“Parte da arte de ser um herói é saber quando você não precisa mais ser um deles.”
- Hollis Mason, em “Sob o Capuz”
“Sabe, deve ser assim que as pessoas comuns se sentem. Deve ser assim que elas se sentem perto de nós.”
- Coruja II, em “Watchmen”: volume 11
- Hollis Mason, em “Sob o Capuz”
“Sabe, deve ser assim que as pessoas comuns se sentem. Deve ser assim que elas se sentem perto de nós.”
- Coruja II, em “Watchmen”: volume 11
Quando “Watchmen” foi publicado em 1986, a indústria dos quadrinhos atravessava uma crise criativa. Foram Alan Moore e Dave Gibbons que desencadearam, com a célebre minissérie, a onda das chamadas graphic novels, que nada mais são do que um eufemismo para “quadrinhos que um adulto pode ler sem embaraço”. O próprio Alan Moore refletiu sobre os efeitos surtidos por “Watchmen” em recente entrevista:
“Quando eu comecei a trabalhar na DC Comics, eu notei que meus leitores estavam provavelmente na faixa etária entre 13 e 18 anos. A média de idade do público de quadrinhos agora, e esse tem sido o caso desde o fim dos anos 80, provavelmente vai de 30 e tantos até 50 e poucos anos – o que tende a sustentar a idéia de que essas revistas não estão sendo mais compradas por crianças. Elas estão sendo compradas, em muitos casos, por nostálgicos sem esperanças ou, colocando da pior forma, talvez por pessoas com casos de desenvolvimento retardado que não estão preparadas para deixar a infância para trás, não importa o quão banais sejam as aventuras de seus vários heróis e ídolos.”
Mais adiante, na mesma entrevista, Moore também lamenta que “Watchmen” tenha “amaldiçoado” a indústria de quadrinhos, que desde então passou a produzir histórias “muito amargas e muitas vezes pretensiosas”, sem conseguir contornar o que sua minissérie representou: um trabalho de extrema inteligência, ironia e autocrítica sobre a condição da existência dos super-heróis. “Existência” no sentido stricto do universo das HQs, mas, em última análise, também no sentido latu, já que “Watchmen” reflete sobre a possibilidade de esses heróis fantasiados combaterem o crime no mundo real.
A versão de “Watchmen” para cinema chega em um momento historicamente semelhante àquele de duas décadas atrás: em um mercado saturado de filmes de super-heróis, a adaptação feita pelo jovem cineasta Zack Snyder e os roteiristas Alex Tse e David Hayter surge como uma maneira de olhar para trás e pensar: o que esses personagens dizem sobre esses tempos de hoje, não só na esfera da ficção, mas principalmente em nossa realidade?
Curiosamente, também em 1986 foi publicada outra minissérie seminal: “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller. E “Watchmen” chega às telas menos de um ano após o segundo filme do Batman dirigido por Christopher Nolan, que apesar do título emprestado da HQ, não é uma adaptação dela. Ainda assim, o mais recente filme do Homem-Morcego traz o mesmo tipo de indagação que Miller e Moore faziam naquela época: o mundo real precisa de super-heróis? O que aconteceria se eles existissem? “Super”. Quer dizer: pessoas com poderes sobrenaturais ou mesmo que vistam fantasias para transmitirem a idéia de que são semideuses.
O que talvez seja mais interessante na adaptação cinematográfica de “Watchmen” é o fato de que o filme é a visão de pessoas que foram influenciadas pela HQ escrita por Moore e ilustrada por Dave Gibbons. É preciso ter em mente que esta é uma versão dos quadrinhos, não uma transposição literal em live-action. Semioticamente falando, existem aqui pelo menos três camadas acima da matéria-prima, que são as visões de Snyder, Hayter e Tse (por último sempre haverá ainda a do espectador, mas não entremos nesses meandros). O resultado combinado é que o longa se torna um misto de um novo revisionismo da cultura pop que envolve os “super” (apesar de o filme também se passar nos anos 80, como a HQ, as implicações nos dias atuais dos eventos narrados são facilmente detectáveis) com uma homenagem ao trabalho de Moore e Gibbons.
Há cenas que reproduzem fielmente imagens memoráveis dos quadrinhos (como o inesquecível rosto sorrindo na superfície de Marte) e até movimentos de câmera que repetem o mesmo movimento que se tem na HQ, partindo de um plano de detalhe até abrir o quadro (exemplo, a sequência que parte do broche sujo de sangue do Comediante na calçada até a janela de seu apartamento). Zack Snyder e seu diretor de fotografia Larry Fong reencenam vários enquadramentos a partir da arte de Gibbons, mas também se dão ao direito de criar suas próprias cenas, e estas predominam. Ou seja, apesar das fotos de divulgação que mostram a simetria entre HQ e filme, o que se vê na tela não é um trabalho de copycat, como o próprio Snyder havia feito em “300”, ou Robert Rodriguez em “Sin City”.
