o resultado poderia ser incrível.
Goku looser na escola???? Ele nunca foi looser!!! Desde criança ele é mó galã taradão!!! Levantando a saia da Bulma pra ver a calçinha dela em todas as ocasiões possíveis!!! Ele sempre foi um grande guerreiro, desde criança... Absurdo tudo isso...
Espero que o filme fracasse pra que absurdos como esse não voltem a acontecer. (Mas quem quero enganar? Absurdos como esse VÃO voltar a acontecer...)
Pois é, Renato. E olha que Bulma fica apaixonada por Yamcha no início - os dois até namoram por uma época. Enquanto Goku e Kuririn treinam para os variados torneios de artes marciais. Na fase Z, Goku se casa com Chichi - uma amiga de infância. Como eu disse, toda a mitologia de Dragon Ball tinha que ficar onde estava, no anime. Dragonball nunca vai ser Dragon Ball. - Se pelo menos traduzissem para o Cinema com uma história pelo menos original, respeitando os fãs!
Esse é daqueles que provavelmente vou passar bem longe!
A crítica me pareceu quase que uma confissão de um guilty pleasure!!!! kkkkkkkkkk
na verdade
yamcha se transformava em lobisomen no inicio
e ele tem uma ligação com lobos mesmo
Renato,
escrevi um texto em meu blog, sobre a altura criminosa do parapeito que margeia o ribeirão Arrudas, aqui em BH, com intuito de que o mesmo seja elevado, e gostaria que você se puder/quiser desse uma lida.
E caso ache procedente, o divulgue, para que esse absurdo seja sanado.
O texto ainda sofrerá algumas correções e inclusão de mais fotos, mas já está com sua essencia inteligivel. Há anos queria me manifestar sobre esse problema.
Link para o texto:
womni.blogspot.com/.../...rafego-e-o-ribeirao.html
xlucas
http://womni.blogspot.com
Deu 'tilt" no link anterior:
link correto:
http://womni.blogspot.com/2009/03/engenheiros-de-trafego-e-o-ribeirao.html
xlucas
http://womni.blogspot.com
Renato, obrigado pela visita ao meu blog.
Quanto a minha "verdadeira" identidade :), rsrs. Meu nome real é William. xlucas é apenas meu alter-ego... tipo Bruce Wayne/batman, Clark Kent/Superman... sacou :>) ??
Falando nisso, uma vez de brincadeira (talvez ainda o faça), cogitei, de zoeira com uns amigos,criar um super-heroi brasileiro, que se chamaria/seria, o Onça-Man (homem onça.. zoando claro). Porem mesmo que eu estivesse brincando... lá fora é o que eles fazem com seus super-herois, que também são baseados em bichos: Homem-aranha, Homem-formiga, Homem-morcego, homem-passaro, etc... mas como é em inglês, soa "cool". :).
Ok eu podia ter escolhido um bicho que não tivesse o nome "no feminino"... mas eu tava brincando...
No mais obrigado
xlucas
http://womni.blogspot.com/
O filme é muuuuuito diferente da série! É tipo Street Fighter com o Van Damme... pra fan colocar no paredão e meter bala!
Desde o início eu imaginada que uma versão americana não ia dar certo. O filme só confirmou isso.
Não foi a história de Dragon Ball transportada para o cinema - foi um apanhado de elementos de elementos da série jogado no meio do clichezão hollywoodiano.
Para quem viu Dragon Ball ani^mê/mangá e DB Filme só tem uma coisa: é IMPOSSÍVEL comparar! Os dois são, de longe, coisas diferentes!
Esse filme foi uma afronta a quem gosta do mangá, o original.
Era uma tentativa de ganhar dinheiro de uma série que nao conseguiu repetir o sucesso dos anos 80, onde Dragon Ball e Dragon Ball Z foram o ápice, mas, nos anos 90 e 00 nao. É só ler Dragon Ball-GT, Son-Goku e Dragon Ball-Kai.
É um filme cansativo.
E só pra opinar, live-actions sao HORROROSOS!
Alguem lembra do anime MEGA-MAN? Nao o americano que passava no SBT, o japones. Era bem feito e interessante. Alguem viu o filme?
MEGA-MAN - GET EQUIPPED?
É péssimo, praticamente um LIVE-ACTION.
2 LIVE-ACTION sao dignos de elogios, DEATH NOTE e O MENINO-DEMONIO.
Dragon Ball Evolution é péssimo.
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