Já era de se esperar que "Lua Nova" não fosse um grande filme. Afinal, trata-se do elo mais fraco da série escrita por Stephenie Meyer. Assim como "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", essa é uma obra de transição para a grande guerra que está por vir. A trama se resume ao repentino (e mal explicado) término, seguido da reconciliação (que no filme é fácil demais para se tornar crível) do casal protagonista: Bella e Edward.
Preenchendo a lacuna que a ausência do mocinho deixa na vida de Bella, surge a intensa amizade com o lobisomem Jacob, que é bem retratada no longa. Se levarmos em conta que foi necessário compactar as mais de 500 páginas do livro, pode-se concluir que a roteirista Melissa Rosenberg escolheu bem os momentos vividos pelos dois que deveriam ser priorizados. Mas o diretor Chris Weitz poderia ter dado mais atenção aos sentimentos conflitantes que Bella nutre pelo amigo e a dependência doentia que ela passa a ter dessa relação na ausência de Edward.
Se fizermos uma comparação com o primeiro filme, provavelmente aqueles que se queixaram das poucas cenas de ação ficarão mais satisfeitos. Os efeitos especiais também são melhores e usados com mais frequência. Além disso, a química ente Taylor Lautner (Jacob) e Kristen Stewart (Bella) não deixa nada a desejar à empatia existente entre o casal central da trama (Kristen e Robert Pattinson). Apenas a maquiagem usada para empalidecer os vampiros, embora esteja mais sutil que em "Crepúsculo", ainda é facilmente perceptível na tela grande do cinema.
Porém, as maiores e mais imperdoáveis falhas da adaptação são de responsabilidade do roteiro e direção. Primeiro: o livro é rodeado de momentos angustiantes que são estrategicamente prolongados pela autora (como o afogamento da mocinha e o resgate de Edward na Itália). Já no filme, essas cenas acabam num piscar de olhos. Tudo acontece e é solucionado tão rapidamente que a capacidade desse tipo de cena de fazer o coração do espectador disparar e a respiração congelar não é suficiente para conter os gritos das adolescentes quando Pattinson aparece sem camisa, por exemplo.
O segundo grande erro é a forma como é retratado o encontro de Bella, Edward e Alice com os Volturi (o clã que compõe a “realeza” vampiresca). A conversa entre os dois lados nessa cena é crucial para a continuação da história nos próximos filmes. Uma importante parte do diálogo foi substituída por uma cena de luta inexistente na obra de Meyer. Também o interesse de Aro (chefe Volturi, vivido por Michael Sheen) por fazer com que o trio se junte a seu clã, cobiçando os poderes dos três (entre eles os que Aro crê que Bella terá após virar uma imortal) é esquecido na cena. Assim, Weitz comete o mesmo erro que Catherine Hardwicke cometeu em "Crepúsculo" ao deixar de explicar a existência dessa realeza no primeiro longa – missão essa que ficou para o atual diretor e foi bem solucionada unindo uma parte originalmente do livro "Crepúsculo" a um momento de "Lua Nova" na mesma cena.
Ao invés de se preocupar em justificar e pautar melhor os acontecimentos, Weitz se concentra em fazer seu espectador se emocionar com o drama da pobre mocinha. E não dá para negar que, com algumas pessoas, a estratégia tem êxito. Mas não é o suficiente para fazer de "Lua Nova" um filme melhor que "Crepúsculo", embora seja tecnicamente mais bem feito.
Fica agora a expectativa de que "Eclipse" seja um longa melhor, já que o livro é superior aos dois primeiros. É possível esperar também mais cenas de ação e torcer para que dessa vez a angústia criada por elas seja compatível com o que o livro é capaz de causar. Mas, para aqueles que estão cansados de ver a trama sempre girar em torno da relação Bella-Edward, só "Amanhecer" poderá satisfazer, já que o último (e melhor) livro da série explora questões que vão além do umbigo do casal apaixonado.
Preenchendo a lacuna que a ausência do mocinho deixa na vida de Bella, surge a intensa amizade com o lobisomem Jacob, que é bem retratada no longa. Se levarmos em conta que foi necessário compactar as mais de 500 páginas do livro, pode-se concluir que a roteirista Melissa Rosenberg escolheu bem os momentos vividos pelos dois que deveriam ser priorizados. Mas o diretor Chris Weitz poderia ter dado mais atenção aos sentimentos conflitantes que Bella nutre pelo amigo e a dependência doentia que ela passa a ter dessa relação na ausência de Edward.
Se fizermos uma comparação com o primeiro filme, provavelmente aqueles que se queixaram das poucas cenas de ação ficarão mais satisfeitos. Os efeitos especiais também são melhores e usados com mais frequência. Além disso, a química ente Taylor Lautner (Jacob) e Kristen Stewart (Bella) não deixa nada a desejar à empatia existente entre o casal central da trama (Kristen e Robert Pattinson). Apenas a maquiagem usada para empalidecer os vampiros, embora esteja mais sutil que em "Crepúsculo", ainda é facilmente perceptível na tela grande do cinema.
