A violência contra "Halloween"

por
  • RENATO SILVEIRA em
  • 29 julho 2009



  • Qual violência é maior: as cenas gráficas e polêmicas de um filme de horror ou o distribuidor modificar ao seu gosto e sem pudor o trabalho de um artista?

    O lançamento de “Halloween – O Início” no Brasil, ocorrido no último dia 24, já entrou para os anais da distribuição de filmes no país devido à decisão da PlayArte Pictures de eliminar as cenas mais pesadas de violência. O objetivo foi conseguir uma classificação indicativa menor do que os 18 anos originalmente obtidos. O problema é que foram excluídos nada menos que 26 minutos de cenas, o que deturpou não só a montagem original como também o pleno entendimento da narrativa.

    Não constam precedentes de um caso como este em nossos cinemas. Pelo menos, não depois da ditadura. Mas vá lá: durante a vigência do AI-5, quem censurava e proibia era o governo, por imposição; já no caso de “Halloween”, existiu a opção de lançar a versão 18 anos e a decisão de fazer cortes partiu da própria PlayArte, o que torna o caso ainda mais estranho – e assustador para qualquer fã de filmes de horror. Já pensou se a moda pega?

    O cinematório entrou em contato com a PlayArte para esclarecer o assunto. Telefonamos durante toda a tarde para a assessora de imprensa, mas ela não se encontrava no escritório (leia retificação), segundo nos informou a recepção da empresa. Da mesma forma como aconteceu com G1 e CineClick, não obtivemos retorno até o momento.

    Ligamos também para o diretor comercial da PlayArte, Wilson Zaveri, mas, para nossa surpresa, ele nos disse, por e-mail, que não está a par do caso.

    “Não tenho conhecimento de cortes no filme ‘Halloween’, o que sei é que existe uma versão ‘sem censura’ (unrated) lançada em DVD nos EUA que está a venda na amazon.com, que talvez tenha algumas cenas a mais do que a versão de cinema, mas ainda não sei exatamente do que se trata”.

    Zaveri disse que encaminhou nosso questionamento sobre os cortes na versão brasileira para a assessoria de imprensa da PlayArte. Enquanto continuamos no aguardo da posição da empresa, prosseguimos no assunto. Afinal, a pergunta não cala: qual o direito que um distribuidor possui para modificar a versão do filme que comprou? Ele pode fazer os cortes que bem entender, sem precisar da autorização do detentor dos direitos autorais ou mesmo do diretor do filme?

    Conversando com um profissional da área, que trabalhou em duas distribuidoras independentes brasileiras, ele (que preferiu não se identificar) nos explicou que vale a suposição de que a partir do momento que um filme é vendido, “já era”.

    “É uma decisão meramente comercial. Eles compram o direito de exibir o filme e têm o direito de exibir da maneira que for mais conveniente. É uma parceria: se 18 anos não valer a pena para o distribuidor brasileiro, não vai valer a pena para o gringo também, já que o gringo também ganha royalties. E hoje é mais banalizado, porque a PlayArte ainda pode vir com a desculpa de que vai lançar o filme sem cortes em DVD especial.”

    Apesar da declaração alarmante, a coisa não funciona assim para todos os distribuidores e todas as produções. A California Filmes, que também vai lançar um filme de horror no Brasil – o polêmico “Anticristo”, de Lars von Trier, que possui cenas certamente mais violentas e controversas do que as de “Halloween” – explica que tudo é uma questão contratual. Eis o que a assessora de imprensa da California, Paula C. Ferraz, nos disse:

    “Segundo nosso departamento jurídico, a distribuidora precisa de autorização do produtor para fazer cortes. Cada caso é um caso, e tem filme que pode ter corte e tem filme que não pode, isso depende de cada contrato, com cada produtor e cada filme. A California nunca usou esse recurso, porque realmente acredita nos filmes que compra.”

    No caso de “Anticristo”, que tem lançamento previsto para 28 de agosto no Brasil, os fãs do gênero não precisam se preocupar, como nos conta Paula:

    “Os produtores disponibilizaram uma versão mais light do filme, mesmo para a California, que havia adquirido os direitos do filme quando ele ainda estava em pré-produção. Mas vamos lançar a versão original do diretor, sem cortes. Dar opções de cortes diferentes é comum entre os produtores, que tentam atender os diferentes mercados de cada país.

