“Amantes” é o filme que Wong Kar Wai faria se fosse um videomaker. Estão aqui os temas da decepção amorosa e dos sentimentos que não se consegue deixar de sentir, acompanhados de diálogos curtos e marcados, muita câmera lenta e imagens estilizadas com cores chamativas - como já se viu em “Amor à Flor da Pele”, “2046” e “Um Beijo Roubado”. A grande diferença é que, por mais criticado que Kar Wai seja (muitas vezes sem motivo, devo defendê-lo), ele sabe que está fazendo cinema. Já Carl Zhang, mais um estreante apresentado no INDIE 2008, parece estar realizando um teste vocacional: ele não sabe se quer ser um cineasta ou um diretor de vídeos, clipes musicais ou comerciais de perfume.
Zhang (que também é chinês, natural de Xangai, como Kar Wai) opta claramente por um sincretismo na linguagem. Mas o que poderia ser visto (ou vendido) como um trabalho que desafia e provoca o espectador, não passa de um amontoado de cenas superestilizadas, que, se funcionam em trailers, na forma de um longa-metragem resultam numa inesperada combinação de videoarte pedante com novela mexicana melosa.
Logo de cara, Zhang denuncia suas intenções com um prólogo que funciona quase como um curta e dá a tônica do filme todo: é uma lamentação de um amor adolescente, só que estendida em uma hora e meia. Ao menos, aquele início é protagonizado por dois jovens (e é uma graça ver a garota cantar “La Vie em Rose” com a voz chorosa). O que não dá para engolir depois são dois adultos se comportando como se tivessem 15 anos.
É tudo muito juvenil e exagerado, ao ponto do sentimentalismo barato. Há cenas do casal brincando no parque, tomando sorvete, andando de mãos dadas... Tão bonitinho! E quando eles brigam, vêm os flashbacks da época em que eram tão felizes juntos... Ahhh! :( Têm aquelas cenas em que eles encostam a cabeça na parede e choram, choram, choram... Encostam a cabeça na vidraça enquanto chove e choram, choram, choram... E que tal o casal de peixinhos na pia? Soooo cute! Valha-me...
O que torna “Amantes” ainda mais frustrante é que Zhang parece querer que o público se enamore dos personagens, mas ao mesmo tempo ele não permite que você conheça aquelas pessoas. O máximo que se tem na tela são os efeitos do coração partido, como se mostrar alguém chorando fosse suficiente para criar algum envolvimento emocional por parte do espectador.
Zhang (que também é chinês, natural de Xangai, como Kar Wai) opta claramente por um sincretismo na linguagem. Mas o que poderia ser visto (ou vendido) como um trabalho que desafia e provoca o espectador, não passa de um amontoado de cenas superestilizadas, que, se funcionam em trailers, na forma de um longa-metragem resultam numa inesperada combinação de videoarte pedante com novela mexicana melosa.
Logo de cara, Zhang denuncia suas intenções com um prólogo que funciona quase como um curta e dá a tônica do filme todo: é uma lamentação de um amor adolescente, só que estendida em uma hora e meia. Ao menos, aquele início é protagonizado por dois jovens (e é uma graça ver a garota cantar “La Vie em Rose” com a voz chorosa). O que não dá para engolir depois são dois adultos se comportando como se tivessem 15 anos.
É tudo muito juvenil e exagerado, ao ponto do sentimentalismo barato. Há cenas do casal brincando no parque, tomando sorvete, andando de mãos dadas... Tão bonitinho! E quando eles brigam, vêm os flashbacks da época em que eram tão felizes juntos... Ahhh! :( Têm aquelas cenas em que eles encostam a cabeça na parede e choram, choram, choram... Encostam a cabeça na vidraça enquanto chove e choram, choram, choram... E que tal o casal de peixinhos na pia? Soooo cute! Valha-me...
O que torna “Amantes” ainda mais frustrante é que Zhang parece querer que o público se enamore dos personagens, mas ao mesmo tempo ele não permite que você conheça aquelas pessoas. O máximo que se tem na tela são os efeitos do coração partido, como se mostrar alguém chorando fosse suficiente para criar algum envolvimento emocional por parte do espectador.
nota: 1/10 -- pura perda de tempo
Amantes (Lovers, 2008, Austrália/China)
direção: Carl Zhang; com: Wu Yao Bing, Cherie Ditcham, Wu Xiao Dong, Danielle Jenster, Yao Shi Jie, Angela Qiu, James Vegter, Wei Yi; roteiro: Carl Zhang; produção: James Polidoras, Carl Zhang, Zhao Zhu; fotografia: Carl Zhang; montagem: Carl Zhang; estúdio: Bebop Films, The Style Embassy. 100 min
direção: Carl Zhang; com: Wu Yao Bing, Cherie Ditcham, Wu Xiao Dong, Danielle Jenster, Yao Shi Jie, Angela Qiu, James Vegter, Wei Yi; roteiro: Carl Zhang; produção: James Polidoras, Carl Zhang, Zhao Zhu; fotografia: Carl Zhang; montagem: Carl Zhang; estúdio: Bebop Films, The Style Embassy. 100 min
5 comentários:
Nota 1 é muito! Se ao menos a trilha sonora fosse bacana, ele se salvaria como clipe, talvez, mas nem isso...
Minto. Nem como clipe. É chato demais. :p
Po, pelo que eu li parece filme de garotinha de faculdade de cinema, hehehe!
Bom, se eu fizesse faculdade de cinema, meu não seria!
chatooooooo.... na sala do Usina onde era exibida a cada minuto de exibição era esvaziada... nossa ainda achava que Embriagado de Amor era o pior filme do mundo...
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