Porém, as maiores e mais imperdoáveis falhas da adaptação são de responsabilidade do roteiro e direção. Primeiro: o livro é rodeado de momentos angustiantes que são estrategicamente prolongados pela autora (como o afogamento da mocinha e o resgate de Edward na Itália). Já no filme, essas cenas acabam num piscar de olhos. Tudo acontece e é solucionado tão rapidamente que a capacidade desse tipo de cena de fazer o coração do espectador disparar e a respiração congelar não é suficiente para conter os gritos das adolescentes quando Pattinson aparece sem camisa, por exemplo.
O segundo grande erro é a forma como é retratado o encontro de Bella, Edward e Alice com os Volturi (o clã que compõe a “realeza” vampiresca). A conversa entre os dois lados nessa cena é crucial para a continuação da história nos próximos filmes. Uma importante parte do diálogo foi substituída por uma cena de luta inexistente na obra de Meyer. Também o interesse de Aro (chefe Volturi, vivido por Michael Sheen) por fazer com que o trio se junte a seu clã, cobiçando os poderes dos três (entre eles os que Aro crê que Bella terá após virar uma imortal) é esquecido na cena. Assim, Weitz comete o mesmo erro que Catherine Hardwicke cometeu em "Crepúsculo" ao deixar de explicar a existência dessa realeza no primeiro longa – missão essa que ficou para o atual diretor e foi bem solucionada unindo uma parte originalmente do livro "Crepúsculo" a um momento de "Lua Nova" na mesma cena.
Ao invés de se preocupar em justificar e pautar melhor os acontecimentos, Weitz se concentra em fazer seu espectador se emocionar com o drama da pobre mocinha. E não dá para negar que, com algumas pessoas, a estratégia tem êxito. Mas não é o suficiente para fazer de "Lua Nova" um filme melhor que "Crepúsculo", embora seja tecnicamente mais bem feito.
Fica agora a expectativa de que "Eclipse" seja um longa melhor, já que o livro é superior aos dois primeiros. É possível esperar também mais cenas de ação e torcer para que dessa vez a angústia criada por elas seja compatível com o que o livro é capaz de causar. Mas, para aqueles que estão cansados de ver a trama sempre girar em torno da relação Bella-Edward, só "Amanhecer" poderá satisfazer, já que o último (e melhor) livro da série explora questões que vão além do umbigo do casal apaixonado.
nota: 6/10 -– vale o ingresso (se você for fã da série)
A Saga Crepúsculo: Lua Nova (The Twilight Saga: New Moon, 2009, EUA)
direção: Chris Weitz; roteiro: Melissa Rosenberg (baseado no livro de Stephenie Meyer); fotografia: Javier Aguirresarobe; montagem: Peter Lambert; música: Alexandre Desplat; produção: Wyck Godfrey; com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Christina Jastrzembska, Billy Burke, Anna Kendrick, Michael Welch, Justin Chon, Christian Serratos, Ashley Greene, Jackson Rathbone, Russell Roberts, Cam Gigandet, Michael Sheen, Nikki Reed; estúdio: Imprint Entertainment, Summit Entertainment, Sunswept Entertainment, Temple Hill Entertainment; distribuição: Paris Filmes. 130 min
direção: Chris Weitz; roteiro: Melissa Rosenberg (baseado no livro de Stephenie Meyer); fotografia: Javier Aguirresarobe; montagem: Peter Lambert; música: Alexandre Desplat; produção: Wyck Godfrey; com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Christina Jastrzembska, Billy Burke, Anna Kendrick, Michael Welch, Justin Chon, Christian Serratos, Ashley Greene, Jackson Rathbone, Russell Roberts, Cam Gigandet, Michael Sheen, Nikki Reed; estúdio: Imprint Entertainment, Summit Entertainment, Sunswept Entertainment, Temple Hill Entertainment; distribuição: Paris Filmes. 130 min
12 comentários:
Não gostei da crítica, pois insiste em fazer o que as crepusculetes fazem, que é ficar citando o livro quando fala do filme.
Estranhei ler algo assim aqui no Cinematório. Mesmo que no caso dessa crítica esteja apontando falhas no filme, isso deveria ser feito sem se ater aos livros.
Um filme é um filme, oras.
Se tivermos que sempre fazer comparações com o material em que um filme foi baseado (seja ele qual for), não vejo boas críticas e análises sendo feitas.
Felipe, eu penso o contrário. Esse filme não é baseado em qualquer obra desconhecida. Ele é baseado em um dos livros mais vendidos no mundo todo. É esse livro que levou os fãs aos cinemas, não o contrário. Para casos assim acho que uma crítica que não leva em conta a obra literária está incompleta. Se não eu tivesse lido o livro faria opção por não escrever.
caramba, gosto muito de você renato, e se vc está elogiando os livros, surgiu até um pouco de interesse em lê-los, mas infelizmente, quanto aos filmes eu discordo totalmente! os filmes são ruins, muito ruins, lua Nova é até um pouquinho melhor que o primeiro, mas a história é excessivamente repetitiva e melosa, não tem como aguentar. não consigo entender como vc conseguiu gostar tanto, principalmente de Crepúsculo!