    Quanto ao que houve com a PlayArte e o filme ‘Halloween’, a California prefere não opinar, porque não conhecemos o caso e não temos informações sobre o acordo entre a distribuidora e os produtores do filme.”

    Em época de férias e com salas saturadas de blockbusters, é possível entender a posição da PlayArte, que visou aumentar a quantidade de espectadores de “Halloween” com a classificação indicativa 14 anos. Do ponto de vista mercadológico, faz sentido (e surtiu efeito, já que o filme conseguiu emplacar entre os cinco mais vistos no fim de semana, com pouco mais de R$ 480 mil de renda e 48 mil ingressos vendidos, segundo o Filme B). Mas é preciso também e principalmente analisar o lado do público específico desse tipo de filme, que é o cinéfilo que enfrentou dois anos de espera entre as várias mudanças na data de estreia para ver o filme de Rob Zombie no cinema. Para quem recusou o download ou mesmo a importação do DVD, agora não resta alternativa. Para esse público, a decisão da PlayArte é um crime.

    Aliás, "Halloween" seria o primeiro filme de Zombie a ser exibido em tela grande no Brasil, já que "A Casa dos 1.000 Corpos" e "Rejeitados Pelo Diabo" saíram direto em DVD no país (e ambos também em versões mutiladas, não nas cenas violentas, mas na razão de aspecto, com a Imagem Filmes trocando o wide pelo fullscreen).

    PROTESTOS

    O cinematório se sente na obrigação de apoiar a onda de protestos contra os cortes feitos em "Halloween". Já entramos em contato com Rob Zombie para obter uma palavra dele a respeito da polêmica. Enquanto aguardamos um retorno do cineasta, você mesmo pode deixar uma mensagem em vários canais que ele disponibiliza na internet: Twitter, MySpace e o site oficial. Já existe também um tópico no fórum do IMDb.

    A seguir, trechos de colegas blogueiros que já se manifestaram contra a decisão da PlayArte. Se você também escreveu algum post ou matéria em protesto aos cortes em "Halloween", deixe o link nos comentários, que incluiremos abaixo.

    MARCELO MILICI, do Mestre Infernauta: "Na cena a seguir, tudo que acontece entre 00:50 e 7:56 FOI CORTADO PELA PLAYARTE. Sim, na versão da Playarte, Michael pega uma faca na cozinha, e corta direto para sua mãe voltando para casa!!!"


    MARCELO MIRANDA, da Filmes Polvo: “A ‘censura legal’ se confirmou no Diário Oficial da União, que, nas suas letras miúdas, explicita o procedimento da Playarte de uma forma, a meu ver, assustadora. Dá para ler clicando aqui.”

    VITOR MENDES, do Cinema em Foco: "Os cortes conseguem ser tão ruins que fazem uma gravação impecável parecer um típico filme B ao interromper as músicas de suspense do nada, mostrar situações que aparentemente teriam um desfecho e então passar para uma outra cena sem ao menos se preocupar em dar explicações quanto ao que ocorreu na passagem anterior."

    RAFAEL S., do Primeiro Plano: "O filme do Zombie tem 109 minutos de duração. A distribuidora PlayArte, responsável pela distribuição do filme em território brasileiro simplesmente cortou o filme todo. Cortou não, MUTILOU. ESQUARTEJOU. Uma película de 109 minutos foi reduzida para incríveis 83 minutos! Cortes grotescos, sem nenhum cuidado, no meio de diálogos. Nudez praticamente limada do filme. Violência reduzida em 80%."

    JASON ALMEIDA, do CineProsa: "Ao ouvir a famosa trilha da série fiquei emocionado, John Carpenter estava inspirado quando a fez. Infelizmente a emoção foi se esvaindo com as séries de mutilações ocorridas, que não eram provocadas por Michael Myers, mas sim de uma edição tosca. Quando de repente o filme simplesmente acaba. Saio do cinema um pouco desorientado sem saber o que tava acontecendo, consultei o relógio do celular, 20h30. Não acreditei muito e ao primeiro transeunte de relógio que passou perguntei às horas, 20h30. Como é possível um filme de 107 minutos simplesmente acabar depois de 1h20 de projeção?"