Além disso, Tse e Hayter se mostram corajosos por fazerem alterações no texto de Moore – seja pela limitação imposta pela duração do filme (pouco mais de 2 horas e 40 minutos para uma minissérie de 432 páginas ao todo), seja para tornar mais plausível o desfecho da trama (não que o original seja falho, mas, narrativamente, o novo final funciona bem e amarra melhor a história). E mesmo que Moore não tenha apoiado a realização do filme, há de se considerar que o teor de seu texto foi cordialmente preservado. A não ser pela criação de algumas elipses para economizar tempo (ex.: a libertação de Rorschach), o essencial está lá, inclusive as falas mais célebres (mesmo algumas que, na HQ, encontram-se apenas nos apêndices de cada volume).
Mas nem tudo são flores. Se a sequência de abertura é maravilhosa por criar um flashback que reconstitui e contextualiza os acontecimentos históricos que levaram até a morte do Comediante, utilizando adequadamente como trilha a canção “The Times They Are A’Changin”, de Bob Dylan, outras mudanças na inserção das músicas não se mostram oportunas. A começar por “Unforgettable”, na voz de Nat King Cole, que deixa de embalar uma cena de amor para servir de BG de uma cena de ação. Sente-se ainda a ausência de “You’re My Thrill”, de Billie Holiday, na cena em que Dan Dreiberg e Laurie Juspeczyk têm seu momento abordo da nave Arquimedes. Você vai ouvir a música durante o filme, mas em outro momento. De modo geral, as escolhas musicais feitas para a tela não agradam – o que de certa forma é decepcionante, visto que era a chance para os fãs finalmente acompanharem a história com a trilha que Moore havia imaginado.
Snyder por sua vez também comete gafes na direção que acabam reduzindo o brilhantismo do filme. Talvez num ato de consciência, ele ignora muito das sugestões que estão nos quadrinhos, como os diversos planos subjetivos e, principalmente, as rimas visuais. Talvez o exemplo mais notável na HQ seja a sequência do funeral do Comediante, na qual Moore e Gibbons levam a “câmera” até o rosto de cada um dos Watchmen, que relembram um momento marcante que tiveram ao lado de Edward Blake. Snyder esnoba veementemente as elegantes transições no traço de Gibbons, e opta por cortes convencionais que, se não prejudicam a construção da cena, também não a tornam distinta.
Cineasta limitado (ou pouco experiente) que é, ao tentar imprimir ao filme um pouco mais de sua assinatura Snyder acaba cometendo excessos. Não se trata somente do uso gratuito de slow-motion, já que, para Snyder, esse efeito parece ser obrigatório não só nas cenas de ação, mas em qualquer ação que não seja falar. O que também incomoda é que, talvez no ímpeto de ainda ser lembrado como o diretor do ótimo “Madrugada dos Mortos”, Snyder amplia substancialmente a violência a um nível gráfico que não existe nos quadrinhos, com direito a fraturas expostas e membros decepados em cenas de luta. E embora seja louvável que ele tenha mantido as duas principais cenas de sexo da HQ, não era necessário aproximar uma delas do soft-porn, muito menos transformar o gozo dos personagens numa gag batida, que, diga-se de passagem, foi muito mais bem explorada em “Corra que a Polícia Vem Aí 2 e 1/2”.
Outro problema, menos grave, está no elenco, com as escalações de Mathew Goode para o papel de Adrian Veidt (caricato demais) e de Malin Akerman como a segunda Espectral (é uma mulher linda, mas uma atriz limitada). Por outro lado, Jackie Earle Haley é o Rorschach perfeito, assim como o Comediante de Jeffrey Dean Morgan. E Patrick Wilson também cria um Dan Dreiberg à altura. Billy Crudup encarna o Dr. Manhattan com serenidade e seriedade, o que era fundamental para transmitir também seu lado irônico, representado por suas falas complexas e sua visão nada romantizada da humanidade.
