A sensação de segurança que um condomínio fechado como o de “Zona do Crime” oferece é o que muitas pessoas hoje em dia sonham em conseguir. O que é compreensível, uma vez que, numa realidade como a da Cidade do México, muito próxima da vivenciada em várias capitais brasileiras, o medo de ser assaltado, violentado ou até mesmo morto ao colocar o pé para fora de casa gera uma necessidade natural por proteção.
Mas o que o diretor e roteirista Rodrigo Plá nos mostra em seu filme é que a segurança que existe naquele condomínio é ilusória. Afinal, como viver com tranqüilidade quando se é vigiado por câmeras 24 horas por dia? E pior ainda: que proteção esse equipamento oferece aos moradores se as pessoas que controlam o lugar têm o poder de editar e apagar qualquer evidência que possa prejudicá-las ou ser nociva de alguma forma?
Apesar de levantar esse interessante questionamento, Plá perde a oportunidade de fazer um filme mais profundo sobre o controle, as leis próprias, os julgamentos equivocados e as conseqüências de se viver em um cárcere como aquele, acima até mesmo da polícia. O cineasta parece se contentar em denunciar a corrupção policial e o desejo da sociedade, incrédula na lei, de fazer justiça com as próprias mãos. Decerto algumas cenas podem incomodar e revoltar o espectador. Mas acaba sendo uma aproximação simplista, da denúncia pela denúncia, apenas para evocar um sentimento pessimista.
Não é à toa que os melhores momentos de “Zona do Crime” são aqueles em que o diretor vai um pouco além do tom e nos mostra que aquela sociedade microcósmica poderia ser formada pelos moradores de “Dogville”, por exemplo. Mas ao contrário do filme de Lars von Trier – que é tão conceitual quanto “A Vila”, de M. Night Shyamalan – o trabalho de Plá não vai além da estética latina da urgência (a câmera na mão sempre presente) e ainda se limita a criar personagens unidimensionais. Mesmo o rapaz que tende a ser o “herói” não demonstra possuir muita personalidade. Na verdade, esta é uma característica que pode ser encarada como reflexo da educação que o jovem recebeu do pai. Mas por que, então, não criticá-lo ao invés de tentar fazer dele o bonzinho da vez?
Se for para ser pessimista, que seja cem por cento. O problema de Plá é que ele ameaça fazer um comentário social mais ácido, mas acaba se rendendo a um drama seco, sem ressonância, que no fim corre o risco de deixar o público como o protagonista: iremos embora e faremos um lanche, como se nada tivesse acontecido.
Mas o que o diretor e roteirista Rodrigo Plá nos mostra em seu filme é que a segurança que existe naquele condomínio é ilusória. Afinal, como viver com tranqüilidade quando se é vigiado por câmeras 24 horas por dia? E pior ainda: que proteção esse equipamento oferece aos moradores se as pessoas que controlam o lugar têm o poder de editar e apagar qualquer evidência que possa prejudicá-las ou ser nociva de alguma forma?
Apesar de levantar esse interessante questionamento, Plá perde a oportunidade de fazer um filme mais profundo sobre o controle, as leis próprias, os julgamentos equivocados e as conseqüências de se viver em um cárcere como aquele, acima até mesmo da polícia. O cineasta parece se contentar em denunciar a corrupção policial e o desejo da sociedade, incrédula na lei, de fazer justiça com as próprias mãos. Decerto algumas cenas podem incomodar e revoltar o espectador. Mas acaba sendo uma aproximação simplista, da denúncia pela denúncia, apenas para evocar um sentimento pessimista.
Não é à toa que os melhores momentos de “Zona do Crime” são aqueles em que o diretor vai um pouco além do tom e nos mostra que aquela sociedade microcósmica poderia ser formada pelos moradores de “Dogville”, por exemplo. Mas ao contrário do filme de Lars von Trier – que é tão conceitual quanto “A Vila”, de M. Night Shyamalan – o trabalho de Plá não vai além da estética latina da urgência (a câmera na mão sempre presente) e ainda se limita a criar personagens unidimensionais. Mesmo o rapaz que tende a ser o “herói” não demonstra possuir muita personalidade. Na verdade, esta é uma característica que pode ser encarada como reflexo da educação que o jovem recebeu do pai. Mas por que, então, não criticá-lo ao invés de tentar fazer dele o bonzinho da vez?
Se for para ser pessimista, que seja cem por cento. O problema de Plá é que ele ameaça fazer um comentário social mais ácido, mas acaba se rendendo a um drama seco, sem ressonância, que no fim corre o risco de deixar o público como o protagonista: iremos embora e faremos um lanche, como se nada tivesse acontecido.
nota: 5/10 -- veja sem pressa
Zona do Crime (La Zona, 2007, México)
direção: Rodrigo Plá; com: Daniel Giménez Cacho, Maribel Verdú, Alan Chávez, Daniel Tovar, Carlos Bardem, Marina de Tavira, Mario Zaragoza, Andrés Montiel, Blanca Guerra, Enrique Arreola, Gerardo Taracena; roteiro: Rodrigo Plá, Laura Santullo; produção: Alvaro Longoria; fotografia: Emiliano Villanueva; montagem: Ana García, Nacho Ruiz Capillas, Bernat Vilaplana; música: Fernando Velázquez; estúdio: Morena Films, Buenaventura Producciones; distribuição: Dreamland Filmes. 97 min
direção: Rodrigo Plá; com: Daniel Giménez Cacho, Maribel Verdú, Alan Chávez, Daniel Tovar, Carlos Bardem, Marina de Tavira, Mario Zaragoza, Andrés Montiel, Blanca Guerra, Enrique Arreola, Gerardo Taracena; roteiro: Rodrigo Plá, Laura Santullo; produção: Alvaro Longoria; fotografia: Emiliano Villanueva; montagem: Ana García, Nacho Ruiz Capillas, Bernat Vilaplana; música: Fernando Velázquez; estúdio: Morena Films, Buenaventura Producciones; distribuição: Dreamland Filmes. 97 min
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