Não entendi realmente a indicação de Leonardo DiCaprio para o Globo de Ouro de Melhor Ator por esse papel. Ele é um bom ator e acho que a essa altura do campeonato não precisa mais mostrar isso à ninguém. O único crédito nas atuações em “Diamante de Sangue” vai para Djimon Hounsou.
Tratando de um tema relevante, o uso de trabalho escravo para a mineração de diamantes que por sua vez financiam a guerra civil em Serra Leoa nos anos 90, “Diamante de Sangue” parece estar um pouco datado. Não se aprende nada mais no filme do que se lê em um artigo da Veja em poucos minutos. Talvez seja pelo fato de que filmes em Hollywood perecem durante anos no que é chamado “inferno do desenvolvimento”. Este pareceu sofrer da mesma sina, perdendo com o tempo a sua devida importância, sendo necessária a criação de subtramas para dar um conteúdo maior à história, que por sua vez só vem a ressaltar a verdade de que o mundo não liga muito para a África.
DiCaprio no papel do mercenário/contrabandista de bom coração pouco tem a fazer. Todos sabemos que o desenvolvimento do personagem será um só: de ganancioso e egoísta, ele alcançará a redenção até o final do filme. Se Zwick substituí-se DiCaprio por Bruce Willis, com quem já trabalhou em “Nova York Sitiada”, não existiria diferença alguma no papel. O único personagem que parece crescer e se adaptar às situações que acontecem durante a projeção é Solomon Vandy, interpretado por Hounsou. A jornalista vivida por Jennifer Connelly está lá por mera figuração. Seu papel poderia muito bem ter sido feito por um ator qualquer, até porque sua personagem tem um objetivo único que é promover um desfecho politicamente correto, nada mais.
O filme de Edward Zwick é meio insosso, até mesmo demagogo por vezes. O tempo perdido poderia ser usado assistindo a algo mais importante e realmente estarrecedor como “O Jardineiro Fiel”, de Fernando Meirelles (e olha que não estou querendo puxar sardinha pro nosso lado), ou mesmo “Hotel Ruanda”, de Terry George - filmes que lidam com o mundo africano de uma maneira sincera e coerente.
Diamante de Sangue (Blood Diamond, 2006, EUA), dir.: Edward Zwick - 5 de janeiro nos cinemas brasileiros
3 comentários:
"Insonso"??? Não seria insosso?
Esse é um dos filmes que mais estou aguardando para ano que vem (junto com Dreamgirls e 300 de Esparta). Não por causa de Leonardo Dicaprio - pois nunca vi nada nele! - mas por causa do diretor Edward Zwick, cineasta de quem gosto muito (principalmente de Tempo de Glória). Sem contar que trata-se de uma história rodada na África (e eu amo a África). Abraços do crítico da caverna.
Tirando a parte historica, em que todos conhecemos as guerras civis africanas, onde TODAS foram originadas pela caça a ouro e pedras preciosas, quando americanos e sovieticos armaram todo o continente para "se defenderem dos invasores", esse filme nao tem nada de bom.
Claro que muitos ditadores espertinhos se aproveitaram da situaçao pra dilatar a guerra entre tribos, mas o ouro e o trafico internacional de armas sempre está presente nas historias dessas guerras onde mericanos e sovieticos sao os maiores culpados.
Bom filme sobre isso é JOGOS DO PODER.
Mas, diamante de sangue deixou MUITO a desejar.
É basicamente um Inimigo do Estado, só que sem as parafernalhas tecnologicas.
Há corrupçao, ganancia, traiçao, honra, redençao e salvaçao.
Resumi o filme.
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