Ops, Sorry, agora que eu percebi que o texto não é do Renato!!!!
mesmo assim Mariana, eu me interessei pelos livros pelo fato dos próximos, como vc disse, deixarem um pouco de lado a história de amor, as melhores cenas de Lua Nova, ao meu ver, são as da realeza vampira, e se o próximo filme se concentrar mais nessa trama, eu posso até gostar...
escrevi uma crítica do filme no meu blog, http://doutorcaligari.blogspot.com/2009/11/criticas-de-cinema-lua-nova.html, dê uma olhadinha....
Concordo com vc, Vinícius. Os Volturi são o ponto alto do Lua Nova (pena que deram pouca atenção pra eles no filme). No próximo eles devem ter uma aparição ainda menor, mas tem uma guerra com vampiros e lobos lutando contra vampiros recém criados que se for bem trabalhada pode ser um filme bem melhor.
Também acho que não adianta ficar comparando filmes com livros, mas tudo que se espera de um filme quando ele é baseado em uma obra literária é que ele mantenha a sua essência e tanto Crepúsculo como Lua Nova são deficientes nesse aspecto, pra começar o texto foi completamente "costurado" por falta de palavra melhor, juntaram falas aqui e ali para compor as cenas, principalmente de Edward com a Bella, e o relacionamento tanto Edward, Bella e Bella, Jacob não é nem de perto tão profundo como deveria parecer, fora outras coisas, como Bella não parecer em depressão só quando Edward a abandona, mas parece assim nos dois filmes! Quer dizer, onde está o gênio estourado e briguento que ela puxou do Charlie? Que aliás nem o próprio Charlie tem no filme! A discussões acaloradas e aos gritos com Jacob, a personalidade forte e espevitada de Alice Cullen e sem falar é claro da ligação mental da matilha de lobsomens que só é brevemente explicada por Jacob à Bella. Os efeitos especiais com certeza ficaram ótimos no segundo filme, mas esses detalhes teriam deixado o filme muito mais emocionante de ver. E uma coisa que as pessoas parecem esquecer ou querer mudar o tempo todo: A saga Crepúsculo fala do amor incondicional entre pessoas de diferentes espécies, da capacidade de colocar essas diferenças de lado em nome de emoções mais fortes como o amor e a amizade como a que mais tarde surgirá em os vampiros e os lobsomens, é um romance, não dá pra ver de forma diferente.
Pois é. Livro é livro e filme é filme. Para se escrever uma crítica (e creio que é o que fazem aqui no Cinematório), deve-se que ter isso em mente.
Por mais famoso que o livro seja, a crítica do filme deve ser independente, pois o filme também deve ser independente de um livro para que possa ser avaliado.
Gente, hoje em dia, quando se fala em termos comerciais, existe uma coisa só: uma grande marca - e ela é vendida na forma de filmes, livros, jogos e cia. Se estivéssemos falando de uma obra literária do século 19 transformada em filme atualmente, talvez essa discussão fosse cabível. Mas...atualmente, acho ingenuidade. Desculpe.
Sobre o filme: acho que antes de um filme ser bom ou ruim, ele tem de atender às expectativas que ele mesmo cria. Em outras palavras: se promete escorrer mel da tela, tem de fazer!
E isso Lua Nova faz. Dez no quesito.
Apenas senti falta de uma coisa: os diálogos realmente são muuuuuiiito rasos. Se abolíssemos as palavras "prometo" e "proteger", estaríamos diante de do mais clássico cinema-mudo.
Para um público que também está comprando o livro - e lendo, como estamos discutindo por aqui - poderíamos ter algo mais do que geme/treme. Mas, valeu.
O que mais me incomoda no filme é a Kristen Stewart. Não tem jeito, não consigo gostar da atuação dela. Parece tudo forçado, inclusive suas expressões e manias que a acompanham em todos os filmes que faz.
Eu esperava mais do filme,mais gostei dos efeitos,faltou o dialogo, e adorei o Jacob,que na minha opinião é bem melhor que o Edward.
Talvez você não concorda comigo, mas eu acho que Lua Nova foi o pior de toda a saga! Eu li os livros da série e gostei muito, foi uma história surpreendente. Vendo os filmes, eu estava decepcionado um pouco. A descrição dos personagens do livro não tem nada a ver com os atores protagistas. A única coisa que realmente mergulha no papel é Michael Sheen., não importa o projeto, demonstrou seu extraordinário talento. Atualmente, podemos desfrutar de seu trabalho sobre quarta temporada de Masters of Sex , uma série histórica definida na década de 50 demonstramos de forma sexualidade científica. É uma pena que a saga Crepúsculo chegou ao fim, felizmente, ainda podemos ver o elenco em outros projetos que tem certeza de deliciar-nos.
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