Depois do Clint Eastwood de “Gran Torino”, mais um grande filme com um protagonista amargurado estréia nos cinemas brasileiros. “O Visitante” traz no papel principal o veterano e injustamente pouco popular ator Richard Jenkins, que foi indicado ao Oscar deste ano por este trabalho.
Frequente colaborador dos irmãos Coen, com filmes como “O Amor Custa Caro”, "O Homem que Não Estava Lá" e "Queime Depois de Ler" no currículo (além, claro, de outros títulos atraentes como “As Bruxas de Eastwick” e “As Loucuras de Dick e Jane”, sem falar na série de TV “A Sete Palmos”), Jenkins interpreta Walter, um professor que procura dar um novo ritmo à sua vida após a morte da esposa. Desestimulado com o trabalho na escola local, ele faz uma viagem a Nova York e se depara com dois estranhos vivendo em seu antigo apartamento. Descobre, então, que os dois são imigrantes ilegais. Um deles, Tarek (Haaz Sleiman), é percussionista e fã de Afrobeat – gênero musical que mistura jazz, funk, rock psicodélico e melodias africanas.
Inicialmente surpreso e perturbado pela invasão de seu apartamento, Walter não demora a se simpatizar pela situação do casal e oferece abrigo até que eles encontrem um lugar onde ficar. É nesse meio tempo que o núcleo de “O Visitante” se desenvolve: Walter, que já havia desistido de ter aulas de piano, encontra nos tambores de Tarek o ritmo que ele tanto precisa para dar razão ao seu dia-a-dia. Há uma cena em que Tarek leva Walter para se juntar a um grupo de percussionistas que tocam no parque. A energia que surge dali, daquele momento em que você vê o personagem se transformando por dentro, é contagiante.
Thomas McCarthy (mais um membro do largo grupo de atores que têm se redescoberto como cineastas) é responsável pelo também ótimo e inacreditavelmente pouco visto “O Agente da Estação”. Aqui, em seu segundo longa, ele trabalha com os temas da imigração e do multiculturalismo, e volta a utilizar personagens que estão de alguma forma às margens da sociedade e que passam por um processo de reintegração - como o anão de seu filme de estréia e os amigos que ele faz. Novamente, o cerne da história que o cineasta conta está no choque entre seus personagens: não bastassem as diferenças culturais, enquanto um encontra seu novo ritmo o outro o perde subitamente, e há uma certa inversão de papéis.
A direção bastante objetiva de McCarthy faz deste um filme aparentemente pouco movimentado, de planos de composição bem pensada e firmes na durabilidade. Mas não há dúvidas de que existe muita vida ali, em cada quadro.
Frequente colaborador dos irmãos Coen, com filmes como “O Amor Custa Caro”, "O Homem que Não Estava Lá" e "Queime Depois de Ler" no currículo (além, claro, de outros títulos atraentes como “As Bruxas de Eastwick” e “As Loucuras de Dick e Jane”, sem falar na série de TV “A Sete Palmos”), Jenkins interpreta Walter, um professor que procura dar um novo ritmo à sua vida após a morte da esposa. Desestimulado com o trabalho na escola local, ele faz uma viagem a Nova York e se depara com dois estranhos vivendo em seu antigo apartamento. Descobre, então, que os dois são imigrantes ilegais. Um deles, Tarek (Haaz Sleiman), é percussionista e fã de Afrobeat – gênero musical que mistura jazz, funk, rock psicodélico e melodias africanas.
Inicialmente surpreso e perturbado pela invasão de seu apartamento, Walter não demora a se simpatizar pela situação do casal e oferece abrigo até que eles encontrem um lugar onde ficar. É nesse meio tempo que o núcleo de “O Visitante” se desenvolve: Walter, que já havia desistido de ter aulas de piano, encontra nos tambores de Tarek o ritmo que ele tanto precisa para dar razão ao seu dia-a-dia. Há uma cena em que Tarek leva Walter para se juntar a um grupo de percussionistas que tocam no parque. A energia que surge dali, daquele momento em que você vê o personagem se transformando por dentro, é contagiante.
Thomas McCarthy (mais um membro do largo grupo de atores que têm se redescoberto como cineastas) é responsável pelo também ótimo e inacreditavelmente pouco visto “O Agente da Estação”. Aqui, em seu segundo longa, ele trabalha com os temas da imigração e do multiculturalismo, e volta a utilizar personagens que estão de alguma forma às margens da sociedade e que passam por um processo de reintegração - como o anão de seu filme de estréia e os amigos que ele faz. Novamente, o cerne da história que o cineasta conta está no choque entre seus personagens: não bastassem as diferenças culturais, enquanto um encontra seu novo ritmo o outro o perde subitamente, e há uma certa inversão de papéis.
A direção bastante objetiva de McCarthy faz deste um filme aparentemente pouco movimentado, de planos de composição bem pensada e firmes na durabilidade. Mas não há dúvidas de que existe muita vida ali, em cada quadro.
nota: 8/10 -- vale o ingresso
O Visitante (The Visitor, 2008, EUA)
direção: Thomas McCarthy; roteiro: Thomas McCarthy; fotografia: Oliver Bokelberg; montagem: Tom McArdle; música: Jan A.P. Kaczmarek; produção: Michael London, Mary Jane Skalski; com: Richard Jenkins, Haaz Sleiman, Danai Jekesai Gurira, Hiam Abbass, Marian Seldes, Maggie Moore, Michael Cumpsty; estúdio: Groundswell Productions, Next Wednesday Productions, Participant Productions; distribuição: MovieMobz. 104 min
direção: Thomas McCarthy; roteiro: Thomas McCarthy; fotografia: Oliver Bokelberg; montagem: Tom McArdle; música: Jan A.P. Kaczmarek; produção: Michael London, Mary Jane Skalski; com: Richard Jenkins, Haaz Sleiman, Danai Jekesai Gurira, Hiam Abbass, Marian Seldes, Maggie Moore, Michael Cumpsty; estúdio: Groundswell Productions, Next Wednesday Productions, Participant Productions; distribuição: MovieMobz. 104 min
2 comentários:
Adorei o filme, um dos melhores que assisti esse ano. Amo filmes nesse estilo, que falam muito sem grandes pretenções. E que são "independentes" sem fazer questão de ficar mostrando que o são, se é que você me entende. Hehe
Sim, sim, Felipe. Também penso que filmes como "O Visitante" é que são verdadeiros independentes nessa época em que os grandes estúdios criam "labels" para fazer filmes indies... Virou praticamente um gênero, né? Daqui a pouco criam um seção nas locadoras: "Filmes Independentes", igual tem para "Cinema Nacional", "Cinema Europeu", etc...
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