Por falar no Dr. Manhattan, a criação do personagem por meios de motion-capture finalmente surpreende e se torna tão crível quanto o Gollum de “Senhor dos Anéis”, até então exemplo máximo do uso dessa técnica. É praticamente imperceptível notar que aquele sujeito azul não é Billy Crudup maquiado e com lentes de contato, mas, sim, uma versão do ator criada em computação gráfica. E vale dizer que Snyder não recuou em mostrar o personagem em nu frontal, como na HQ (embora, mais uma vez num exemplo de excesso, ele o mostre em muito mais cenas do que Gibbons desenhou). Todo o cuidado visual do filme impressiona, na verdade. Desde os uniformes, especialmente os antigos, feitos de pano, até os detalhes que enriquecem os cenários (dos mais óbvios, como a pilha de livros “Sob o Capuz” sobre a mesa de Hollis Mason, aos mais sutis, como a exibição do primeiro comercial do Macintosh da Apple, lançado em 1984, no canto do painel de monitores da sala de Ozymandias).
Mesmo que o filme atenue a trama policial e apenas sugira o tom noir evidente na investigação de Rorschach nos quadrinhos, e também exclua a importante figura do jornaleiro, que serve como elo entre a população e o cenário político que se desenha ao longo da história, “Watchmen” é uma versão digna e satisfatória daquilo que se julgava impossível filmar.
“Quando eu comecei a trabalhar na DC Comics, eu notei que meus leitores estavam provavelmente na faixa etária entre 13 e 18 anos. A média de idade do público de quadrinhos agora, e esse tem sido o caso desde o fim dos anos 80, provavelmente vai de 30 e tantos até 50 e poucos anos – o que tende a sustentar a idéia de que essas revistas não estão sendo mais compradas por crianças. Elas estão sendo compradas, em muitos casos, por nostálgicos sem esperanças ou, colocando da pior forma, talvez por pessoas com casos de desenvolvimento retardado que não estão preparadas para deixar a infância para trás, não importa o quão banais sejam as aventuras de seus vários heróis e ídolos.”
Mais adiante, na mesma entrevista, Moore também lamenta que “Watchmen” tenha “amaldiçoado” a indústria de quadrinhos, que desde então passou a produzir histórias “muito amargas e muitas vezes pretensiosas”, sem conseguir contornar o que sua minissérie representou: um trabalho de extrema inteligência, ironia e autocrítica sobre a condição da existência dos super-heróis. “Existência” no sentido stricto do universo das HQs, mas, em última análise, também no sentido latu, já que “Watchmen” reflete sobre a possibilidade de esses heróis fantasiados combaterem o crime no mundo real.
A versão de “Watchmen” para cinema chega em um momento historicamente semelhante àquele de duas décadas atrás: em um mercado saturado de filmes de super-heróis, a adaptação feita pelo jovem cineasta Zack Snyder e os roteiristas Alex Tse e David Hayter surge como uma maneira de olhar para trás e pensar: o que esses personagens dizem sobre esses tempos de hoje, não só na esfera da ficção, mas principalmente em nossa realidade?
Curiosamente, também em 1986 foi publicada outra minissérie seminal: “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller. E “Watchmen” chega às telas menos de um ano após o segundo filme do Batman dirigido por Christopher Nolan, que apesar do título emprestado da HQ, não é uma adaptação dela. Ainda assim, o mais recente filme do Homem-Morcego traz o mesmo tipo de indagação que Miller e Moore faziam naquela época: o mundo real precisa de super-heróis? O que aconteceria se eles existissem? “Super”. Quer dizer: pessoas com poderes sobrenaturais ou mesmo que vistam fantasias para transmitirem a idéia de que são semideuses.
O que talvez seja mais interessante na adaptação cinematográfica de “Watchmen” é o fato de que o filme é a visão de pessoas que foram influenciadas pela HQ escrita por Moore e ilustrada por Dave Gibbons. É preciso ter em mente que esta é uma versão dos quadrinhos, não uma transposição literal em live-action. Semioticamente falando, existem aqui pelo menos três camadas acima da matéria-prima, que são as visões de Snyder, Hayter e Tse (por último sempre haverá ainda a do espectador, mas não entremos nesses meandros). O resultado combinado é que o longa se torna um misto de um novo revisionismo da cultura pop que envolve os “super” (apesar de o filme também se passar nos anos 80, como a HQ, as implicações nos dias atuais dos eventos narrados são facilmente detectáveis) com uma homenagem ao trabalho de Moore e Gibbons.
