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Vamos fazer um experimento... Se vocês aprovarem, esta será a primeira de uma série de "críticas faladas" aqui no cinematório. Aguardamos as suas opiniões.
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Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes deste ano, o filme italiano “Gomorra” nos apresenta a um novo tipo de máfia. Adaptado do best seller de mesmo nome, escrito por Roberto Saviano, o longa gira em torno de cinco enredos que se passam em Nápoles, nos dias atuais, todos eles ligados ao crime organizado.
A referência bíblica do título “Gomorra” faz um jogo de palavra com o nome do grupo criminoso Camorra, que controla o tráfico de armas e de drogas, e que também sempre esteve envolvido em articulações políticas desde sua criação, no começo do século 19. Responsável por um número absurdo de mais de 4 mil mortes em Nápoles desde os anos 70, a Camorra está embrenhada nas vidas da população local, mesmo que algumas pessoas não tenham ligação direta com seus membros.
O mosaico montado pelo diretor Matteo Garrone funciona praticamente como um diagrama da evolução do crime na máfia napolitana. Temos o garoto que se vê fatalmente seduzido pela guerra entre gangues, os dois adolescentes que querem dominar a região por conta própria, o jovem adulto que se envolve em um esquema de despejo ilegal de lixo, além dos personagens mais velhos, que já conhecem como funciona a Camorra e sabem os riscos de fazerem qualquer coisa que não seja aprovada pelos chefões do crime.
Sem espetacularizar em nenhum momento a violência praticada pelos personagens, Matteo Garrone faz um filme sóbrio e complexo. Se por um lado ele cria cenas de estética crua, utilizando planos-seqüências em abundância e elaborando momentos marcantes – especialmente aqueles protagonizados pelos dois jovens ansiosos para se tornarem os novos Scarface – por outro o diretor chega a confundir o espectador por não adotar uma narrativa tradicional, tornando tarefa nada simples seguir com tranqüilidade todas as tramas.
Sem dúvidas, trata-se de um novo épico policial, que oferece ao público momentos de choque através apenas do naturalismo com que é filmado.
A referência bíblica do título “Gomorra” faz um jogo de palavra com o nome do grupo criminoso Camorra, que controla o tráfico de armas e de drogas, e que também sempre esteve envolvido em articulações políticas desde sua criação, no começo do século 19. Responsável por um número absurdo de mais de 4 mil mortes em Nápoles desde os anos 70, a Camorra está embrenhada nas vidas da população local, mesmo que algumas pessoas não tenham ligação direta com seus membros.
O mosaico montado pelo diretor Matteo Garrone funciona praticamente como um diagrama da evolução do crime na máfia napolitana. Temos o garoto que se vê fatalmente seduzido pela guerra entre gangues, os dois adolescentes que querem dominar a região por conta própria, o jovem adulto que se envolve em um esquema de despejo ilegal de lixo, além dos personagens mais velhos, que já conhecem como funciona a Camorra e sabem os riscos de fazerem qualquer coisa que não seja aprovada pelos chefões do crime.
Sem espetacularizar em nenhum momento a violência praticada pelos personagens, Matteo Garrone faz um filme sóbrio e complexo. Se por um lado ele cria cenas de estética crua, utilizando planos-seqüências em abundância e elaborando momentos marcantes – especialmente aqueles protagonizados pelos dois jovens ansiosos para se tornarem os novos Scarface – por outro o diretor chega a confundir o espectador por não adotar uma narrativa tradicional, tornando tarefa nada simples seguir com tranqüilidade todas as tramas.
Sem dúvidas, trata-se de um novo épico policial, que oferece ao público momentos de choque através apenas do naturalismo com que é filmado.
nota: 8/10 -- veja no cinema e compre o DVD
Gomorra (2008, Itália)
direção: Matteo Garrone; com: Salvatore Abruzzese, Simone Sacchettino, Salvatore Ruocco, Vincenzo Fabricino, Vincenzo Altamura, Italo Renda, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale; roteiro: Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni Di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso, Roberto Saviano (baseado no livro de Roberto Saviano); produção: Domenico Procacci; fotografia: Marco Onorato; montagem: Marco Spoletini; estúdio: Fandango, Rai Cinema; distribuição: Paris Filmes.
direção: Matteo Garrone; com: Salvatore Abruzzese, Simone Sacchettino, Salvatore Ruocco, Vincenzo Fabricino, Vincenzo Altamura, Italo Renda, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale; roteiro: Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni Di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso, Roberto Saviano (baseado no livro de Roberto Saviano); produção: Domenico Procacci; fotografia: Marco Onorato; montagem: Marco Spoletini; estúdio: Fandango, Rai Cinema; distribuição: Paris Filmes.