    KLEBER MENDONÇA FILHO, do Cinemascópio: "Resta ao público evitar o filme, que entra na sua segunda semana em cartaz. E resta à PlayArte, distribuidora tradicional no Brasil, rever suas estratégias de lucro. Num mercado que reclama tanto da pirataria, ver um filme dessa forma, desrespeitado pelo próprio distribuidor, lembra as histórias de cidades do interior de antigamente, onde filmes passavam pela tesoura do padre local. Aqui, no entanto, não trata-se de crença religiosa, mas a crença burra no dinheiro. Burra porque a manobra pode ter dado lucro, o lucro de um golpe, mas as perdas em imagem da distribuidora no mercado não são poucas."

    20 comentários:

    Marcelo Miranda disse...

    Grande matéria, renatão. Sigo na batalha também. Apenas um adendo: absolutamente NADA justifica os cortes no filme para fins de reclassificação etária. Acho que você foi até bonzinho em relativizar que a estratégia da Playarte teria dado certo porque o filme ficou entre os cinco mais. Porém, o que foi feito não agride apenas aos fãs de terror e afins, mas agride a obra, o artista, o espectador eventual e todo e qualquer crente na liberdade de expressão. Fora isso, eu acho que o precedente é assustador. Imagina se, pra baixar a classificação, a Europa decidisse extirpar as cenas de sexo de DESEJO E PERIGO? Pelo procedimento do Ministério da Justiça com a Playarte, o filme seria exibido dessa forma.

    Joao Marcelo disse...

    Nossa. Eu jamais assistiria um filme no cinema se soubesse que cortes foram feitos sobre a obra original pela distribuidora nacional. O pior é que infelizmente a maior parte do publico nem fica sabendo e se importa sobre isso. So nos cinefilos mesmo. Um péssimo precedente...

    Rafael disse...

    Olá pessoal.

    Bom ver que essa campanha de protesto está ganhando proporções bem grandes.

    Ao sair do cinema na sexta-feira indignado, postei nesse blog (http://www.cinemaemcena.com.br/PrimeiroPlano/post/Anatomia-de-um-esquartejamento.aspx) minha revolta e comecei a espalhar essa mensagem por fóruns e comunidades de cinema e terror.

    E tem que continuar chiando com a Playarte, para ver se eles irão soltar um comunicado oficial.

    Thiago disse...

    ISSO É UM ABSURDO!
    Concordo com o Marcelo Miranda e vou além: Acho perigoso, você, Renato, dizer que é possível entender a posição da Playarte. Eles só precisam de uma brecha para que essa situação fuja do controle e para que todas as distribuidoras comecem a enxergar somente pelo ponto de vista mercadológico. E a Playarte usar a posterior venda de dvds com a versão original como desculpa, ou uma espécie de consolo, não só é criminoso, como NOJENTO!!!
    Desculpe, Renato, não é um ataque contra vc e sei que deve estar tão indignado quanto "nós", mas acho que essa é uma decisão a ser rebatida e não entendida.

    RENATO SILVEIRA disse...

    Pessoal, nós não podemos ser tão ingênuos a ponto de achar que uma distribuidora tão comercial quanto a PlayArte, que em seu histórico sempre procurou distribuir muitos filmes-pipoca, irá se comportar como uma Imovision, por exemplo. Para eles, para o estúdio, para Hollywood, o filme é um produto antes de mais nada. E por mais que a gente adore o John Carpenter e o Rob Zombie, "Halloween" é um produto para essas empresas e sempre foi tratado assim. É uma franquia.

    A nossa matéria repudia a decisão da PlayArte do início ao fim. Não nos entendam mal. Não estamos sendo bonzinhos ou condescendentes, não. O parágrafo que vocês comentam diz respeito apenas a esse ponto de vista de mercado, que foi como o distribuidor pensou: como negócio, não como exibição de uma obra de arte.

    O que fizeram foi errado? Sim, e MUITO errado. Mas a gente não pode esquecer as proporções reais das coisas e ficar olhando para a PlayArte simplesmente como um monstro, embora seja o que eles pareçam agora. Pisaram feio na bola porque miraram em um público amplo, adolescente, de shopping, (mais uma vez: eles pensaram no filme como negócio), mas acabaram acertando a minoria que realmente se importa com cinema.

