Em seu primeiro filme, "A Ponta de um Crime", que foi lançado direto em DVD no Brasil, Rian Johnson fez uma homenagem e uma refomulação do filme noir, contando uma história policial situada no ambiente escolar. Agora, em seu segundo longa-metragem, "Vigaristas", o cinema policial continua sendo o foco do diretor, mas em um subgênero diferente: os filmes de assalto, ou melhor dizendo, os filmes de golpe. A novidade que ele aplica é a história de amor e o drama meta-existencial do personagem de Adrien Brody, que está condicionado à vida que seu irmão "escreve" para ele.
A estrutura clássica do caper film está lá, com três atos bem definidos, personagens típicos como o ex-parceiro que se torna o inimigo número um, além, claro, das reviravoltas e traições. É aí, aliás, onde "Vigaristas" perde pontos, por tentar ludibriar o espectador e aplicar nele uma trapaça. Em filmes de fórmula semelhante, como "Onze Homens e um Segredo" e "Uma Saída de Mestre", ou o próprio "Os Vigaristas" de Ridley Scott (culpem a Paris Filmes por ter escolhido um título parecido), essa trapaça funciona a favor do público, pois acaba por nos surpreender pelo rumo que a trama toma. Já no filme de Johnson esse artifício narrativo se torna um pouco cansativo e até previsível pelo simples fato de nos deixar em estado de alerta para uma possível virada na história.
Se na escrita não se sai tão bem quanto poderia, Johnson novamente esbanja competência na direção e demonstra a boa evolução de sua técnica com a experência adquirida nos três anos que separam seus dois filmes. Na primeira metade de "Vigaristas", então, ele parece um veterano, tamanha sua facilidade em brincar com a narrativa. Em certos momentos, chega a lembrar o estilo de Martin Scorsese ou de Paul Thomas Anderson na montagem das cenas e na movimentação da câmera. E já que ele está homenageando um gênero de filme que esteve em alta nos anos 50 e 60, é notável como ele usa transições em íris ou cortina, dando ao longa um aspecto de filme antigo muito bem-vindo, ainda que a história se passe nos dias atuais.
Mas o trabalho de Johnson nada seria se não contasse também com o elenco de primeira, no qual se destacam as atuações de Adrien Brody, como o "good cop" que se opõe ao irmão "bad cop" vivido por Mark Ruffalo, e Rachel Weisz, que faz o par romântico de Brody. Ela, principalmente, brilha na tela pela ingenuidade de sua personagem. A força feminina do filme tem a cooperação da japonesa Rinku Kikuchi, que deve ter apenas uma ou duas falas, e mesmo assim tem uma presença de tela incrível. Todos os atores, aliás, incluindo aí Robbie Coltrane e Maximilian Schell, incorporam muito bem a caracterização dos personagens escritos por Johnson.
A estrutura clássica do caper film está lá, com três atos bem definidos, personagens típicos como o ex-parceiro que se torna o inimigo número um, além, claro, das reviravoltas e traições. É aí, aliás, onde "Vigaristas" perde pontos, por tentar ludibriar o espectador e aplicar nele uma trapaça. Em filmes de fórmula semelhante, como "Onze Homens e um Segredo" e "Uma Saída de Mestre", ou o próprio "Os Vigaristas" de Ridley Scott (culpem a Paris Filmes por ter escolhido um título parecido), essa trapaça funciona a favor do público, pois acaba por nos surpreender pelo rumo que a trama toma. Já no filme de Johnson esse artifício narrativo se torna um pouco cansativo e até previsível pelo simples fato de nos deixar em estado de alerta para uma possível virada na história.
Se na escrita não se sai tão bem quanto poderia, Johnson novamente esbanja competência na direção e demonstra a boa evolução de sua técnica com a experência adquirida nos três anos que separam seus dois filmes. Na primeira metade de "Vigaristas", então, ele parece um veterano, tamanha sua facilidade em brincar com a narrativa. Em certos momentos, chega a lembrar o estilo de Martin Scorsese ou de Paul Thomas Anderson na montagem das cenas e na movimentação da câmera. E já que ele está homenageando um gênero de filme que esteve em alta nos anos 50 e 60, é notável como ele usa transições em íris ou cortina, dando ao longa um aspecto de filme antigo muito bem-vindo, ainda que a história se passe nos dias atuais.
Mas o trabalho de Johnson nada seria se não contasse também com o elenco de primeira, no qual se destacam as atuações de Adrien Brody, como o "good cop" que se opõe ao irmão "bad cop" vivido por Mark Ruffalo, e Rachel Weisz, que faz o par romântico de Brody. Ela, principalmente, brilha na tela pela ingenuidade de sua personagem. A força feminina do filme tem a cooperação da japonesa Rinku Kikuchi, que deve ter apenas uma ou duas falas, e mesmo assim tem uma presença de tela incrível. Todos os atores, aliás, incluindo aí Robbie Coltrane e Maximilian Schell, incorporam muito bem a caracterização dos personagens escritos por Johnson.
nota: 8/10 -- vale o ingresso
Vigaristas (The Brothers Bloom, 2008, EUA)
direção: Rian Johnson; roteiro: Rian Johnson; fotografia: Steve Yedlin; montagem: Gabriel Wrye; música: Nathan Johnson; produção: Ram Bergman, James D. Stern; com: Adrien Brody, Rachel Weisz, Mark Ruffalo, Rinko Kikuchi, Robbie Coltrane, Maximilian Schell; estúdio: Endgame Entertainment, Ram Bergman Productions, The Weinstein Company; distribuição: Paris Filmes. 114 min
direção: Rian Johnson; roteiro: Rian Johnson; fotografia: Steve Yedlin; montagem: Gabriel Wrye; música: Nathan Johnson; produção: Ram Bergman, James D. Stern; com: Adrien Brody, Rachel Weisz, Mark Ruffalo, Rinko Kikuchi, Robbie Coltrane, Maximilian Schell; estúdio: Endgame Entertainment, Ram Bergman Productions, The Weinstein Company; distribuição: Paris Filmes. 114 min
4 comentários:
Também fiquei impressionado com a técnica apurada de Johnson.
Fiquei com muita vontade de ver o Brick.
Vigaristas surpreendeu-me. Um dos filmes mais divertidos desse ano.
Abraço!
Me falaram que esse filme ñ era bom, mas mesmo assim eu ainda quero ver. =D
Gostei muito do blog, vou te listar la no meu ta?
Renato???
Está tudo bem?
xlucas
http://www.womni.blogspot.com/
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