Em 1951, em plena paranóia da Guerra Fria e da ameaça de uma guerra atômica, “O Dia em que a Terra Parou” deixou de lado as invasões alienígenas e o combate entre seres de outros planetas para fazer um apelo à paz entre os homens.
2009. Quase 60 anos após o lançamento do clássico dirigido por Robert Wise, uma refilmagem chega aos cinemas brasileiros com o mesmo objetivo, mas em outro contexto. Agora, é o aquecimento global que preocupa civilizações extraterrestres, já que a situação cada vez mais degradante do planeta estaria provocando uma instabilidade na galáxia.
Keanu Reeves, em toda a sua inexpressividade e canastrice, não precisa se esforçar muito para interpretar Klaatu, um alienígena em fase de adaptação que representa os povos de outros mundos. Ele chega à Terra a bordo de uma espaçonave esférica, que por si só já lembra um planeta, e informa que veio com a missão de salvar este nosso belo e maltratado corpo celeste. Para isso, no entanto, é necessário exterminar a principal causa da destruição do meio-ambiente: a humanidade. A resposta dos homenzinhos, claro, é de calibre pesado.
Apesar de se manter fiel a aspectos do filme original, como na relação do personagem de Keanu Reeves com a cientista vivida por Jennifer Connelly e com seu filho adotivo, o garoto Jaden Smith (que está bem melhor em “À Procura da Felicidade”, diga-se de passagem), a nova versão de “O Dia em que a Terra Parou” decepciona por tocar pouco na crítica política (salva-se o bom casting de Kathy Bates como Secretária de Segurança do governo americano) e se concentrar no melodrama familiar. Dessa forma, o roteirista David Scarpa acaba gastando quase uma hora para fazer o que Edmund H. North diz em 10 minutos no script de 1951 .
Aliás, talvez para evitar ficar datado, a história é situada em um futuro próximo, e não no presente, já que os conflitos no oriente médio são ignorados – quando, na verdade, podiam servir como mais um fator agravante para a intervenção alienígena. E quero muito acreditar que é uma piada a cena em que vemos a NASA descobrir o local exato aonde o suposto "meteoro" cairá dentro de pouco mais de uma hora.
Os efeitos especiais, que no primeiro filme quase não apareciam de tão simples que eram, agora ganham um papel principal e ofuscam a história contada. São bem realizados, sem dúvida, especialmente nas cenas do robô gigante Gort (um deleite para os aficcionados por sci-fi). Mas os animadores acabam pecando pelo exagero.
Depois do tenso e inovador “O Exorcismo de Emily Rose”, era de se esperar mais do diretor Scott Derrickson – que inclusive se dá o direito de brincar de Roland Emmerich nas cenas de desastre. Mas neste novo “O Dia em que a Terra Parou”, o cineasta parece voltar aos tempos de “Hellraiser: Inferno” e deixa passar uma oportunidade de renovar a história que imortalizou a frase “Klaatu barada nikto!” Acaba que o clássico, se visto hoje, não fica tão ultrapassado assim. Basta trocar os nomes e as datas, que o impacto se mantém.
2009. Quase 60 anos após o lançamento do clássico dirigido por Robert Wise, uma refilmagem chega aos cinemas brasileiros com o mesmo objetivo, mas em outro contexto. Agora, é o aquecimento global que preocupa civilizações extraterrestres, já que a situação cada vez mais degradante do planeta estaria provocando uma instabilidade na galáxia.
Keanu Reeves, em toda a sua inexpressividade e canastrice, não precisa se esforçar muito para interpretar Klaatu, um alienígena em fase de adaptação que representa os povos de outros mundos. Ele chega à Terra a bordo de uma espaçonave esférica, que por si só já lembra um planeta, e informa que veio com a missão de salvar este nosso belo e maltratado corpo celeste. Para isso, no entanto, é necessário exterminar a principal causa da destruição do meio-ambiente: a humanidade. A resposta dos homenzinhos, claro, é de calibre pesado.
Apesar de se manter fiel a aspectos do filme original, como na relação do personagem de Keanu Reeves com a cientista vivida por Jennifer Connelly e com seu filho adotivo, o garoto Jaden Smith (que está bem melhor em “À Procura da Felicidade”, diga-se de passagem), a nova versão de “O Dia em que a Terra Parou” decepciona por tocar pouco na crítica política (salva-se o bom casting de Kathy Bates como Secretária de Segurança do governo americano) e se concentrar no melodrama familiar. Dessa forma, o roteirista David Scarpa acaba gastando quase uma hora para fazer o que Edmund H. North diz em 10 minutos no script de 1951 .