    Agora, é diferente também com um "Desejo e Perigo" ou mesmo um "Anticristo", que são filmes que jamais vão ser lançados com centenas de cópias e não tem porque os distribuidores fazerem serviço de açougueiro.

    De qualquer forma, o precedente aberto é perigoso, sim, ainda que, a princípio, só atinja filmes de público amplo. É continuar seguindo para que nossos protestos surtam efeito e essa situação lastimável termine aqui.

    []s.

    Marcelo Miranda disse...

    Renato, o meu "bonzinho" foi força irônica de expressão. Ficou bastante claro no seu texto o repúdio à ação da Playarte, e peço desculpa se eu deixei entender qualquer coisa em contrário.

    Pegando carona no seu comentário acima, acho que, por mais que busquemos "explicações" pra ação da Playarte neste caso, vai sempre esbarrar no crime e desrespeito puro e simples. Porque mesmo que a minoria de espectadores que você aponta não tivesse percebido o golpe ou mesmo não falado nada, ainda assim seria um golpe e um atentado contra a obra. Acredito que a maioria das pessoas que vai ao filme sem saber dos cortes não é composta de gente que não se importa, mas de gente desinformada, que (arrisco dizer) deixaria de ir se soubesse de antemão que o filme ao qual está pagando sofreu cortes selvagens por puro procedimento comercial.

    A Playarte seria mais honesta (mas não menos equivocada) se colocasse avisos nos cartazes do filme informando que aquela versão é cortada. Mas nem a isso eles se dignaram. E aí fica mesmo difícil aceitar qualquer visão mercadológica que seja, porque estamos lidando com pura má fé - e isso, pra mim, não tem mercado ou ganho que justifique.

    Eu acho que o precedente continua o mesmo para outros tipos de filmes. Hoje é fácil imaginar que um "Desejo e Perigo" ou "Anticristo" não passariam por um processo desses como o de "Halloween" porque algo assim nunca tinha acontecido, como você muito bem aponta no seu artigo. Porém, aberto o precedente, não existe garantia nenhuma de que algum espertinho de qualquer distribuidora que seja possa tentar, no futuro, usar o mesmo procedimento pra tentar abocanhar uma parte maior da fatia do público, sabendo que isso já deu certo antes com a Playarte.

    Ou seja, eu acho que precisamos apontar o protesto também para o governo, que assinou um ato no Diário Oficial autorizando essa atrocidade. Eu escrevi pro advogado que assina o despacho, mas até agora não obtive retorno.

    Abraços!

    Tiago Lipka disse...

    Baita babaquice da Playarte. To divulgando via Twitter e e-mail, e vou linkar a matéria do Cinematório no meu blog.

    Abraço o/

    RENATO SILVEIRA disse...

    Sem problema, Marcelo. E concordo com o que você apontou também a respeito do precedente aberto. Afinal, a própria continuação do "Halloween", também dirigida pelo Rob Zombie, está nas mãos da PlayArte. Só falta, depois de todo o barulho que está sendo feito agora, eles insistirem no erro.

    []s.

    Vitor Mendes disse...

    Oi! Sou Vitor Mendes, do Cinema em Foco e agradeço o apoio, afinal, não podemos deixar passar um absurdo destes! Dois anos de espera para um trabalho péssimo! Seguimos na luta por filmes de terror na íntegra nos cinemas.

    Deixo ainda o link do vídeo de protesto que fiz (YouTube): http://www.youtube.com/watch?v=0qRIvUdziPo

    Raquel Gomes disse...

    E já rolou até matéria na TV. Passou ontem à noite no "Leitura Dinâmica" da RedeTV. Eles não vão poder fugir do assunto por muito tempo...

    Marcelo Milici disse...

    Sou o Marcelo Milici, do site Boca do Inferno.Com.

    É a melhor reportagem que li a respeito do assunto. Parabéns, Renato!

    Guilherme Henrique disse...

    É de fato um absurdo! O filme foi lançado nas telas americanas em 2007 e somente 2 anos após saiu nas telas brasileiras e com cortes de censura para ganhar classificação 14 anos...

    Fico imaginando eu como diretor do filme, que me dei ao maximo para melhor adaptar a obra e vir uma play arte e cortar cenas...

    Falta de consideração como o próprio publico...

    Ainda bem que não fui aos cinemas, não esperei por 2 anos e assisti o unrated de 2 horas do filme...