Há cenas que reproduzem fielmente imagens memoráveis dos quadrinhos (como o inesquecível rosto sorrindo na superfície de Marte) e até movimentos de câmera que repetem o mesmo movimento que se tem na HQ, partindo de um plano de detalhe até abrir o quadro (exemplo, a sequência que parte do broche sujo de sangue do Comediante na calçada até a janela de seu apartamento). Zack Snyder e seu diretor de fotografia Larry Fong reencenam vários enquadramentos a partir da arte de Gibbons, mas também se dão ao direito de criar suas próprias cenas, e estas predominam. Ou seja, apesar das fotos de divulgação que mostram a simetria entre HQ e filme, o que se vê na tela não é um trabalho de copycat, como o próprio Snyder havia feito em “300”, ou Robert Rodriguez em “Sin City”.
Além disso, Tse e Hayter se mostram corajosos por fazerem alterações no texto de Moore – seja pela limitação imposta pela duração do filme (pouco mais de 2 horas e 40 minutos para uma minissérie de 432 páginas ao todo), seja para tornar mais plausível o desfecho da trama (não que o original seja falho, mas, narrativamente, o novo final funciona bem e amarra melhor a história). E mesmo que Moore não tenha apoiado a realização do filme, há de se considerar que o teor de seu texto foi cordialmente preservado. A não ser pela criação de algumas elipses para economizar tempo (ex.: a libertação de Rorschach), o essencial está lá, inclusive as falas mais célebres (mesmo algumas que, na HQ, encontram-se apenas nos apêndices de cada volume).
Mas nem tudo são flores. Se a sequência de abertura é maravilhosa por criar um flashback que reconstitui e contextualiza os acontecimentos históricos que levaram até a morte do Comediante, utilizando adequadamente como trilha a canção “The Times They Are A’Changin”, de Bob Dylan, outras mudanças na inserção das músicas não se mostram oportunas. A começar por “Unforgettable”, na voz de Nat King Cole, que deixa de embalar uma cena de amor para servir de BG de uma cena de ação. Sente-se ainda a ausência de “You’re My Thrill”, de Billie Holiday, na cena em que Dan Dreiberg e Laurie Juspeczyk têm seu momento abordo da nave Arquimedes. Você vai ouvir a música durante o filme, mas em outro momento. De modo geral, as escolhas musicais feitas para a tela não agradam – o que de certa forma é decepcionante, visto que era a chance para os fãs finalmente acompanharem a história com a trilha que Moore havia imaginado.
Snyder por sua vez também comete gafes na direção que acabam reduzindo o brilhantismo do filme. Talvez num ato de consciência, ele ignora muito das sugestões que estão nos quadrinhos, como os diversos planos subjetivos e, principalmente, as rimas visuais. Talvez o exemplo mais notável na HQ seja a sequência do funeral do Comediante, na qual Moore e Gibbons levam a “câmera” até o rosto de cada um dos Watchmen, que relembram um momento marcante que tiveram ao lado de Edward Blake. Snyder esnoba veementemente as elegantes transições no traço de Gibbons, e opta por cortes convencionais que, se não prejudicam a construção da cena, também não a tornam distinta.
Cineasta limitado (ou pouco experiente) que é, ao tentar imprimir ao filme um pouco mais de sua assinatura Snyder acaba cometendo excessos. Não se trata somente do uso gratuito de slow-motion, já que, para Snyder, esse efeito parece ser obrigatório não só nas cenas de ação, mas em qualquer ação que não seja falar. O que também incomoda é que, talvez no ímpeto de ainda ser lembrado como o diretor do ótimo “Madrugada dos Mortos”, Snyder amplia substancialmente a violência a um nível gráfico que não existe nos quadrinhos, com direito a fraturas expostas e membros decepados em cenas de luta. E embora seja louvável que ele tenha mantido as duas principais cenas de sexo da HQ, não era necessário aproximar uma delas do soft-porn, muito menos transformar o gozo dos personagens numa gag batida, que, diga-se de passagem, foi muito mais bem explorada em “Corra que a Polícia Vem Aí 2 e 1/2”.
Outro problema, menos grave, está no elenco, com as escalações de Mathew Goode para o papel de Adrian Veidt (caricato demais) e de Malin Akerman como a segunda Espectral (é uma mulher linda, mas uma atriz limitada). Por outro lado, Jackie Earle Haley é o Rorschach perfeito, assim como o Comediante de Jeffrey Dean Morgan. E Patrick Wilson também cria um Dan Dreiberg à altura. Billy Crudup encarna o Dr. Manhattan com serenidade e seriedade, o que era fundamental para transmitir também seu lado irônico, representado por suas falas complexas e sua visão nada romantizada da humanidade.