10 comentários:
A narração ficou ótima, se você mesmo for o dono da voz, parabéns!!!
É uma idéia interessante, mas eu prefiro o velho texto escrito que é melhor de ser devorado em todos os aspectos. Penso que o uso de recursos audiovisuais servem como um fator de distração que dificultam avaliar mais prontamente a crítica. Quando escrito pois você pode visitar partes dela mais facilmente que com o controle da barra de áudio.
E ainda faltou a nota do filme!!! Avaliação simplista ou não, a nota final é um atrativo à parte!
E parabéns pela iniciativa de fazer o melhor pelo seu público, é sempre louvável quando isso acontece.
Ah não poderia esquecer o fator egoísta pra preferir críticas escritas, apesar do fundo musical presente na crítica, eu gosto de navegar ouvindo música kkkkkkk tive que fechar o player!!!!!!!!!!!!!
E precisa lá de aprovação? A iniciativa foi ótima, e a mistura de informações sobre o filme, contextualização e análise da obra em si ficou bem divida num tempo ideal. Espero pelo próximo. E Gomorra é um dos filmes desse ano que não perco por nada.
Achei bacana a idéia, e a intenção de inovar e trazer atrativos pro blog é admirãvel, maaaas... assim como o Flávio, eu também prefiro a crítica escrita.
Tente fazer as duas, já que tem gente que deve gostar da versão em áudio...
Abraço!
A locução realmente é de primeira... parabéns! Esse foi pra Rádio ou tá só aqui no Cinematório?
Hummm.. não sei... embora tenha gostado... acho que a crítica em texto escrito é melhor... acho que vai ser legal se tiver as duas opções. Mas por favor, se possível, disponibilize o audio de forma que dê pra fazer download do mesmo em .mp3... assim é possivel por no mp3 player e ouvir na hora e onde quiser.
A próposito, no firefox tá pedindo um plugin do quicktime para ouvir. Como não tava afim de baixar nada, ouvi no IE.
xlucas
http://womni.blogspot.com
Bacana o audio. É diferente, mas tambem prefiro o texto ...
Eu gostei!
Bacana, pessoal. Agradeço a todos pelas palavras. Colei no post o texto da locução. Nos próximos, farei algo parecido. Esqueci da cotação mesmo. Também atualizei.
Flávio: a voz é minha, sim. hehehe
Daniel: essa foi para a rádio. Mas vou fazer alguns exclusivos para o site a partir de agora.
xlucas: boa, vou colocar o link para download também.
[]s! E Feliz Natal a todos!
Bem, caso não poste mais até o natal, gostaria de desejar a todos:
FELIZ NATAL
e muitas felicidades, fartura, amor, fraternidade e solidariedade ao próximo, sinceramente a todos, nos anos vindouros.
Como já disse antes, sou agnóstico (não tenho certeza e nem sabedoria para afirmar ou negar nada referente a Deus(es) ou qualquer religião), mas como fui criado em uma família cristã (e minha querida mãe é evangêlica.. e vive tentando me salvar :) ... tadinha... mães... todas (maravilhosamente )iguais... sempre querendo o bem dos seus filhinhos (mesmo que esse "filhinho" já esteja muiiiitoo longe de ser um "filhinho" ) :) . Por conta dessa criação sinto uma maior identificação e predileção pelo cristianismo.
E independente de ser uma verdade inconteste ou uma fábula, há duas mensagens atribuídas a Jesus, que acho belissímas, e que deveriam em minha opinião, ser o nosso norte ( e me desculpem aqueles que acha isso tudo uma pieguice só... mas... acho que desejar o bem a todos, nem que seja só no natal.. não vai fazer mal a ninguém, né :) , e perdoem também se as frases não estiverem exatas, é que to puxando de cabeça):
[b]" Ama o teu próximo como a ti mesmo "
e
" Não faça ao teu próximo, o que não gostarias que fosse feito a ti "[/b]
xlucas
http://womni.blogspot.com
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