Em nome de Grimm!
A velha regra de que continuações nunca superam os filmes originais está ganhando cada vez mais exceções. Sério, quantas continuações têm sido melhores nos últimos anos? “X-Men 2”, “Blade 2”, “Toy Story 2”, “Star Wars: Episódio II”. Agora some “Shrek 2” a essa lista (e não é difícil prever que daqui a duas semanas “Homem-Aranha 2” também será incluído).
Graças a Grimm, lançaram mais cópias legendadas desta vez. A distribuidora teve o tino para perceber que “Shrek 2” não é apenas para crianças. Na sessão em que estive, só adultos e sala lotada. Tinha cenas em que o povo ria tão alto, que mal dava pra ouvir os diálogos. Numa boa, acho que a última vez que ouvi tantas risadas foi em “Quem Vai Ficar com Mary?”, isso em 1998. E quantas comédias já não saíram desde lá? De repente vem uma animação e faz a galera bater palmas no final (isso, então, é coisa mais rara ainda de se ver).
Mas “Shrek 2” merece isso tudo mesmo. Eu temia que com novos roteiristas as coisas não fossem ficar tão boas, mas melhoraram. Agora, além de paródias a contos de fadas à altura do primeiro, temos também mais e melhores sátiras a filmes. São tantas as referências: “E.T.”, “Alien”, “Senhor dos Anéis”, “A um Passo da Eternidade”... Para uma geração na qual histórias da carochinha são uma lembrança cada vez mais distante (eu nem sabia que existia o Gingerbread Man antes de Lorde Farquaad torturá-lo), e filmes ocupam esse lugar na memória, é um deleite sacar de onde saiu cada piada.
Ah, uma coisa que notei é que “Shrek 2” parece tentar consertar a controvérsia que o final do original gerou. Algumas pessoas dizem que o filme acaba sendo preconceituoso quando faz Fiona continuar sendo uma ogra, porque se ela voltasse a ser bonitona, formaria o casal com Shrek mostrando que a aparência não importa (algo de que discordo, pois fica claro no filme que ela teria que “tomar a forma de seu verdadeiro amor” – ela ama Shrek, logo, transforma-se nele pela própria força do feitiço. E pelo amor de Deus: aparência importa, sim, que hipocrisia). Não vou dizer o que acontece no fim, mas fica essa sensação. Aliás, o tema da beleza é recorrente aqui, mas a crítica à indústria da estética é mais ácida.
Até agora, “Shrek 2” é o melhor da PDI/DreamWorks, assim como “Toy Story 2” é o melhor da Pixar. A meia hora final é o ápice dessa miscelânea de citações, que envolve cinema, literatura, TV e até mesmo videogame. Os realizadores sabiam muito bem para quem estavam contando essa história, como um pai lendo para o filho seu conto favorito. Dá vontade de ver de novo para não perder nada. Além do que, ver o Burro e o Gato de Botas aprontando parece nunca ser cansativo.
Ps.: Não saia logo que os créditos aparecerem. Há uma cena extra! Depois, olhe aqui se você descobriu todas as referências.
Graças a Grimm, lançaram mais cópias legendadas desta vez. A distribuidora teve o tino para perceber que “Shrek 2” não é apenas para crianças. Na sessão em que estive, só adultos e sala lotada. Tinha cenas em que o povo ria tão alto, que mal dava pra ouvir os diálogos. Numa boa, acho que a última vez que ouvi tantas risadas foi em “Quem Vai Ficar com Mary?”, isso em 1998. E quantas comédias já não saíram desde lá? De repente vem uma animação e faz a galera bater palmas no final (isso, então, é coisa mais rara ainda de se ver).
Mas “Shrek 2” merece isso tudo mesmo. Eu temia que com novos roteiristas as coisas não fossem ficar tão boas, mas melhoraram. Agora, além de paródias a contos de fadas à altura do primeiro, temos também mais e melhores sátiras a filmes. São tantas as referências: “E.T.”, “Alien”, “Senhor dos Anéis”, “A um Passo da Eternidade”... Para uma geração na qual histórias da carochinha são uma lembrança cada vez mais distante (eu nem sabia que existia o Gingerbread Man antes de Lorde Farquaad torturá-lo), e filmes ocupam esse lugar na memória, é um deleite sacar de onde saiu cada piada.
Ah, uma coisa que notei é que “Shrek 2” parece tentar consertar a controvérsia que o final do original gerou. Algumas pessoas dizem que o filme acaba sendo preconceituoso quando faz Fiona continuar sendo uma ogra, porque se ela voltasse a ser bonitona, formaria o casal com Shrek mostrando que a aparência não importa (algo de que discordo, pois fica claro no filme que ela teria que “tomar a forma de seu verdadeiro amor” – ela ama Shrek, logo, transforma-se nele pela própria força do feitiço. E pelo amor de Deus: aparência importa, sim, que hipocrisia). Não vou dizer o que acontece no fim, mas fica essa sensação. Aliás, o tema da beleza é recorrente aqui, mas a crítica à indústria da estética é mais ácida.
Até agora, “Shrek 2” é o melhor da PDI/DreamWorks, assim como “Toy Story 2” é o melhor da Pixar. A meia hora final é o ápice dessa miscelânea de citações, que envolve cinema, literatura, TV e até mesmo videogame. Os realizadores sabiam muito bem para quem estavam contando essa história, como um pai lendo para o filho seu conto favorito. Dá vontade de ver de novo para não perder nada. Além do que, ver o Burro e o Gato de Botas aprontando parece nunca ser cansativo.
Ps.: Não saia logo que os créditos aparecerem. Há uma cena extra! Depois, olhe aqui se você descobriu todas as referências.
nota: 9/10 -- veja no cinema e compre o DVD
Shrek 2 (2004, EUA)
direção: Andrew Adamson, Kelly Asbury, Conrad Vernon; roteiro: Andrew Adamson, Joe Stillman, J. David Stem, David N. Weiss; design de produção: Guillaume Aretos; montagem: Michael Andrews, Sim Evan-Jones; música: Harry Gregson-Williams; produção: David Lipman, Aron Warner, John H. Williams; com vozes de: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Julie Andrews, Antonio Banderas, John Cleese, Rupert Everett, Jennifer Saunders; estúdio: DreamWorks SKG, PDI, DreamWorks Animation; distribuição: Universal. 93 min
direção: Andrew Adamson, Kelly Asbury, Conrad Vernon; roteiro: Andrew Adamson, Joe Stillman, J. David Stem, David N. Weiss; design de produção: Guillaume Aretos; montagem: Michael Andrews, Sim Evan-Jones; música: Harry Gregson-Williams; produção: David Lipman, Aron Warner, John H. Williams; com vozes de: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Julie Andrews, Antonio Banderas, John Cleese, Rupert Everett, Jennifer Saunders; estúdio: DreamWorks SKG, PDI, DreamWorks Animation; distribuição: Universal. 93 min
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