“Trama Internacional” é um desses filmes que se perde no meio do caminho. Começa com um bom ritmo e com a promessa de uma trama complexa, no estilo da trilogia “Bourne”, mas acaba perdendo a velocidade e vai freando até estagnar. É bem provável que seja mais uma vítima da conhecida “maldição do terceiro ato”.
Com uma história centrada em um dos grandes vilões do século 20, as instituições bancárias (afinal de contas, levante a mão quem já não foi prejudicado por uma delas), o filme extrapola um assunto que esteve nas manchetes do mundo todo, desde o início desta última crise mundial: a influência que os bancos têm no planeta e suas transações secretas. Não poderia ser mais conveniente para a época em que vivemos, certo?
Errado. Tom Twyker, cineasta responsável pelo maravilhoso (e quase perfeito na opinião deste que vos fala) “Perfume: A História de um Assassino”, errou a mão ao talvez atender as exigências de platéias-teste e incluir múltiplas cenas de tiroteios - entre elas, uma dentro do museu Guggenheim, em Nova York, que é bem filmada, porém totalmente inverossímil. O que seria um thriller virou um mero filme de ação, digno da Sessão da Tarde.
Colocando Clive Owen mais uma vez no papel do machão-incompreendido-que-busca-por-justiça-mas-está-sempre-com-a-barba-por-fazer, e utilizando Naomi Watts somente como uma coadjuvante, Twyker opta por alternar momentos que deveriam ser de suspense com momentos de ação, quebrando assim o ritmo investigativo da história. Saem-se bem o veterano Armin Mueller-Stahl e Brian F. O’Byrne (este em um papel pequeno, mas fascinante).
As boas locações também tornam o filme menos chato, assim como a direção de arte que proporciona um esquema frio para as cenas onde os banqueiros são mostrados e o caos da vida do agente da Interpol interpretado por Owen.
A tentativa de denúncia do poder praticamente infinito dessas instituições, cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia, quase funciona. Pena que é impedida por uma das milhares de balas disparadas durante a projeção.
Com uma história centrada em um dos grandes vilões do século 20, as instituições bancárias (afinal de contas, levante a mão quem já não foi prejudicado por uma delas), o filme extrapola um assunto que esteve nas manchetes do mundo todo, desde o início desta última crise mundial: a influência que os bancos têm no planeta e suas transações secretas. Não poderia ser mais conveniente para a época em que vivemos, certo?
Errado. Tom Twyker, cineasta responsável pelo maravilhoso (e quase perfeito na opinião deste que vos fala) “Perfume: A História de um Assassino”, errou a mão ao talvez atender as exigências de platéias-teste e incluir múltiplas cenas de tiroteios - entre elas, uma dentro do museu Guggenheim, em Nova York, que é bem filmada, porém totalmente inverossímil. O que seria um thriller virou um mero filme de ação, digno da Sessão da Tarde.
Colocando Clive Owen mais uma vez no papel do machão-incompreendido-que-busca-por-justiça-mas-está-sempre-com-a-barba-por-fazer, e utilizando Naomi Watts somente como uma coadjuvante, Twyker opta por alternar momentos que deveriam ser de suspense com momentos de ação, quebrando assim o ritmo investigativo da história. Saem-se bem o veterano Armin Mueller-Stahl e Brian F. O’Byrne (este em um papel pequeno, mas fascinante).
As boas locações também tornam o filme menos chato, assim como a direção de arte que proporciona um esquema frio para as cenas onde os banqueiros são mostrados e o caos da vida do agente da Interpol interpretado por Owen.
A tentativa de denúncia do poder praticamente infinito dessas instituições, cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia, quase funciona. Pena que é impedida por uma das milhares de balas disparadas durante a projeção.
nota: 5/10 -- veja sem pressa
Trama Internacional (The International, 2009, EUA/Alemanha/Reino Unido)
direção: Tom Tykwer; roteiro: Eric Singer; fotografia: Frank Griebe; montagem: Mathilde Bonnefoy; música: Reinhold Heil, Johnny Klimek, Tom Tykwer; produção: Lloyd Phillips, Charles Roven, Richard Suckle; com: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl, Ulrich Thomsen, Brian F. O'Byrne; estúdio: Relativity Media, Atlas Entertainment, Mosaic Media Group, Papillon Productions, Rose Line Productions, Studio Babelsberg, X-Filme Creative Pool; distribuição: Columbia Pictures. 118 min
direção: Tom Tykwer; roteiro: Eric Singer; fotografia: Frank Griebe; montagem: Mathilde Bonnefoy; música: Reinhold Heil, Johnny Klimek, Tom Tykwer; produção: Lloyd Phillips, Charles Roven, Richard Suckle; com: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl, Ulrich Thomsen, Brian F. O'Byrne; estúdio: Relativity Media, Atlas Entertainment, Mosaic Media Group, Papillon Productions, Rose Line Productions, Studio Babelsberg, X-Filme Creative Pool; distribuição: Columbia Pictures. 118 min
3 comentários:
perfume, ou o "nariz absoluto", é um dos piores filmes que tive a paciência de assistir até o fim. não espanta que o diretor dirigisse esta "trama internacional".
Baseado no que você escreveu acredito que seria possivél incluir sequências de ação convicentes nesse filme mesmo que o roteiro original não as tenha , o Tom Tyker simplismente não conseguiu fazer um bom trabalho nesse aspecto.
Acho que no final tudo é uma questão de sorte , o estudio tem que apostar no sucesso desses thrillers mais sérios tipo Syriana , acredito que se , por exemplo , O Informante fosse rejeitado pelas platéias-teste certamente o Michael Mann seria obrigado a incluir cenas de ação , o que seria ridiculo , mas pelo menos o caso desse filme teve um destino melhor.
Também acho "Perfume" um puta filme. Já o "Trama Internacional" senti que faltou mesmo inspiração ao Tykwer. Ele é um cineasta que sabe bem filmar espaços, lida muito bem com a geografia das locações. Enfim: sua destreza está no filme, mas deu azar de pegar um roteiro chocho. E realmente: não dá mais o Clive Owen fazendo o mesmo personagem em todo filme.
[]s.
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