“Jogos do Poder” é quase uma sátira política. O grande trunfo do filme são os diálogos, que ditam o ritmo da narrativa. Não há nenhum plano muito elaborado – as cenas são rápidas, com os personagens sempre com as falas na ponta da língua. Esse timing é característico do diretor Mike Nichols, mesmo quando ele não faz comédia – basta nos lembrarmos de “Closer – Perto Demais”, onde as tiradas dão lugar aos calorosos desentendimentos amorosos dos personagens.
Não bastasse ser também um ótimo diretor de atores (quantos realmente conseguem tirar uma boa atuação de Julia Roberts?), Nichols se certifica de se cercar de um bom elenco. Além de contar com coadjuvantes de luxo como Philip Seymour Hoffman, Ned Beatty, Amy Adams e Emily Blunt (que não precisa abrir a boca para fazer cair o queixo da rapaziada em sua curta participação), Nichols coloca Tom Hanks em um papel inusual em sua carreira. O ator abre mão da habitual diplomacia para viver um sujeito que, logo na primeira cena, aparece nu em uma banheira, cercado por strippers (nuas também, claro). E, ainda por cima, ele assume cheirar coca. Definitivamente, este não é o Hanks que estamos acostumados a ver (aliás, creio que eu não estou só por preferir Hanks em atuações mais soltas como essa).
Ao mesmo tempo em que faz rir, graças à ironia e ao sarcasmo (em especial nas cenas entre Hanks e Hoffman), o filme se ocupa de fazer um comentário sobre a situação que se deflagrou no Oriente Médio com a política intervencionista americana ao longo das décadas. O título brasileiro pode não ter nada a ver com o original, “Charlie Wilson’s War”, mas faz sentido com o que vemos na tela. Além disso, essa “tradução” é uma óbvia tentativa do distribuidor de evocar “Segredos do Poder”, outro filme do mesmo Mike Nichols, sobre a mesma Casa Branca, lançado dez anos atrás.
Não bastasse ser também um ótimo diretor de atores (quantos realmente conseguem tirar uma boa atuação de Julia Roberts?), Nichols se certifica de se cercar de um bom elenco. Além de contar com coadjuvantes de luxo como Philip Seymour Hoffman, Ned Beatty, Amy Adams e Emily Blunt (que não precisa abrir a boca para fazer cair o queixo da rapaziada em sua curta participação), Nichols coloca Tom Hanks em um papel inusual em sua carreira. O ator abre mão da habitual diplomacia para viver um sujeito que, logo na primeira cena, aparece nu em uma banheira, cercado por strippers (nuas também, claro). E, ainda por cima, ele assume cheirar coca. Definitivamente, este não é o Hanks que estamos acostumados a ver (aliás, creio que eu não estou só por preferir Hanks em atuações mais soltas como essa).
Ao mesmo tempo em que faz rir, graças à ironia e ao sarcasmo (em especial nas cenas entre Hanks e Hoffman), o filme se ocupa de fazer um comentário sobre a situação que se deflagrou no Oriente Médio com a política intervencionista americana ao longo das décadas. O título brasileiro pode não ter nada a ver com o original, “Charlie Wilson’s War”, mas faz sentido com o que vemos na tela. Além disso, essa “tradução” é uma óbvia tentativa do distribuidor de evocar “Segredos do Poder”, outro filme do mesmo Mike Nichols, sobre a mesma Casa Branca, lançado dez anos atrás.
nota: 8/10 -- vale o ingresso
Jogos do Poder (Charlie Wilson's War, 2007, EUA)
direção: Mike Nichols; com: Tom Hanks, Philip Seymour Hoffman, Julia Roberts, Amy Adams, Shiri Appleby, Rachel Nichols, Mary Bonner Baker, Emily Blunt, Om Puri, Ned Beatty; roteiro: Aaron Sorkin (baseado no livro de George Crile); produção: Gary Goetzman, Tom Hanks; fotografia: Stephen Goldblatt; montagem: John Bloom, Antonia Van Drimmelen; música: James Newton Howard; estúdio: Universal Pictures, Playtone; distribuição: Paramount/Universal Pictures. 97 min
direção: Mike Nichols; com: Tom Hanks, Philip Seymour Hoffman, Julia Roberts, Amy Adams, Shiri Appleby, Rachel Nichols, Mary Bonner Baker, Emily Blunt, Om Puri, Ned Beatty; roteiro: Aaron Sorkin (baseado no livro de George Crile); produção: Gary Goetzman, Tom Hanks; fotografia: Stephen Goldblatt; montagem: John Bloom, Antonia Van Drimmelen; música: James Newton Howard; estúdio: Universal Pictures, Playtone; distribuição: Paramount/Universal Pictures. 97 min
2 comentários:
Eu esperava um pouco mais do filme.
Você não está só mesmo na preferência por atuações mais soltas de Tom Hanks. Eu também gostaria de ver mais coisas assim...
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