A primeira coisa que me veio à cabeça entre “007 – Cassino Royale” e “007 – Quantum of Solace” foi comparar os dois filmes com “A Identidade Bourne” e “A Supremacia Bourne”. Há quatro anos, eu escrevi um pequeno texto comparando as duas franquias e alertando que Jason Bourne era muito mais eficiente em seu segundo filme do que James Bond em quase toda a sua série. Ao reinventar a franquia para o novo milênio, cabe dar uma olhadinha naquele texto e comparar as franquias nos seus respectivos momentos. Afinal, enquanto “A Supremacia Bourne” é uma evolução louvável para com o filme original, “Quantum of Solace” vai pelo caminho oposto, se tornando meramente uma continuação.
Grande culpa do diretor Marc Foster, talvez não tão habituado ao cinema de ação quanto o veterano Martin Campbell. A grande maldição do cinema de ação deste milênio - os cortes rápidos que derrubam a ação e o suspense da execução de cenas grandiosas - está presente aqui. Mas voltando à comparação anterior entre as franquias “Bond” e “Bourne”, Paul Greengrass utiliza os cortes rápidos e câmera de mão para literalmente nos deixar tontos e sem fôlego com a eficiência de Bourne. Já os cortes de Forster nos deixam irritados e com dor de cabeça.
A história dos mesmos roteiristas do filme anterior, entre eles o oscarizado Paul Haggis, falha ao querer enfiar na cabeça do espectador algo tão bizarro como uma organização com o poder da Quantum, totalmente desconhecida de todos os serviços de inteligência do mundo. É só uma desculpa para que Bond vá atrás das coisas, algo que não era necessário em “Cassino Royale”, quando seus objetivos eram bem definidos. E o desperdício do personagem de Jeffrey Wright, a quem são dadas pouquíssimas cenas, nos faz pensar que ele será mais bem aproveitado no próximo longa. A franquia Bond tem que tomar uma lição de Christopher Nolan e aprender que os coadjuvantes fazem um bom filme hoje em dia.
Talvez por inevitavelmente se comparar com a outra franquia de espionagem do momento, houve a escolha consciente e falha de tentar superar “Cassino Royale” no número de cenas de ação. Aí está o erro. Aquele filme é eficiente por manter a ação no mínimo necessário. É um filme com classe. “Quantum of Solace” não tem classe nenhuma. É apenas cinema de ação, mais um para uma franquia que deveria ser tratada com o cuidado que merece.
Grande culpa do diretor Marc Foster, talvez não tão habituado ao cinema de ação quanto o veterano Martin Campbell. A grande maldição do cinema de ação deste milênio - os cortes rápidos que derrubam a ação e o suspense da execução de cenas grandiosas - está presente aqui. Mas voltando à comparação anterior entre as franquias “Bond” e “Bourne”, Paul Greengrass utiliza os cortes rápidos e câmera de mão para literalmente nos deixar tontos e sem fôlego com a eficiência de Bourne. Já os cortes de Forster nos deixam irritados e com dor de cabeça.
A história dos mesmos roteiristas do filme anterior, entre eles o oscarizado Paul Haggis, falha ao querer enfiar na cabeça do espectador algo tão bizarro como uma organização com o poder da Quantum, totalmente desconhecida de todos os serviços de inteligência do mundo. É só uma desculpa para que Bond vá atrás das coisas, algo que não era necessário em “Cassino Royale”, quando seus objetivos eram bem definidos. E o desperdício do personagem de Jeffrey Wright, a quem são dadas pouquíssimas cenas, nos faz pensar que ele será mais bem aproveitado no próximo longa. A franquia Bond tem que tomar uma lição de Christopher Nolan e aprender que os coadjuvantes fazem um bom filme hoje em dia.
