Pensar que há pouco mais de 10 anos Kevin Smith estava no auge do jogo com a expectativa em torno de "Dogma", ainda embalado pelo sucesso de "Procura-se Amy". Hoje o que temos é um reflexo pálido daquele cineasta.
A relação que ele cria entre Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks, bem mais divertida que seu colega, que novamente interpreta o mesmo tipo de personagem de "Ligeiramente Grávidos" e "Segurando as Pontas") é inverossímil. Por quê? Porque Smith não dá tempo para nós nos importarmos com aqueles dois personagens. Nós não criamos com eles uma relação que leve a uma mesma intimidade como a que eles possuem.
O filme só funciona por causa de algumas piadas: as referências a "Star Wars" (para quem é fã, como o próprio Smith); o casal formado por Justin Loung e Brandon Routh (especialmente no vídeo dos créditos finais); algumas partes das filmagens na cafeteria. E só. As risadas nos filmes dele surgiam de forma orgânica. Agora ele parece fazer força para uma piada dar certo. O excesso de palavrões também se mostra inadequado, gratuito. É diferente de "Procura-se Amy", por exemplo, onde se fala de sexo com palavreado pesado, mas de uma forma mais apropriada, coerente.
A questão é que os filmes de Smith costumavam possuir um coração, um carinho com os personagens. Em "Zack and Miri" ele só está interessado em falar baixaria - e a idéia de fazer uma comédia romântica sobre os bastidores de um filme pornô caseiro parece ser a desculpa ideal para isso. Seu humor é tão tosco e gratuito quanto o sexo em uma dessas produções que ele satiriza.
A relação que ele cria entre Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks, bem mais divertida que seu colega, que novamente interpreta o mesmo tipo de personagem de "Ligeiramente Grávidos" e "Segurando as Pontas") é inverossímil. Por quê? Porque Smith não dá tempo para nós nos importarmos com aqueles dois personagens. Nós não criamos com eles uma relação que leve a uma mesma intimidade como a que eles possuem.
O filme só funciona por causa de algumas piadas: as referências a "Star Wars" (para quem é fã, como o próprio Smith); o casal formado por Justin Loung e Brandon Routh (especialmente no vídeo dos créditos finais); algumas partes das filmagens na cafeteria. E só. As risadas nos filmes dele surgiam de forma orgânica. Agora ele parece fazer força para uma piada dar certo. O excesso de palavrões também se mostra inadequado, gratuito. É diferente de "Procura-se Amy", por exemplo, onde se fala de sexo com palavreado pesado, mas de uma forma mais apropriada, coerente.
A questão é que os filmes de Smith costumavam possuir um coração, um carinho com os personagens. Em "Zack and Miri" ele só está interessado em falar baixaria - e a idéia de fazer uma comédia romântica sobre os bastidores de um filme pornô caseiro parece ser a desculpa ideal para isso. Seu humor é tão tosco e gratuito quanto o sexo em uma dessas produções que ele satiriza.
nota: 4/10 -- veja sem pressa
Pagando Bem, Que Mal Tem? (Zack and Miri Make a Porno, 2008, EUA)
direção: Kevin Smith; roteiro: Kevin Smith; fotografia: David Klein; montagem: Kevin Smith; música: James L. Venable, Chris Ward; produção: Scott Mosier; com: Seth Rogen, Elizabeth Banks, Craig Robinson, Jason Mewes, Jeff Anderson, Traci Lords, Katie Morgan, Brandon Routh, Justin Long; estúdio: View Askew Productions, The Weinstein Company; distribuição: Imagem Filmes. 101 min
direção: Kevin Smith; roteiro: Kevin Smith; fotografia: David Klein; montagem: Kevin Smith; música: James L. Venable, Chris Ward; produção: Scott Mosier; com: Seth Rogen, Elizabeth Banks, Craig Robinson, Jason Mewes, Jeff Anderson, Traci Lords, Katie Morgan, Brandon Routh, Justin Long; estúdio: View Askew Productions, The Weinstein Company; distribuição: Imagem Filmes. 101 min
1 comentários:
Infelizmente Kevin Smith caiu nesse molde de comédias apelativas e deixou toda aquela aura independente de Clerks ou até mesmo Chasing Amy...
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