Filmes como “Os Infiltrados”, “O Plano Perfeito” e “Os Donos da Noite” mantiveram o gênero policial com fôlego durante os últimos dois anos, ainda que a grande maioria de longas do tipo não passe de mais do mesmo. O que os títulos citados têm em comum com “Os Reis da Rua” é que todos tratam de corrupção entre policiais. E o que os difere é que, ao contrário de Martin Scorsese, Spike Lee e James Gray, David Ayer não é um bom diretor.
Roteirista do ótimo “Dia de Treinamento”, Ayer estreou no comando da câmera com o “Tempos de Violência”, um filme que, apesar de problemas típicos de um diretor novato, carrega um drama instigante por trás do personagem de Christian Bale. Já em “Os Reis da Rua”, vemos que existe ali dentro, escondido em algum lugar, um mote que poderia render uma história relevante. É claro que a corrupção policial é um tema desgastado, mas quem não gosta de uma boa intriga? James Ellroy certamente gosta. Autor do argumento que inspirou este filme e também escritor de célebres romances policiais (“Los Angeles Cidade Proibida” e “A Dália Negra” entre eles), ele se vê aqui ao lado de dois roteiristas que juntos não possuem um décimo de sua experiência e de seu talento. Kurt Wimmer (“Ultravioleta”, “Thomas Crown”, “Esfera”) e o estreante Jamie Moss. Ao que parece, Ellroy não é um bom professor.
Os diálogos freqüentemente caem no clichê, descendo a ladeira até um personagem evocar o velho e batido dilema bem vs. mal. E por mais que no desfecho da trama seja feito um ponto interessante sobre a motivação do grande corruptor por trás de tudo, parece ser tarde demais para justificar as quase duas horas que temos que atravessar, agüentando investigações que sempre parecem levar à mesma situação: não existe policial bonzinho em Los Angeles. Aliás, parece não existir nem mesmo bandidos como nos velhos tempos. Deve ser um sinal dos novos tempos da criminalidade.
Percebam: existe um bom tema aqui. O problema é que Ayer não parece interessado em desenvolvê-lo e nem em se desenvolver como cineasta, depois de três filmes sobre o mesmo assunto. Ele parece ser incapaz de criar cenas contundentes ou empregar um estilo próprio. E se ele é um bom roteirista, bem, talvez devesse ter escrito este filme e deixado a direção para alguém mais competente.
Roteirista do ótimo “Dia de Treinamento”, Ayer estreou no comando da câmera com o “Tempos de Violência”, um filme que, apesar de problemas típicos de um diretor novato, carrega um drama instigante por trás do personagem de Christian Bale. Já em “Os Reis da Rua”, vemos que existe ali dentro, escondido em algum lugar, um mote que poderia render uma história relevante. É claro que a corrupção policial é um tema desgastado, mas quem não gosta de uma boa intriga? James Ellroy certamente gosta. Autor do argumento que inspirou este filme e também escritor de célebres romances policiais (“Los Angeles Cidade Proibida” e “A Dália Negra” entre eles), ele se vê aqui ao lado de dois roteiristas que juntos não possuem um décimo de sua experiência e de seu talento. Kurt Wimmer (“Ultravioleta”, “Thomas Crown”, “Esfera”) e o estreante Jamie Moss. Ao que parece, Ellroy não é um bom professor.
Os diálogos freqüentemente caem no clichê, descendo a ladeira até um personagem evocar o velho e batido dilema bem vs. mal. E por mais que no desfecho da trama seja feito um ponto interessante sobre a motivação do grande corruptor por trás de tudo, parece ser tarde demais para justificar as quase duas horas que temos que atravessar, agüentando investigações que sempre parecem levar à mesma situação: não existe policial bonzinho em Los Angeles. Aliás, parece não existir nem mesmo bandidos como nos velhos tempos. Deve ser um sinal dos novos tempos da criminalidade.
Percebam: existe um bom tema aqui. O problema é que Ayer não parece interessado em desenvolvê-lo e nem em se desenvolver como cineasta, depois de três filmes sobre o mesmo assunto. Ele parece ser incapaz de criar cenas contundentes ou empregar um estilo próprio. E se ele é um bom roteirista, bem, talvez devesse ter escrito este filme e deixado a direção para alguém mais competente.
nota: 5/10 -- veja sem pressa
Os Reis da Rua (Street Kings, 2008, EUA)
direção: David Ayer; com: Keanu Reeves, Forest Whitaker, Common, Martha Higareda, Chris Evans, Naomie Harris, Terry Crews; roteiro: James Ellroy, Kurt Wimmer, Jamie Moss (baseado em um argumento de James Ellroy); produção: Lucas Foster, Alexandra Milchan, Erwin Stoff; fotografia: Gabriel Beristain; montagem: Jeffrey Ford; música: Graeme Revell; estúdio: Regency Enterprises, Yari Film Group, Emmett/Furla Films; distribuição: 20th Century Fox. 109 min
direção: David Ayer; com: Keanu Reeves, Forest Whitaker, Common, Martha Higareda, Chris Evans, Naomie Harris, Terry Crews; roteiro: James Ellroy, Kurt Wimmer, Jamie Moss (baseado em um argumento de James Ellroy); produção: Lucas Foster, Alexandra Milchan, Erwin Stoff; fotografia: Gabriel Beristain; montagem: Jeffrey Ford; música: Graeme Revell; estúdio: Regency Enterprises, Yari Film Group, Emmett/Furla Films; distribuição: 20th Century Fox. 109 min
1 comentários:
Concordo. Os Infiltrados e Os Donos da Noite são bem superiores.
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