Talvez por inevitavelmente se comparar com a outra franquia de espionagem do momento, houve a escolha consciente e falha de tentar superar “Cassino Royale” no número de cenas de ação. Aí está o erro. Aquele filme é eficiente por manter a ação no mínimo necessário. É um filme com classe. “Quantum of Solace” não tem classe nenhuma. É apenas cinema de ação, mais um para uma franquia que deveria ser tratada com o cuidado que merece.
nota: 6/10 -- vale o ingresso
007 - Quantum of Solace (Quantum of Solace, 2008, Reino Unido/EUA)
direção: Marc Forster; com: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright, David Harbour, Jesper Christensen, Anatole Taubman, Rory Kinnear, Joaquín Cosio; roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade; produção: Barbara Broccoli, Michael G. Wilson; fotografia: Roberto Schaefer; montagem: Matt Chesse, Richard Pearson; música: David Arnold; estúdio: MGM, Columbia Pictures, Eon Productions; distribuição: Columbia Pictures. 106 min
direção: Marc Forster; com: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright, David Harbour, Jesper Christensen, Anatole Taubman, Rory Kinnear, Joaquín Cosio; roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade; produção: Barbara Broccoli, Michael G. Wilson; fotografia: Roberto Schaefer; montagem: Matt Chesse, Richard Pearson; música: David Arnold; estúdio: MGM, Columbia Pictures, Eon Productions; distribuição: Columbia Pictures. 106 min
5 comentários:
Bem ainda não vi (pra variar, né :>)), mas verei. Porem, também detesto esses corte rapidos em que não se distingue nada (mesmo na trilogia Bourne, me incomodaram), e que se pretendem "radicais", "emocionantes" "doidos", mas que em geral só revelam a incompetencia do cineasta em filmar uma sequencia de ação que dure mais que um segundo.
Em cenas de luta por exemplo eu gosto de apreciar a coreografia, ver o movimento que os corpos realizam, e não uma sequencia de: mão, pé, cara, nariz, olhos esbugalhados, close na boca, close nos olhos, close numa pomba que tava de bobeira no local, um movimento giratorio da camera em alta velocidade sobre o local.... ufa... será que é pedir muito ver um plano que dure mais que um segundo.
Quando ver o filme, comento de novo aqui. (espero que nesse milenio ainda :>)
xlucas
http://womni.blogspot.com
Cumpadre, eu concordo com tudo que você disse em relação ao filme. Há uma nítida sensação de "tentar ser Bourne", ou seja, partir para uma aproximação mais "realista", mais bruta do personagem e da ação.
E quanto aos cortes, é realmente lamentável que uma franquia de um espião tão clássico como Bond tenha se rendido à essa estética maldita, que só mesmo Paul Greengrass soube articular direito nos dois últimos Bournes. Sério, eu não me lembro de ter visto o Daniel Craig dando um soco neste filme. É muito picotado.
Enfim, achei o "Quantum of Solace" de certa forma desnecessário... Parece que fizeram só mesmo para ter mais um Bond e não deixar a coisa esfriar.
[]s!
Putz, juro que eu pensei que esse post era do Renato.
Já estava tão habituado com somente o Reanto postando aqui (muito esporadicamente tinha algo do toons), que nem li quem era o autor. Vou prestar mais atenção a partir de agora.
De todo modo, bom post Guilherme.
Renato, tão invadindo o seu site, vc tá sabendo??!!! :>)
xlucas
http://womni.blogspot.com
É só não me confundir com a Mariana para não pegar mal... hehehe
[]s!
eu gosto de cortes rápidos, claro que o efeito é melhor quando são bem utilizados e não adianta fugir de Ultimato que pra mim lá tá o exemplo máximo... aqui eles até que funcionam, o problema maior que achei foi a inserção de planos de cenas distintas intercalados, como no início fantástico da perseguição e aquela estúpida corrida de animais... não acrescentou em nada. o roteiro do filme também é tristinho, mas a ação não deixa muito espaço pra ele mesmo, e no final pouco importa. inferior ao último Bond, mas ainda assim um bom filme de ação, bem acima da média!
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