Em meu segundo, e infelizmente último, dia de mostra (domingo, 25), resolvi não assistir a sessão de curtas infantis depois da decepção que tive com os curtas do dia anterior. Cheguei ao Cine Tenda para acompanhar a Série Especial: Retratos de curtas digitais. Enquanto esperava na fila, alguns pais saíam com os filhos (a maioria bem pequenos) antes do fim da sessão.
Pouco tempo depois, uma multidão de crianças e alguns adultos desocuparam a sala. Assisti a três documentários bem razoáveis que, como numa escala, foram melhorando sensivelmente do primeiro ao último. O primeiro, "Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico", de Wilson Freire, me deu vontade de sair, como aquelas crianças que eu tinha visto há pouco. O estilo de narração do protagonista quando está declamando suas poesias me lembrou aquelas pessoas que entram no ônibus para pedir ajuda, vender canetas, adesivos para clínicas de recuperação de dependentes químicos. Não tenho nada contra essas clínicas, mas esse discurso ensaiado e a fala excessivamente dramática chegam a gerar um desconforto para meus ouvidos.
Apredinda a lição, permaneci na sala quando a série acabou. Em 30 minutos começaria “A Concepção” (crítica em breve), de José Eduardo Belmonte. Sabia que era um filme polêmico e que alguns julgaram apelativo. Mas, eu achei genial! Fiquei me perguntando se os concepcionistas realmente existem, ou se já existiram... É o tipo de filme que é quase impossível sair do cinema com a cabeça “vazia”. Todos saíam calados. Pareciam estar digerindo o que tinham acabado de ver.
Saí de lá ainda pensando sobre “A Concepção” e, pouco depois, estava na praça para ver o filme que mais despertou meu interesse entre todos da programação de Tiradentes: “Contratempo” (crítica em breve), de Malu Mader e Mini Kerti. Há algumas semanas vi a Malu falar sobre o longa no Altas Horas. Fiquei com vontade de assistir. Quando saiu a programação da mostra torci para estar lá no dia da exibição.
Antes do filme começar, Malu Mader chegou. Todos queriam falar com ela, tirar fotos ou pelo menos vê-la bem de perto. Aproximei-me para acompanhar uma entrevista que ela dava à TV da Mostra. Naquele momento, já ficou claro que ela estava ali para cumprir agenda. Ela foi apresentada ao público, falou sobre seu documentário, sobre a ausência dos Titãs no dia anterior e, confirmando a impressão que tive, falou sobre a alegria da banda em poder exibir o longa num ambiente tão descontraído.
Antes da metade do filme Malu Mader foi embora e “levou” com ela muitas pessoas que estavam na praça. O número de espectadores que foi se levantando depois da partida da estrela global me impressionou, tanto quanto o excesso de atenção da produção da mostra para com ela (parecia até incomodá-la). Tenho que admitir que a atitude dessas pessoas chegou a me causar certa revolta. Afinal, eu estava diante de um filme sensível, bonito, engraçado... Tudo ao mesmo tempo e sem apelar ou explorar a realidade de seus protagonistas. Um filme honesto e melhor do que tudo que já vi Malu fazer como atriz.
Terminei a noite com o belo som da orquestra formada pelos muito bem selecionados personagens de “Contratempo”. Uma ótima maneira de fechar minha breve passagem por Tiradentes.
Pouco tempo depois, uma multidão de crianças e alguns adultos desocuparam a sala. Assisti a três documentários bem razoáveis que, como numa escala, foram melhorando sensivelmente do primeiro ao último. O primeiro, "Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico", de Wilson Freire, me deu vontade de sair, como aquelas crianças que eu tinha visto há pouco. O estilo de narração do protagonista quando está declamando suas poesias me lembrou aquelas pessoas que entram no ônibus para pedir ajuda, vender canetas, adesivos para clínicas de recuperação de dependentes químicos. Não tenho nada contra essas clínicas, mas esse discurso ensaiado e a fala excessivamente dramática chegam a gerar um desconforto para meus ouvidos.
Apredinda a lição, permaneci na sala quando a série acabou. Em 30 minutos começaria “A Concepção” (crítica em breve), de José Eduardo Belmonte. Sabia que era um filme polêmico e que alguns julgaram apelativo. Mas, eu achei genial! Fiquei me perguntando se os concepcionistas realmente existem, ou se já existiram... É o tipo de filme que é quase impossível sair do cinema com a cabeça “vazia”. Todos saíam calados. Pareciam estar digerindo o que tinham acabado de ver.
Saí de lá ainda pensando sobre “A Concepção” e, pouco depois, estava na praça para ver o filme que mais despertou meu interesse entre todos da programação de Tiradentes: “Contratempo” (crítica em breve), de Malu Mader e Mini Kerti. Há algumas semanas vi a Malu falar sobre o longa no Altas Horas. Fiquei com vontade de assistir. Quando saiu a programação da mostra torci para estar lá no dia da exibição.
Antes do filme começar, Malu Mader chegou. Todos queriam falar com ela, tirar fotos ou pelo menos vê-la bem de perto. Aproximei-me para acompanhar uma entrevista que ela dava à TV da Mostra. Naquele momento, já ficou claro que ela estava ali para cumprir agenda. Ela foi apresentada ao público, falou sobre seu documentário, sobre a ausência dos Titãs no dia anterior e, confirmando a impressão que tive, falou sobre a alegria da banda em poder exibir o longa num ambiente tão descontraído.
Antes da metade do filme Malu Mader foi embora e “levou” com ela muitas pessoas que estavam na praça. O número de espectadores que foi se levantando depois da partida da estrela global me impressionou, tanto quanto o excesso de atenção da produção da mostra para com ela (parecia até incomodá-la). Tenho que admitir que a atitude dessas pessoas chegou a me causar certa revolta. Afinal, eu estava diante de um filme sensível, bonito, engraçado... Tudo ao mesmo tempo e sem apelar ou explorar a realidade de seus protagonistas. Um filme honesto e melhor do que tudo que já vi Malu fazer como atriz.
Terminei a noite com o belo som da orquestra formada pelos muito bem selecionados personagens de “Contratempo”. Uma ótima maneira de fechar minha breve passagem por Tiradentes.
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