Pelos nomes no cartaz de “Bobby”, dá para imaginar que se trata de um filme, no mínimo, ambicioso. Porém, é uma obra que vale mais por sua mensagem pacifista e o paralelo que traça com a atualidade – através do memorável discurso do então candidato a presidente Robert Kennedy – do que pela tentativa de envolver o espectador e fazê-lo se importar com os personagens.
Escrito e dirigido pelo ator Emilio Estevez (mais um que volta na onda dos anos 80), “Bobby” falha principalmente em seu roteiro, que dilui muito a(s) história(s) que quer contar. Às vezes, tem-se a impressão de que o longa é uma antologia girando em torno do mesmo tema, e não um mosaico como “Magnólia”, de Paul Thomas Anderson, ou alguns dos melhores trabalhos de Robert Altman, a citar: “Short Cuts – Cenas da Vida”, “Assassinato em Gosford Park” e “A Última Noite” – nos quais Estevez parece ter buscado inspiração.
A grande diferença é que Altman sabia como ninguém equilibrar enredos e dar unidade aos seus filmes. Já em “Bobby”, alguns atores parecem estar fazendo apenas participações especiais, uma vez que seus personagens não têm muita importância (é o caso do “fornecedor” vivido por Ashton Kutcher, ou a atendente feita por Heather Graham, por exemplo). Parece que o propósito da produção é apenas ser um retrato de uma época, pegando representantes de gerações diferentes (os adolescentes drogados, o casal recém-casado, os adultos em crise conjugal, os porteiros idosos), bem como de raças e classes sociais variadas (como se pode observar no núcleo que atua na cozinha do hotel).
Com tantas subtramas e pouca substância, a participação de dezenas de atores famosos não se justifica. Na verdade, acaba sendo uma distração ver um rosto conhecido surgir na tela a cada cinco minutos até a metade do filme (só faltou mesmo Charlie Sheen dar as caras). Mesmo assim, alguns momentos curiosos são proporcionados, como ver Sharon Stone e Demi Moore, duas divas da década passada, contracenarem pela primeira vez. Ou, para os fãs de P.T. Anderson como eu, testemunhar o caso entre William H. Macy e Heather Graham, o “Little Bill” e a “Rollergirl” de “Boogie Nights – Prazer Sem Limites”.
O roteiro deficiente de “Bobby” só é salvo pela ótima direção de Estevez, que também está no elenco como o marido da personagem de Demi Moore (e se você acompanha a vida das celebridades, sabe que os dois já foram noivos anos atrás – mas por que diabos estou falando nisso?). A carreira de Estevez por trás das câmeras é tão antiga quanto a de ator, embora ele tenha dirigido bem menos do que atuado. Ele mostra que tem potencial neste seu mais recente esforço em múltiplas funções. Será bom vê-lo seguir em frente como cineasta, e melhor ainda se ele moderar a ambição em seus próximos projetos.
Escrito e dirigido pelo ator Emilio Estevez (mais um que volta na onda dos anos 80), “Bobby” falha principalmente em seu roteiro, que dilui muito a(s) história(s) que quer contar. Às vezes, tem-se a impressão de que o longa é uma antologia girando em torno do mesmo tema, e não um mosaico como “Magnólia”, de Paul Thomas Anderson, ou alguns dos melhores trabalhos de Robert Altman, a citar: “Short Cuts – Cenas da Vida”, “Assassinato em Gosford Park” e “A Última Noite” – nos quais Estevez parece ter buscado inspiração.
A grande diferença é que Altman sabia como ninguém equilibrar enredos e dar unidade aos seus filmes. Já em “Bobby”, alguns atores parecem estar fazendo apenas participações especiais, uma vez que seus personagens não têm muita importância (é o caso do “fornecedor” vivido por Ashton Kutcher, ou a atendente feita por Heather Graham, por exemplo). Parece que o propósito da produção é apenas ser um retrato de uma época, pegando representantes de gerações diferentes (os adolescentes drogados, o casal recém-casado, os adultos em crise conjugal, os porteiros idosos), bem como de raças e classes sociais variadas (como se pode observar no núcleo que atua na cozinha do hotel).
Com tantas subtramas e pouca substância, a participação de dezenas de atores famosos não se justifica. Na verdade, acaba sendo uma distração ver um rosto conhecido surgir na tela a cada cinco minutos até a metade do filme (só faltou mesmo Charlie Sheen dar as caras). Mesmo assim, alguns momentos curiosos são proporcionados, como ver Sharon Stone e Demi Moore, duas divas da década passada, contracenarem pela primeira vez. Ou, para os fãs de P.T. Anderson como eu, testemunhar o caso entre William H. Macy e Heather Graham, o “Little Bill” e a “Rollergirl” de “Boogie Nights – Prazer Sem Limites”.
O roteiro deficiente de “Bobby” só é salvo pela ótima direção de Estevez, que também está no elenco como o marido da personagem de Demi Moore (e se você acompanha a vida das celebridades, sabe que os dois já foram noivos anos atrás – mas por que diabos estou falando nisso?). A carreira de Estevez por trás das câmeras é tão antiga quanto a de ator, embora ele tenha dirigido bem menos do que atuado. Ele mostra que tem potencial neste seu mais recente esforço em múltiplas funções. Será bom vê-lo seguir em frente como cineasta, e melhor ainda se ele moderar a ambição em seus próximos projetos.
nota: 7/10 -- vale o ingresso
Bobby (2006, EUA), dir.: Emilio Estevez – em cartaz nos cinemas
4 comentários:
Foi bom também ver Anthony Hopkins se livrar de Hannibal Lecter!
Queria entrar em contato com vocês dois. Tem como vocês me mandarem um email? Coloquei na url aí, podem mandar por lá.
Papo sério.
Realmente, o Emilio Estevez não possui o mesmo talento do Altman e do PTA para criar uma história de múltiplos personagens que se intercruzam, mas o resultado ate que me agradou muito. Os atores, que na maioria são só rostos bonitos em Hollywood, até que saíram bem, como o Elijah Wood e a Lindsay Lohan. Muito me surpreendeu a atuação da Demi Moore, a melhor na minha opinião. E o filme tbm vale pela mensagem política, embora o Robert Kennedy seja visto como o salvador da pátria por tudo o que aconteceria na história dos EUA caso tivesse chegado à presidência. Valeu Renato!!
Isso também me incomodou um pouco, Rafael, mostrar o Robert Kennedy como messias.
Ah, estou sem tempo, mas não esqueci da corrente literária... Tentarei fazer nesse fim de semana.
[]s!
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