É realmente um conto de fadas, além de muita pretensão de querer se colocar no mesmo nível de histórias como “O Senhor dos Anéis”, “As Crônicas de Nárnia” ou até mesmo “Harry Potter”, mas também pelo fato de querer, no mundo atual, mais cínico do que nunca, contar uma história de ninar para adultos.
Querer contar a história de “Lady In The Water” é contar o filme em si. Qualquer parte mencionada aqui estragará o prazer (ou desprazer) de assisti-lo. É possível que M. Night Shyamalan queira ser mais do que é? E o que ele é afinal de contas? Uma grande promessa? Um cineasta talentoso? Um roteirista criativo? Ou uma grande farsa?
O próprio diretor tem que se defender em situações como essas. Michael Cimino deixou seu ego tomar conta da carreira e se ferrou com o “Portal do Paraíso” de tal maneira, que nunca mais conseguiu retomar uma carreira promissora. A mesma coisa quase aconteceu com Francis Ford Coppola, cuja carreira não deixou de existir após “Do Fundo do Coração”, mas enfraqueceu com bastante força. Shyamalan brigou com um estúdio inteiro, fato não ajudado por um livro escrito e lançado recentemente sobre a tal briga. Não é de se condenar sua atitude, porque engravatados não entendem de cinema, entendem de lucros. Mas arriscar uma carreira por causa desse filme?
Não há como entender. E não há como explicar. O discurso sobre “eu sou um artista e tenho direito de mostrar o meu ponto de vista” não cola mais. Pra uma pessoa que, durante um confronto com executivos da Disney, bateu no peito e disse que um dos seus filmes é uma das maiores bilheterias de todos os tempos, o que automaticamente lhe dava razão de fazer o que quisesse, dinheiro É importante.
O filme é ruim? É. Poderia ser melhor. Principalmente em certas áreas de casting, como Bryce Dallas Howard, que é muito verde ainda pra carregar um filme como esse. Paul Giamatti entrega a atuação competente de sempre, mas muito abaixo de outras como em “Anti-Herói Americano”, onde está perfeito.
Apesar do pretexto do conto de fadas, é um filme sobre a descoberta da própria identidade. Algo que talvez nem o próprio Shyamalan tenha alcançado ainda.
A Dama na Água (Lady in the Water, 2006, EUA), dir.: M. Night Shyamalan - 1º de setembro nos cinemas brasileiros
Texto escrito por Tooms
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