O cineasta sul-coreano Lee Chang-dong tem demonstrado um grande apreço por histórias trágicas. Em "Poesia", assim como em seus filmes anteriores "Oasis" e "O Sol Secreto", um evento trágico que poderia perfeitamente servir de premissa para uma trama policial é utilizado por ele como ponto de partida para o estudo de seus personagens.
Em "Poesia", a protagonista é uma senhora que apresenta os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer num momento de grande turbulência na família, quando o neto se envolve em um crime hediondo. Ao mesmo tempo, ela toma aulas de poesia para manter a mente ativa. A grande sutileza do trabalho narrativo de Chang-don reside nesse embate interno da personagem principal, que combate uma doença sobre a qual não tem controle ao mesmo tempo em que se vê emocionalmente abalada pelos apuros do neto. O que há de saudável no meio disso tudo senão os pequenos momentos de onde ela tira a inspiração poética?
O espectador pode notar certa semelhança temática de "Poesia" com outro filme sul-coreano, o aclamado "Mother - A Busca Pela Verdade", dirigido por Bong Joon-ho, outro expoente do cinema contemporâneo daquele país. O que diferencia "Poesia" de "Mother", talvez mais a favor do segundo, é que Chang-dong adota um tom ainda mais bucólico e contemplativo para a narrativa, com planos longos e rigorosos. É um belo filme, sem sombra de dúvida, mas que tende a se apoiar além do necessário na própria beleza imagética que o diretor busca. Chang-dong talvez tenha confiado demais nas imagens, e com isso minimizou o impacto dramático.
De qualquer forma, é de se louvar a abordagem dos temas feita pelo cineasta, sem cair no melodrama barato, e a grande atuação da veterana Yun Jeong-hie, que foi muito famosa no cinema da Coréia nos anos 60 e 70, e que não fazia um filme desde 1994.
Poesia (Shi, 2010, Coréia do Sul)
direção: Lee Chang-dong; roteiro: Lee Chang-dong; fotografia: Kim Hyun Seok; montagem: Kim Hyun; produção: Lee Jun-dong; com: Yun Jeong-hie, Ahn Nae-sang, Kim Hira, Lee Da-wit, Kim Yong-taek; estúdio: Pine House Film; distribuição: Imovision. 139 min
Em "Poesia", a protagonista é uma senhora que apresenta os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer num momento de grande turbulência na família, quando o neto se envolve em um crime hediondo. Ao mesmo tempo, ela toma aulas de poesia para manter a mente ativa. A grande sutileza do trabalho narrativo de Chang-don reside nesse embate interno da personagem principal, que combate uma doença sobre a qual não tem controle ao mesmo tempo em que se vê emocionalmente abalada pelos apuros do neto. O que há de saudável no meio disso tudo senão os pequenos momentos de onde ela tira a inspiração poética?
O espectador pode notar certa semelhança temática de "Poesia" com outro filme sul-coreano, o aclamado "Mother - A Busca Pela Verdade", dirigido por Bong Joon-ho, outro expoente do cinema contemporâneo daquele país. O que diferencia "Poesia" de "Mother", talvez mais a favor do segundo, é que Chang-dong adota um tom ainda mais bucólico e contemplativo para a narrativa, com planos longos e rigorosos. É um belo filme, sem sombra de dúvida, mas que tende a se apoiar além do necessário na própria beleza imagética que o diretor busca. Chang-dong talvez tenha confiado demais nas imagens, e com isso minimizou o impacto dramático.
De qualquer forma, é de se louvar a abordagem dos temas feita pelo cineasta, sem cair no melodrama barato, e a grande atuação da veterana Yun Jeong-hie, que foi muito famosa no cinema da Coréia nos anos 60 e 70, e que não fazia um filme desde 1994.
Poesia (Shi, 2010, Coréia do Sul)
direção: Lee Chang-dong; roteiro: Lee Chang-dong; fotografia: Kim Hyun Seok; montagem: Kim Hyun; produção: Lee Jun-dong; com: Yun Jeong-hie, Ahn Nae-sang, Kim Hira, Lee Da-wit, Kim Yong-taek; estúdio: Pine House Film; distribuição: Imovision. 139 min
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