É verdade que quem não assistiu a "Gesto Obsceno" na mostra INDIE 2008 dificilmente terá uma nova oportunidade de vê-lo. Não é um filme do circuito comercial, mas deveria ter recebido mais atenção. É o segundo longa do diretor Tzahi Grad e foi o melhor filme eleito no Festival de Cinema de Haifa, em Israel. Não vi os outros filmes concorrentes, mas acredito ter sido uma premiação merecida. O longa israelense tem algo que o diferencia da maior parte dos seus conterrâneos que são exibidos aqui no Brasil: o tema não é o terrorismo ou discórdias étnicas e religiosas. Aliás, nem passa perto disso.
O foco de "Gesto Obsceno" está exatamente no cotidiano. Com algumas pequenas alterações, a história poderia muito bem se passar nos EUA, na França, Japão... até mesmo aqui no Brasil. Logo no início somos apresentados a uma família comum com problemas comuns. Um desentendimento no trânsito e um "inocente" gesto feito para o motorista do outro carro envolvido é o suficiente para causar uma turbulência na vida da nossa família comum. O acontecido faz aflorarem as imperfeições do casal de protagonistas. E não surpreende quando os personagens centrais – sem poder contar com o auxílio da polícia para cobrar do outro condutor o dano causado a seu carro, que teve uma das portas arrancada – vão tentar agir por conta própria para que a justiça seja feita.
Ao longo da história, o problema não se resolve e a porta do carro não é mais o que realmente importa: ser indenizado passa a ser uma questão de honra. Nos deparamos com um pai de família inexpressivo e que está longe de ser o pai herói, modelo tão comum nos filmes. Ele leva o filho em uma tentativa de negociação acreditando estar mais protegido de uma possível agressão na presença da criança. Mas não é isso o que acontece. O menino vê seu pai apanhar, bater no carro do seu agressor e fugir como uma criança que sabe que, se não correr, vai apanhar do valentão da classe na hora da saída.
As relações são muitos tradicionais, é isso que nos lembra que aquilo é Israel sem se fazer necessária a presença de tiros e explosões. Em contradição, a esposa é quem sustenta a casa enquanto seu marido – um escritor que não consegue escrever nada – fica em casa escrevendo e apagando a mesma frase dia após dia.
O longa até ganha uma explosão no final, mas não é um atentado terrorista. Ela faz parte de um final surpreendente, mas, como tudo no filme, imperfeito. Não quer dizer que seja um desfecho ruim, pelo contrário. É imperfeito porque, em um momento Rambo, nosso herói “derruba o avião” para fazer parar a turbulência.
O foco de "Gesto Obsceno" está exatamente no cotidiano. Com algumas pequenas alterações, a história poderia muito bem se passar nos EUA, na França, Japão... até mesmo aqui no Brasil. Logo no início somos apresentados a uma família comum com problemas comuns. Um desentendimento no trânsito e um "inocente" gesto feito para o motorista do outro carro envolvido é o suficiente para causar uma turbulência na vida da nossa família comum. O acontecido faz aflorarem as imperfeições do casal de protagonistas. E não surpreende quando os personagens centrais – sem poder contar com o auxílio da polícia para cobrar do outro condutor o dano causado a seu carro, que teve uma das portas arrancada – vão tentar agir por conta própria para que a justiça seja feita.
Ao longo da história, o problema não se resolve e a porta do carro não é mais o que realmente importa: ser indenizado passa a ser uma questão de honra. Nos deparamos com um pai de família inexpressivo e que está longe de ser o pai herói, modelo tão comum nos filmes. Ele leva o filho em uma tentativa de negociação acreditando estar mais protegido de uma possível agressão na presença da criança. Mas não é isso o que acontece. O menino vê seu pai apanhar, bater no carro do seu agressor e fugir como uma criança que sabe que, se não correr, vai apanhar do valentão da classe na hora da saída.
As relações são muitos tradicionais, é isso que nos lembra que aquilo é Israel sem se fazer necessária a presença de tiros e explosões. Em contradição, a esposa é quem sustenta a casa enquanto seu marido – um escritor que não consegue escrever nada – fica em casa escrevendo e apagando a mesma frase dia após dia.
O longa até ganha uma explosão no final, mas não é um atentado terrorista. Ela faz parte de um final surpreendente, mas, como tudo no filme, imperfeito. Não quer dizer que seja um desfecho ruim, pelo contrário. É imperfeito porque, em um momento Rambo, nosso herói “derruba o avião” para fazer parar a turbulência.
nota: 8/10 -- vale o ingresso
Gesto Obsceno (Foul Gesture, 2007, Israel)
direção: Tzahi Grad; com: Ya'ackov Ayali, Ania Bukstein, Tal Grushka, Rivka Michaeli, Keren Mor, Asher Tzarfati, Gal Zaid; roteiro: Ya'ackov Ayali, Gal Zaid; produção: David Cohen, Tzahi Grad, Isaac Shani, Gal Zaid; fotografia: Shai Goldman; montagem: Moris Ben Mayor; música: Karni Postel, David Klemes. 98 min
direção: Tzahi Grad; com: Ya'ackov Ayali, Ania Bukstein, Tal Grushka, Rivka Michaeli, Keren Mor, Asher Tzarfati, Gal Zaid; roteiro: Ya'ackov Ayali, Gal Zaid; produção: David Cohen, Tzahi Grad, Isaac Shani, Gal Zaid; fotografia: Shai Goldman; montagem: Moris Ben Mayor; música: Karni Postel, David Klemes. 98 min
4 comentários:
adorei a crítica Mari ! deu até vontade de ver o filme ! rsrs
gostei tb Mari, é legal ver a crítica da história de um filme Israelense até mesmo pra largar de lado a idéia do terrorismo. sucesso pra vc nessa área cinematográfica q vc TANTO gosta! =)
Gostei de ler um comentário de filme que é mais que um resumo da história, você tem muita personalidade. Parabéns!
Magali
"É verdade que quem não assistiu a "Gesto Obsceno" na mostra INDIE 2008 dificilmente terá uma nova oportunidade de vê-lo. "
Droga.
:/
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