    Recomendo que façam o mesmo!

    COFFIN FANG disse...

    infelizmente soh soube disso depois d ir ao cinema....caso contrário, JAMAIS teria contribuído com a bilheteria deste filme...total falta de respeito da PlayArte com o diretor e o público....mostrou q eh 1 empresa que naum valoriza a arte e a qualidade...

    Anônimo disse...

    Rafael S disse:
    "E pensar que a própria Playarte, em março, lançou o remake de DIA DOS NAMORADOS MACABRO nos cinemas censura 18 anos!"

    Não lembro desse filme ter ficado em cartaz muito tempo.
    Quando eu fui ao cinema pra assistir, já não estava passando mais.
    Provavelmente (digo sem saber a bilheteria e por não conhecer alguém que tenha tido interesse em vê-lo) esse filme foi um fracasso e eles resolveram não repetir com Halloween.
    Dane-se quem é fã! O "tutu" vem sempre primeiro.

    Deveriam proibir essas pessoas de distribuir qualquer filme.
    Cinema é uma arte que todos nós temos direito a ter acesso verdadeiro.
    Não dá pra pegar a obra de uma pessoa, picotar e passar adiante.

    Ainda bem que existe a pirataria.. Senão eles iriam mutilar o filme e a maioria das pessoas além de não ficar sabendo, iria sair do cinema sem entender achando que o filme é uma merda!

    Sempre faço questão de ver os filmes que me agradam no cinema.
    Pela qualidade, emoção.. e pensar que comecei a ver o filme mas preferi esperar lançar no cinema....

    Flávio disse...

    Havia me interessado em ver o filme, mas agora que tomei conhecimento desses fatos, passarei distante. A violência seria o único motivo para eu ver esse filme e sem ela o que fica?

    Caio. disse...

    Caso o pessoal daqui do Brasil de fato conseguir dialogar com o Rob Zombie pode ser que os próximos filmes dele cheguem aqui sem censura. Mas acho dificil isso acontecer pois é algo que vai além do alcance dele , é algo comercial , que envolve contratos , uma confusão. Acho que no fim vamos ter que depender a boa vontade da PlayArte.

    Aliás essa atitude da distribuidora foi um puta retrocesso na cultura do país , uma atitude muito perigosa que deixa a todos nós , fãs de cinema , independente do gênero , com medo.

    Alexandre Carlomagno disse...

    Acompanho o blog a anos, mas é a primeira vez que escrevo algo - talvez a segunda, não me recordo. Enfim...

    No último domingo (26/07), fui assistir ao filme no Cinemark. Ao começar a projeção (diretamente no filme, sem trailers; algo que não estranhei visto os dois anos de atraso), o terror nos pegou pela garganta logo de cara - não, não era o sangue, os palavrões ou o suspense em si, mas a enorme falta deles. Eu já havia assistido o DVD importado do filme, por isso estranhei o enorme corte bem na sequência de abertura, e ao reclamar com a gerência o que me disseram foi: "assista outro filme, de boa, esse é muito ruim mesmo, tem só 83min e está clandestinamente aqui". Não entendi esse "clandestinamente", mas fui assistir Inimigos Públicos. Pela 2º vez - aliás, um excelente filme!

    Abração, e estou acompanhando atentamente o caso.

    Jason Almeida disse...

    Olá Renato,

    também estou protestando sobre esse absurdo em meu blog http://cineprosa.blogspot.com/

    Passou da hora de acharem que o Brasil é terra de ninguem onde se pode fazer qualquer coisa

    Unknown disse...

    Isso me parece o caso do filme "A Encarnação do Demônio", do Jose Mojica Marins, que pegou censura 18 anos, e o diretor queria uma clasificação mais baixa e não conseguiu, e me parece que ele estava até disposto a fazer alguns cortes e mesmo assim não aceitaram. Será que se fosse um filme como JOGOS MORTAIS ou O ALBERGUE receberiam tal tratamento?

    Thiago Mb disse...

    Parabéns pela excelente matéria. Uma vergonha para o nosso cinema. Pelo amor de Deus, não adianta nada cortar cenas "pesadas" do filme para diminuir a censura e consequentemente aumentar o número de adolescentes no cinema, pois os prostestos viriam acontecer, como já está acontecendo. Uma vergonha realmente. Parabéns pelo post.

     
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