RocknRolla

por
  • RENATO SILVEIRA em
  • 13 novembro 2008


  • A pior decisão que Guy Ritchie tomou foi voltar a fazer um filme de Guy Ritchie. Desde a sinopse deste seu novo trabalho é tudo muito óbvio. Parece que ele está refazendo o mesmo filme, contando o mesmo tipo de história, usando os mesmos tipos de personagens... Se “Snatch – Porcos e Diamantes” foi uma versão entorpecente de “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” , “RocknRolla” é a ressaca.

    São muitos personagens (a maioria, desinteressante) em torno de uma trama simples, que acaba se tornando confusa. E por mais que o objeto de troca da vez (em “Jogos” era dinheiro, em “Snatch” foi um diamante e, agora, é um quadro) seja um McGuffin, não existe um enredo bom o bastante que se desenvolva em torno da “fórmula Ritchie do filme cool” – que inclui ainda truques de câmera já manjados, com utilização contínua de chicotes e enquadramentos obtusos.

    Pelo menos, o personagem de Gerard Butler diverte: ele se auto-ironiza, praticamente numa piada com a homoerotização de “300”. Por outro lado, o grande Tom Wilkinson, que quase sempre faz o menor dos papéis ganhar destaque, desta vez parece estar no piloto automático.

    Não foi com “Destino Insólito” e o ainda inédito no Brasil “Revolver” (que são bons filmes, vitimados pela falsa expectativa de que seriam novos “filmes de Guy Ritchie”), que o diretor enterrou sua carreira. Para quem havia experimentado esse duplo fracasso junto a público e crítica, com “RocknRolla” o cineasta escolheu o caminho mais fácil para conseguir emprego em Hollywood. Talvez ele se torne bem sucedido comercialmente daqui em diante. Porém, a nuvem negra agora paira é sobre seu futuro criativo.

    nota: 4/10 -- veja sem pressa

    RocknRolla (2008, Reino Unido)
    direção: Guy Ritchie; com: Gerard Butler, Idris Elba, Tom Hardy, Thandie Newton, Jeremy Piven, Mark Strong, Karel Roden, Tom Wilkinson; roteiro: Guy Ritchie; produção: Guy Ritchie, Joel Silver, Steve Clark-Hall, Susan Downey; fotografia: David Higgs; montagem: James Herbert; música: Steve Isles; estúdio: Dark Castle Entertainment, Toff Guy Films; distribuição: Warner Bros. 114 min

    9 comentários:

    Anônimo disse...

    Renato, o que são os chicotes que você fala?

    RENATO SILVEIRA disse...

    Olá, Rene. Sabe aquelas transições de cena rápidas, que parece que a câmera foi virada de uma vez, bem de repente, para mostrar algo do outro lado da tela? É isso. Chama-se chicote pela sensação que dá o movimento.

    []s!

    Tiago Lipka disse...

    Destino Insólito é bom e RocknRolla não? =S

    Então tá bom =P

    RENATO SILVEIRA disse...

    hehehe

    Olha, Tiago... Pense o que quiser, mas eu prefiro um ao outro, sim. :)

    Ao menos, vejo em "Destino Insólito" uma tentativa (não de todo frustrada, pois o filme tem coisas boas, sim, especialmente na relação da dominação de classes) do Ritchie de não se repetir.

    Mas sei que o filme tem problemas.

    []s!

    Tiago Lipka disse...

    hehehehe... sem crise, mas vc é a primeira pessoa que eu vejo que gosta do Destino Insólito. =P

    Achei Rocknrolla um filme bacana, bem inferior aos dois primeiros do Ritchie (Revolver eu não pude assistir =/ ), mas mesmo assim divertido, principalmente graças as piadas envolvendo a galera do One Two (a dança dele e da Thandie Newton e a perseguição com os russos são impagáveis). E a atuação do Mark Strong é o melhor do filme.

    Abraço!

    Sarah Parda disse...

    Olá,
    Sabe que eu sempre gostei bastante de Destino Insólito, mas todo mundo que eu contava isto disiam que eu devia estar louca... mas acho que grande parte é preconceito com a Madonna, que sim é uma atriz bem mediana, mas eu o assisti sem muitas expectativas e me surpreendi... e até me emocionei no fim do filme...
    Abraços

    RENATO SILVEIRA disse...

    Bom saber, Camila. Mais uma para o clube. :) Eu até comprei o DVD do "Destino Insólito". Não morro de amores pelo filme, mas acho bastante interessante. Concordo que há preconceito com a Madonna. Mas, como você disse, o que importa é o que o filme diz. Se te emocionou, melhor ainda.

    []s!

    Anônimo disse...

    Eu esperei por alguma coisa nova do Guy Ritchie por alguns anos. Não acredito nos seus comentários. Você fala o que quer, esta correto. E eu digo que você não conseguiria fazer nem a metade. Tbm falo o que quero. Não sou técnico de imagens ou especialista de cinema, estudioso de palavras estupidas pra chamar a atencao nem nada, apenas amo cinema, se um filme nao me diverte como eu esperava nao morro, apenas nao assisto novamente, não existe algo excelente ou horrível, existe diferentes modos de ver uma mesma coisa ou situação, isso é a arte que se procpicia quando se é diretor ou que seja em um filme. Agora malhar, ou dizer que o cara não deveria ter tentado parece amargura e muito rancor de alguém que nunca conseguiu fazer nem a metade do que o Guy Ritchie fez. Você é só mais um idiota.
    Salve a todos que tem o cinema e filmes como diversão e não como ilação filosófica bem controversa.

    RENATO SILVEIRA disse...

    Uau! Isso tudo só porque eu não gostei do filme?

    []s!

     
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