Sem dúvidas, o melhor filme de Harold Ramis desde “Feitiço do Tempo”. Além de ser bem enquadrado e fotografado, dosa na medida certa o humor negro com a trama policial noir, ainda que a história não se revele das mais interessantes. O roteiro tem bons diálogos, mas sua estrutura não permite que o espectador fique surpreso com as reviravoltas, afinal, nesse tipo de filme você já espera que um personagem irá passar a perna no outro. O desenrolar do enredo acaba se tornando um tanto previsível. Há ótimas atuações, em especial, de Oliver Platt e John Cusack – este, redimindo-se do romance-xarope “Procura-se um Amor que Goste de Cachorros”, lançado no mesmo ano. Billy Bob Thornton continua divertido e à vontade com o sarcasmo habitual da maioria de seus personagens (é a segunda vez que ele duela com Cusack, a primeira sendo em “Alto Controle”), enquanto Connie Nielsen surge irreconhecível como a femme fatale, loira e de olhos azuis. Não é de se estranhar que “A Sangue Frio” tenha chegado ao Brasil direto em vídeo, pois é um filme pequeno e sem grandes pretensões, que provavelmente ficaria uma ou duas semanas em cartaz por não ser direcionado ao mesmo público para o qual Ramis costuma filmar (só recapitulando, seus últimos filmes foram “A Máfia no Divã”, “Endiabrado” e “A Máfia Volta ao Divã”). Causa até um certo estranhamento vê-lo usando esse estilo de direção mais seco, com direito a tomadas bastante violentas. O elemento surpresa está mais nessa constatação do que no fim que a história leva.
A Sangue Frio (The Ice Harvest, 2005, EUA) - dir.: Harold Ramis - em DVD, nas lojas e locadoras.
A Sangue Frio (The Ice Harvest, 2005, EUA) - dir.: Harold Ramis - em DVD, nas lojas e locadoras.
2 comentários:
Gosto muito de John Cusack e, definitivamente, não gosto de Billy Bob Thornton. Então, ficaria em cima do muro na hora de alugar esse filme. Porém, acredito que alugarei pelo Cusack (os últimos dois dilmes que vi com ele valeram a locação: O Júri e Meia-noite no jardim do bem e do mal). Quando vi o título do post pensei se tratar de uma refilmagem do clássico livro de Truman Capote. Abraços do crítico da caverna e feliz 2007 para você.
Excelente filme.
Humor negro inteligente.
Sem exageros de dose ou falta dela.
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