Aliás, talvez para evitar ficar datado, a história é situada em um futuro próximo, e não no presente, já que os conflitos no oriente médio são ignorados – quando, na verdade, podiam servir como mais um fator agravante para a intervenção alienígena. E quero muito acreditar que é uma piada a cena em que vemos a NASA descobrir o local exato aonde o suposto "meteoro" cairá dentro de pouco mais de uma hora.
Os efeitos especiais, que no primeiro filme quase não apareciam de tão simples que eram, agora ganham um papel principal e ofuscam a história contada. São bem realizados, sem dúvida, especialmente nas cenas do robô gigante Gort (um deleite para os aficcionados por sci-fi). Mas os animadores acabam pecando pelo exagero.
Depois do tenso e inovador “O Exorcismo de Emily Rose”, era de se esperar mais do diretor Scott Derrickson – que inclusive se dá o direito de brincar de Roland Emmerich nas cenas de desastre. Mas neste novo “O Dia em que a Terra Parou”, o cineasta parece voltar aos tempos de “Hellraiser: Inferno” e deixa passar uma oportunidade de renovar a história que imortalizou a frase “Klaatu barada nikto!” Acaba que o clássico, se visto hoje, não fica tão ultrapassado assim. Basta trocar os nomes e as datas, que o impacto se mantém.
nota: 4/10 -- veja sem pressa
O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 2008, EUA)
diretor: Scott Derrickson; com: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jaden Smith, John Cleese, Jon Hamm, Kyle Chandler; roteiro: David Scarpa (baseado no roteiro original de Edmund H. North); produção: Paul Harris Boardman, Gregory Goodman, Erwin Stoff; fotografia: David Tattersall; montagem: Wayne Wahrman; música: Tyler Bates; estúdio: 3 Arts Entertainment, Earth Canada Productions, 20th Century Fox; distribuição: 20th Century Fox. 103 min
diretor: Scott Derrickson; com: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jaden Smith, John Cleese, Jon Hamm, Kyle Chandler; roteiro: David Scarpa (baseado no roteiro original de Edmund H. North); produção: Paul Harris Boardman, Gregory Goodman, Erwin Stoff; fotografia: David Tattersall; montagem: Wayne Wahrman; música: Tyler Bates; estúdio: 3 Arts Entertainment, Earth Canada Productions, 20th Century Fox; distribuição: 20th Century Fox. 103 min
5 comentários:
Eu assisti ao original há muito tempo atrás, lembro que gostei, mas recordo muito pouco agora. Este verei também.
Ah! Percebo que o Keanu Reeves, não é nenhum Marlon Brando, mas, não sei por que, gosto dele. :)
Fora do tópico:
Não era o Rodrigo Santoro quem faria o Gambit de "Wolverine" ? Em todo lugar que vejo tão dizendo que é Taylor Kitsch, quem fará o papel.
xlucas
http://womni.blogspot.com
xlucas, que eu saiba o Santoro nunca foi escalado para ser o Gambit hehehe E ainda bem que não foi!
Quanto ao Reeves, sei lá... Gosto dele só nos "Matrix".
[]s!
Eh!!!... devo ter me confundido.
Jurava ter visto em algum lugar que o Santoro faria o papel.
Bem, valeu..
Tenho que largar a marijuana :>)
Brincadeirinha, não fumo nem cigarro...
Alías, não fumo, não bebo, não cheiro, não tre... ops isso sim.. só minto as vezes.. :>)
xlucas
Tenho que confessar que regravações e readaptações no cinema já estão me causando grande receio! Normalmente o original é melhor e em alguns casos não são filmes que podemos dizer valer a pena ver de novo. Ainda não assisti esse novo “O Dia Em Quem a Terra Parou”, mesmo assim fiquei me perguntando qual era a desculpa dessa vez para estragar um bom filme? É uma ótima história que merecia ser recontada?
A historia é muito boa!
Mas nao conseguiram desenvolvê-la adequadamente.
A parte em que ele "negocia" é fantastica, é um embate filosofico muito interessante.
Mas o "suspense" nao conseguiu absorver os espectadores, e faltou alguma coisa, nao sei o que, mas fiquei com essa sensaçao presa.
Até agora tenho sentidos relutantes, se gostei ou nao desse filme. E ja tem mais de ano que assisti no cinema...
O original é bom, e o livro é maravilhoso.
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