Bela Noite Para Voar

por
  • RENATO SILVEIRA em
  • 18 março 2009




  • Já se falou muito sobre Juscelino Kubitscheck, bem e mal, na TV, nos jornais, nos livros de História, nos debates sobre política etc. Mas esta deve ser a primeira vez que alguém retrata o ex-presidente no cinema como protagonista de um thriller de ação, ou algo que se aproxime disso. Pense em um "Operação Valquíria" com JK no lugar de Hitler e oficiais da Força Aérea Brasileira no lugar da força de resistência do exército alemão. "Bela Noite Para Voar" é isso, com a diferença de que o filme se coloca a favor do presidente e não tem a mesma elegância do trabalho de Bryan Singer.

    Não digo nem que o filme deveria ser imparcial em relação à figura de JK. Se o objetivo era apenas fazer esse recorte na História política do país e retratar um episódio curioso, que ao menos o diretor Zelito Viana fosse direto ao assunto. Mas ao invés disso, o filme é repleto de frescuras, como tentar contextualizar a história com frases colocadas na boca dos personagens (e que nunca são ditas com naturalidade por seus intérpretes), ou um ridículo flashback no qual JK relembra o dia em que se comprometeu em criar Brasília (parece até piada).

    As atuações não estão boas, o elenco é mal escalado (até Wolf Maya e o Seu Armando Volta da Escolinha do Professor Raimundo estão lá), o filme tem aquelas coisas irritantes de caracterizar as pessoas como se fossem personagens de novela, tem aquele cara que sempre faz papel de estrangeiro que fala português com sotaque engraçado, toda vez que aparece a Mariana Ximenes (que vive uma amante de JK, retratada praticamente como uma primeira-dama) aquele clima romântico brega toma conta da tela, e vai... Os problemas são evidentes. E numa cinematografia como a nossa, carente de boas biografias sobre personalidades históricas, o filme de Zelito Viana não ajuda muito a mudar o quadro.

    Será Lula a próxima vítima?

    nota: 4/10 -- veja sem pressa

    Bela Noite Para Voar (2009, Brasil)
    direção: Zelito Viana; roteiro: Zelito Viana (baseado no livro de Pedro Rogério Moreira); fotografia: Alziro Barbosa; montagem: Diana Vasconcellos; música: Sílvio Barbato; produção: Claudia Furiati, Daniel F. Sroulevich; com: José de Abreu, Mariana Ximenes, Marcos Palmeira, Julia Lemmertz, Cecil Thiré, Wolf Maia, Alexandre Borges, Tom Curti; David Pinheiro; estúdio: Caribe Produções; distribuição: Universal Pictures. 87 min

    7 comentários:

    Marcelo Miranda disse...

    "Será Lula a próxima vítima?" /// Com Fábio Barreto no comando, você tem alguma mínima dúvida?

    RENATO SILVEIRA disse...

    É, Marcelão... Nossas perguntas são retóricas. Mas vai saber, né? Vai que ele seja acometido por uma epifania hehehe.

    []s!

    Marcelo Miranda disse...

    Sendo muito otimista, Renatão: eu duvido.

    paulo cesar disse...

    fraquinho o filme, zelito viana é medio né ? O elenco é estranho mesmo. O que me chamou atenção além do sambarilove foi a presença infima do nizo neto também da escolinha, fazendo quase u,a figuração.Muito mau aproveitado.

    Anônimo disse...

    O que mais me chama atenção são esses cineastas precosses que fazem comentários sem o menos fundamento, observa-se que são assiduos frequentadores da novelinha das 8 ou escolinha seguida de zorra total, poxa colaborem com os avanços do cine-Brasil ou sera que gostariam de assistir mazzarope em preto e branco? Dentro do razoável o filme tem seu glamour: fotográfia boa ! Interpretação divertida. Além do mais temos presenciado coisas bem piores não é mesmo .....Nota 7,2. Bye.

    Anônimo disse...

    Eu assiti hoje (12/08/2011) no Canal Brasil e gostei muito. Nem todos atores são brilhantes. E daí? O nosso país também não é brilhante em tudo que faz. Mas o filme tem tudo a ver com a gente e a nossa história, mesmo temperada com alguma ficção. Mostra uma época e lugares que me troxeram imensas e profundas recordações. Para mim, só isso já valeu o filme. Como se não bastasse, ainda tem a Mariana Ximenes num banho de espuma e num cadillac estilo "no tempo da brilhantina". Demais! Do ponto de vista comunicação, pra mim, nota dez!

    Anônimo disse...

    Errata: onde está "troxeram", leia-se "trouxeram". Desculpem a nossa falha!

     
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