Não há dúvidas de que Kevin Spacey sabe fazer uma ótima imitação de Bobby Darin, mas daí a estrelar uma cinebiografia sobre o multifacetado artista são outros quinhentos. Ainda mais se considerarmos que, quando faleceu, Darin era dez anos mais novo do que o ator. “Uma Vida Sem Limites” tem mais cara de filme de ego, afinal, Spacey não só atua e canta, como dirige, escreve, produz e, ainda por cima, usou o lançamento nos cinemas em 2004 para fazer uma turnê musical pelos EUA. Isto sim é que entrar com tudo num projeto.
Esta era uma cinebiografia maldita que vinha há anos e anos sendo desenvolvida e passou pelas mãos de vários roteiristas e atores. Talvez, num desses “agora ou nunca” da vida, Spacey tenha resolvido fazer tudo sozinho quando chegou sua vez de segurar a batata. Ele até faz um bom trabalho na direção, tornando bastante dinâmica e inventiva a passagem de uma cena à outra, além de criar números musicais grandiosos, que remetem diretamente às produções do gênero que Hollywood realizava nos anos 50, época em que o filme se passa. Os números são bem coreografados, mas Spacey não é nenhum Fred Astaire e sua performance acaba se tornando risível, já que, para piorar, os bailarinos são bem mais jovens do que ele, o que só ressalta o problema de casting.
Na infância, Darin é interpretado pelo garoto William Ullrich, que faz aparições esporádicas mais tarde, representando o apego do cantor à sua mãe. Quando gravou seu primeiro hit, “Splish, Splash”, Darin tinha 21 anos e, a essa altura, já é interpretado por Spacey (cujos traços, temos que admitir, realmente lembram o rosto do cantor). Para disfarçar a idade (45 anos na época da filmagem), ele usa próteses no nariz e sobre os olhos, mas essas nunca são verossímeis. O elenco também é prejudicado por Kate Bosworth, que, como Sandra Dee, entrega uma atuação artificial. O filme cai de ritmo com sua entrada, pois passa a focalizar a história de amor. A partir dali, é como se a vida de Darin perdesse a graça. E como Spacey está vivendo Darin em todas as instâncias da produção, o complicado romance parece afetar de forma generalizada todo o longa.
A história de Bobby Darin ainda conta com uma curiosa reviravolta envolvendo sua mãe, mas essa parte da vida do cantor é mal explorada pelo filme devido ao pouco espaço que Spacey dá à relação dele com a irmã Nina. Poderia ter sido um ótimo filme. Pena que tenha sido prejudicado justamente por alguém que se julga um grande fã.
Uma Vida Sem Limites (Beyond the Sea, 2004, EUA) – em DVD
Esta era uma cinebiografia maldita que vinha há anos e anos sendo desenvolvida e passou pelas mãos de vários roteiristas e atores. Talvez, num desses “agora ou nunca” da vida, Spacey tenha resolvido fazer tudo sozinho quando chegou sua vez de segurar a batata. Ele até faz um bom trabalho na direção, tornando bastante dinâmica e inventiva a passagem de uma cena à outra, além de criar números musicais grandiosos, que remetem diretamente às produções do gênero que Hollywood realizava nos anos 50, época em que o filme se passa. Os números são bem coreografados, mas Spacey não é nenhum Fred Astaire e sua performance acaba se tornando risível, já que, para piorar, os bailarinos são bem mais jovens do que ele, o que só ressalta o problema de casting.
Na infância, Darin é interpretado pelo garoto William Ullrich, que faz aparições esporádicas mais tarde, representando o apego do cantor à sua mãe. Quando gravou seu primeiro hit, “Splish, Splash”, Darin tinha 21 anos e, a essa altura, já é interpretado por Spacey (cujos traços, temos que admitir, realmente lembram o rosto do cantor). Para disfarçar a idade (45 anos na época da filmagem), ele usa próteses no nariz e sobre os olhos, mas essas nunca são verossímeis. O elenco também é prejudicado por Kate Bosworth, que, como Sandra Dee, entrega uma atuação artificial. O filme cai de ritmo com sua entrada, pois passa a focalizar a história de amor. A partir dali, é como se a vida de Darin perdesse a graça. E como Spacey está vivendo Darin em todas as instâncias da produção, o complicado romance parece afetar de forma generalizada todo o longa.
A história de Bobby Darin ainda conta com uma curiosa reviravolta envolvendo sua mãe, mas essa parte da vida do cantor é mal explorada pelo filme devido ao pouco espaço que Spacey dá à relação dele com a irmã Nina. Poderia ter sido um ótimo filme. Pena que tenha sido prejudicado justamente por alguém que se julga um grande fã.
Uma Vida Sem Limites (Beyond the Sea, 2004, EUA) – em DVD
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