Por que os filmes de "Sex and The City" fazem sucesso mesmo sendo ruins?

por
  • VITOR DRUMOND em
  • 03 junho 2010



  • "Sex and the City 2" fez uma boa bilheteria de estreia. Na primeira semana arrecadou, ao redor do mundo, algo em torno dos 80 milhões de dólares. Para uma produção com críticas tão sofríveis, é uma bela bilheteria.

    Isto quer dizer alguma coisa. Tudo bem, é uma sequência de um filme de sucesso. OK, é a adaptação de um seriado de TV aclamado. Mas também é um filme para mulheres. Não única e exclusivamente para elas, mas bem direcionado para o público feminino. E quem não tem grandes filmes, caça com Carrie Bradshaw.

    É uma tendência para a qual os produtores de Hollywood ainda não se atentam: mulher ganha dinheiro também! Mulher quer gastar com coisas para ela! Mulher não é mais acessório para o marido levar para ver o novo do Stallone! Mulher está ávida por produtos para ela e isso não quer dizer pegar alguma coisa e pintar de rosa!

    "Sex and the City 2" pode até não ser bom. O primeiro não é. Se não existisse o seriado, possivelmente não faria o mesmo sucesso. Afinal, pelo menos no longa original, o conservadorismo da trama bate de frente com o que eu imaginei sobre a série (vi alguns episódios que comprovam minha teoria, mas não assisti a todas as temporadas). No entanto, é inegável que o seriado da HBO representou algo para o sexo feminino. Algo que falava diretamente para elas. Por meia hora, a televisão falava das mulheres sem tratá-las como donas-de-casa ou esposas. Acredito que essa percepção teve um reflexo no primeiro filme e também no segundo.

    A blogueira Anne Thompson fala algo interessante. Segundo ela, os críticos homens caíram em cima dos filmes "Sex and the City". Mas Thompson responde: "Esses longas não foram feitos para eles".

    Talvez quando os produtores de Hollywood souberem como fazer um filme para elas (e estou falando da indústria cinematográfica americana, cheia de receitas para o sucesso em potencial) e praticarem o conhecimento adquirido, um longa de gosto questionável não fizesse tanto sucesso. Mas enquanto essas experiências forem esporádicas, elas irão atrás de Sarah Jessica Parker.

    3 comentários:

    Indy-Joe disse...

    Realmente é um mercado pouco explorado e com grande potencial. (apesar que tem as comédias romanticas).

    Agora filmes pra adolescente tem aos montes e alguns (ou varios) filmes horriveis fazem sucesso.

    OFF-TOPIC

    O titulo nacional do filme do jim carrey é o tipico caso de distribuidores tentando vender o filme ao mercado nacional (imho). Sugere que ele ser gay é apenas um golpe. Pelo menos foi isso que pensei ao ver o titulo.

    Alex Melo disse...

    Olha... mesmo sendo homem eu gosto da série, mas o primeiro filme é muito fraquinho.

    Anônimo disse...

    Realmente o seriado falava diretamente para nós, mulheres. Sou mulher, tenho 29 anos e a minha volta amigas solteiras em busca de um amor, recém casadas, algumas com filhos, outras tentando vencer na vida profissional, administrando mil e um papéis como: ser uma esposa que faça o marido feliz, manter o corpo em dia, ser uma profissional nota 1000, ser uma boa mãe, administradora da casa, cuidar da alimentação, etc, etc, etc... fora ter tempo para fazer a unha toda semana, ler jornais e internet...
    As mulheres vivem mil e um dramas diariamente e a série traz de uma maneira inteligente e sensível a forma como algumas mulheres vivem esses dramas, sem cair no lugar comum. Além da identificação, a série traz algo importante para as mulheres e para os homens contemporâneos: um espaço para se poder olhar para tudo isso.
    Concordo que os filmes não trouxeram a profundidade do seriado, mas deu para matar a saudade e para pensar em novos temas que vivemos no cotidiano de ser uma mulher contemporânea.

     
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