Por falar no Dr. Manhattan, a criação do personagem por meios de motion-capture finalmente surpreende e se torna tão crível quanto o Gollum de “Senhor dos Anéis”, até então exemplo máximo do uso dessa técnica. É praticamente imperceptível notar que aquele sujeito azul não é Billy Crudup maquiado e com lentes de contato, mas, sim, uma versão do ator criada em computação gráfica. E vale dizer que Snyder não recuou em mostrar o personagem em nu frontal, como na HQ (embora, mais uma vez num exemplo de excesso, ele o mostre em muito mais cenas do que Gibbons desenhou). Todo o cuidado visual do filme impressiona, na verdade. Desde os uniformes, especialmente os antigos, feitos de pano, até os detalhes que enriquecem os cenários (dos mais óbvios, como a pilha de livros “Sob o Capuz” sobre a mesa de Hollis Mason, aos mais sutis, como a exibição do primeiro comercial do Macintosh da Apple, lançado em 1984, no canto do painel de monitores da sala de Ozymandias).
Mesmo que o filme atenue a trama policial e apenas sugira o tom noir evidente na investigação de Rorschach nos quadrinhos, e também exclua a importante figura do jornaleiro, que serve como elo entre a população e o cenário político que se desenha ao longo da história, “Watchmen” é uma versão digna e satisfatória daquilo que se julgava impossível filmar.
nota: 8/10 -- veja no cinema e compre o DVD
Watchmen – O Filme (Watchmen, 2009, EUA/Reino Unido/Canadá)
direção: Zack Snyder; roteiro: Alex Tse, David Hayter (baseado nos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons); fotografia: Larry Fong; montagem: William Hoy; música: Tyler Bates; produção: Lawrence Gordon, Lloyd Levin, Deborah Snyder; com: Jackie Earle Haley, Jeffrey Dean Morgan, Patrick Wilson, Malin Akerman, Billy Crudup, Matthew Goode, Carla Gugino, Matt Frewer, Stephen McHattie, Laura Mennell, Rob LaBelle, Robert Wisden, Glenn Ennis, Niall Matter, Dan Payne, Darryl Scheelar, Apollonia Vanova, Danny Woodburn; estúdio: Warner Bros., Paramount, Legendary Pictures, Lawrence Gordon Productions, DC Comics; distribuição: Paramount Pictures; 163 min
direção: Zack Snyder; roteiro: Alex Tse, David Hayter (baseado nos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons); fotografia: Larry Fong; montagem: William Hoy; música: Tyler Bates; produção: Lawrence Gordon, Lloyd Levin, Deborah Snyder; com: Jackie Earle Haley, Jeffrey Dean Morgan, Patrick Wilson, Malin Akerman, Billy Crudup, Matthew Goode, Carla Gugino, Matt Frewer, Stephen McHattie, Laura Mennell, Rob LaBelle, Robert Wisden, Glenn Ennis, Niall Matter, Dan Payne, Darryl Scheelar, Apollonia Vanova, Danny Woodburn; estúdio: Warner Bros., Paramount, Legendary Pictures, Lawrence Gordon Productions, DC Comics; distribuição: Paramount Pictures; 163 min
8 comentários:
Concordo com seus argumentos, Renato. O filme tem seus problemas como você comentou, mas me arrisco a dizer que dificilmente veremos neste ano um filme como "Watchmen", seja pelo plantel de personagens, seja pelo universo, seja pelo senso estético. Neste e provavelmente nos próximos anos. Imperdível! 8/10
Ah ... só pra dizer ... eu sou um completo ignorante com relação ao universo das HQ´s... desta e de todas as outras ... rsrs
Boa crítica.
Voce apontou muito bem os méritos e os excessos do Snyder. Eu também dou nota 8, só de pensar que isso podia ter parado nas mãos de um Michael Bay da vida.
Gostei do filme. Não conheço o mundo das hqs, mas adoro o mundo dos filmes de hqs e esse está na lista dos bons filmes derivados dos quadrinhos.
Fiquei extremamente surpreso e feliz com a interpretação do Jackie Earle Haley. Lembrou-me em parte o general macaco de Tim Roth por ser uma interpretação genial, mesmo "escondida".
Concordo que Snyder cometeu alguns excessos. Mas a gag do gozo/fogo foi uma das transcrições literais da HQ. O clichê foi do Moore, neste caso...
Sem dúvida é uma evolução na carreira do Snyder. Mesmo cometendo excessos aqui e ali, não dá para dizer que ele já fez alguma boma.
O blu-ray da versão do diretor trouxe algumas cenas extras e outras alongadas.
Pena que o blu-ray nacional será a versão que passou nos cinemas.
Roberto
Complementando...
Crítica muito boa.
Parabéns pelo site!
Roberto
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